Portugal é o país mais envelhecido do mundo, sendo também o país onde a taxa de natalidade decresceu mais drasticamente nestes últimos anos, verificando-se um abrandamento demográfico. Uma das principais razões que levam a este declínio da natalidade deve-se sobretudo a questões económicas.
Focando-nos primordialmente nos indivíduos adultos, invocando a situação financeira de milhares de famílias, em média há pelo menos um membro da família que não tem emprego ou cujos rendimentos são muito baixos, o que leva a pensar duas vezes antes de deixar descendentes. Com um salário mínimo de 505 euros, subsídios de desemprego extremamente baixos, apoios sociais quase inexistentes, créditos à habitação e impostos altíssimos, é quase impossível sustentar uma família, daí que cada vez mais indivíduos procurarem outros países com melhores condições para viver, ficando apenas em Portugal os mais idosos.
Em segundo lugar e uma das mais notáveis ‘’falhas’’ a nível demográfico é a emigração da população jovem. Segundo o INE, o número de jovens com idades compreendidas entre os 17 e 29 anos reduziu-se em quase meio milhão. Apesar dos níveis de qualificação em Portugal terem aumentado de 8.3% em 2001 para 14.9% em 2011, o abandono do país verifica-se ainda numa elevada percentagem, sendo a maioria das situações um abandono precoce. É de salientar que nesse período a taxa de desemprego dos jovens foi de 26,3%. Os salários baixos para os indivíduos com curso superior é também outro factor que leva à emigração.
Com estas estatísticas, que futuro temos nós neste país? Que expectativas de futuro podemos criar? Que condições de vida teremos para proporcionar aos nossos filhos um futuro decente?
Melhores oportunidades a nível profissional, salários mais altos, menos horas de trabalho, maior reconhecimento profissional estão na base dos motivos que levam cada vez mais jovens portugueses a emigrar.
O grande problema é que o aumento da taxa de emigração aumenta proporcionalmente com a taxa de desemprego e se ‘’os jovens de hoje são os adultos de amanhã’’, quem irá ficar para trazer a estabilidade e sustentabilidade que o país tanto precisa? Se Portugal não toma medidas drásticas, se não investe na formação destes indivíduos, se não lhes atribui maior beneficiação a nível profissional, no futuro não teremos a inovação que tanto precisamos.
Concluído, o governo tem de atrair os jovens para não saírem do país, investir na inovação, dar maiores contributos sociais, fazer mais estágios comparticipados, diminuir os impostos, apostar em microempresas, promover a educação, aumentar o salário mínimo, entre outros. Se assim o fizer, em breve passaremos de um país envelhecido para um país com mais juvenil.
Ana Marta Guise Abreu
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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