sexta-feira, 3 de novembro de 2017

O Aumento da Extrema Direita na Europa

        As eleições europeias, e não só, têm demonstrado um ganho de espaço da extrema-direita na Europa. A extrema-direita europeia é historicamente ligada às questões de xenofobia e do racismo. Esse fenómeno remete-nos para a Segunda Guerra Mundial, na qual houve uma ascensão de partidos fascistas – na Itália com Mussolini e na Alemanha, com Hitler. Foram verificadas situações semelhantes em Espanha, com o Franquismo, e em Portugal, com o Salazarismo. Apesar de todos esses movimentos serem considerados extremistas, não são, de todo, uniformes, sendo em cada país uma particularidade.
         A maioria dos partidos de extrema-direita dos dias de hoje tem origens na Segunda Guerra Mundial, uma vez que os sentimentos de antissemitismo e de xenofobia são antecedentes que não foram extintos da Europa e que reaparecem com o processo de globalização capitalista, ou seja, com o processo de homogeneização cultural forçado.
         Um estudo realizado por políticos e académicos, em Bruxelas, revelou que o radicalismo está a crescer em toda a Europa a um ritmo alarmante, através de uma juventude que usa, cada vez mais, as redes sociais para aderir a causas nacionalistas.
         Segundo a investigação que foi feita pela “British thinktank Demos”, analisando pela primeira vez os comportamentos de apoiantes de movimentos da extrema-direita, é de notar uma crescente adesão dos jovens europeus a movimentos nacionalistas, uma vez que os jovens se mostram cada vez mais críticos em relação aos seus governantes e à União Europeia. Retirou-se daí que parecem estar verdadeiramente preocupados com o futuro da identidade cultural, bem como com o crescimento da imigração e o aumento da influência islâmica na Europa.
         Assim, é de notar que há um aumento de um forte sentimento contra os imigrantes na Europa e, especialmente, um grande clima de desconfiança em relação aos muçulmanos. Os partidos que propagam ideias xenófobas, anti-imigração e anti-islâmicas estão a alastrar-se para França, Itália ou mesmo Áustria e a conquistar países mais liberais, como a Holanda.
         O principal autor do estudo referido anteriormente salienta que é importante perceber este fenómeno de crescimento da extrema-direita, e manifesta também que os jovens estão dececionados com o sistema político e com as instituições europeias, estando ainda preocupados com a erosão da sua cultura e identidade nacional.
         Podemos concluir assim que, nos próximos anos, ou iremos assistir a um aumento do ódio e da divisão da sociedade, incluindo o crescimento do ultranacionalismo, da xenofobia, da islamofobia e do antissemitismo, ou seremos capazes de contrariar esta tendência através de alguns movimentos já existentes para a aceitação e celebração das diferenças, como é o caso da comunidade LGBT+, o movimento Black Lives Mater, entre outros.

Ana Rita Ferreira

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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