quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Rui Rio e Santana Lopes: em que é que se diferenciam estes velhos conhecidos da política nacional?

    As eleições para a presidência da Comissão Política Nacional do PSD foram agendadas para 13 de janeiro e, até ao momento, só há dois candidatos apresentados: Rui Rio e Pedro Santana Lopes. A campanha começou há um mês, mas será que foi dito algo de novo?
     Após a escuta das ditas propostas e promessas dos dois candidatos, ficamos a saber que Rui Rio, que se intitula mais estável do que Santana Lopes, tenciona ter um défice zero, recrutando gente mais velha pela sua experiência e gente mais nova pela sua dinâmica, criatividade e ambição. Por outro lado, temos Santana Lopes que, relembrando, nas legislativas de 2005, permitiu a Sócrates a maioria absoluta dos Socialistas e, em 2009, quando quis voltar à Câmara de Lisboa, perdeu e quando quis regressar ao partido ficou em terceiro contra Manuela Ferreira Leite e Paulo Rangel. Santana Lopes quer positivo o saldo das Administrações Públicas, o saldo Corrente e primário, que exclui os juros, para que assim sejam libertados recursos para amortizar o défice e a dívida, mas centrado no crescimento económico, apostando numa geração mais jovem.   
    Quer Rui Rio quer Santana Lopes se mostram disponíveis para falar com o Primeiro-Ministro António Costa e salientam os resultados económicos positivos que o atual Governo tem demonstrado, mostrando-se disponíveis, também, para pactos de regime com o atual Governo, nomeadamente no que se refere a reformas estruturais para o avanço do país, tais como, reformas da Segurança Social, da Justiça e da prevenção contra os incêndios. No entanto, nenhum destes candidatos quer um Banco Central.
      Apesar das maiores diferenças entre estes candidatos serem a nível pessoal, os dois apostam num discurso mais social. Santana, mais próximo das pessoas, Rui Rio, mais racional e mais próximo daquilo que os portugueses querem.
     Torna-se tudo ainda mais confuso quando ambos defendem uma possível coligação com o CDS-PP, que dizem ser o “seu parceiro natural de coligação”, em resposta aos acordos fixados entre o Partido Socialista (PS), o Partido Comunista Português (PCP) e o Bloco de Esquerda (BE). Será lógica tal justificação? Ao realizaram tal acordo, não estarão a fazer o mesmo?
     Um mais para o centro-esquerda, outro mais para o centro-direita, não é muito claro o que sabemos sobre estes candidatos, talvez porque nenhum dos dois queira opinar, pois tal ação envolve riscos. Mas será que mais uma vez teremos mais do mesmo, ou seja, mais uma vez um PSD sem diferenças do seu passado?
     A questão que se coloca é: será que o PSD sabe o que quer?

Francisca Isabel Silva Pereira Leite

Referências:
·         Http://www.tvi24.iol.pt/politica/psd/rui-rio-rejeita-bloco-central-e-critica-almoco-de-marcelo-e-santana.

 [artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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