quinta-feira, 23 de novembro de 2017

"Web Submmit"

Lisboa foi invadida nos passados dias 6 a 9 do mês corrente por uma onde de ar fresco de muitas personalidades internacionais, como Al Gore, Sara Sampaio e Francois Hollande, de muitos investidores, CEO´s de empresas conhecidas mundialmente e, principalmente, de muita, muita tecnologia. Tudo se deveu à Web Submmit, que estará presente em Portugal, no Altice Arena, durante 3 anos consecutivos. Pena que dois deles já passaram. 
A Web Submmit, originalmente Dublin Web Submmit, é a maior conferência de tecnologia e empreendedorismo do mundo, sendo realizada anualmente, desde 2009. Foi fundada por Paddy Cosgrave, David Kelly e Daire Hickey. O tema da conferência é centrado na tecnologia e os participantes vão desde empresas da Fortune 500 (as maiores corporações do mundo, segundo a sua receita) até às pequenas empresas de tecnologia. Estão presentes vários CEO´s e fundadores de startups tecnológicas em conjunto com uma série de pessoas da indústria da tecnologia global.
Foi com estranheza que Portugal recebeu esta notícia em 2016, mas também com muito agrado uma vez que, sendo esta uma conferência com elevada reputação mundial traria, muito provavelmente, muita receita para Portugal. Mas porquê Portugal? Este é um país pequeno, no extremo da Europa, e com um mau histórico em termos fiscais (várias crises económicas).
Aquando a explicação da escolha de Portugal como o destino escolhido, foi referido que Lisboa era uma cidade cosmopolita, com boas condições de infraestruturas e um grande número de hotéis.
O sucesso em 2016 foi notório e este ano as perspetivas estavam ainda mais elevadas, e de facto não foram defraudadas. Foram 59 115 pessoas durante os 3 dias, oriundas de 170 países diferentes, onde mais de metade das cerca de 60 mil pessoas eram do sexo feminino. Gastou-se cerca de 80 mil quilómetros de fio elétrico, o suficiente para subir o monte Evereste 8 vezes, para garantir energia elétrica em todo o evento. Foram iniciadas na internet nos 3 dias em que o evento decorreu 202 milhões sessões, mobilizados 2 600 jornalistas, 2 100 startups, 14 000 investidores, mas, sobretudo, houve muita “tecnologia no ar “.
O preço dos bilhetes é algo que não pode deixar de ser referido. São considerados exorbitantes para uns e um bom investimento por outros. Chegaram aos 1500 euros, com tudo incluído, os últimos bilhetes vendidos. A boa noticia é que já na edição de 2016, e nesta igualmente, o estado juntou-se à Web Submmit e, através do programa Inspire Portugal, permitiu que 10 mil jovens, entre os 16 e os 23 anos de idade, tivessem acesso a bilhetes a 7,5 euros, por meio-dia, o que equivale a 1% do preço do bilhete normal. Uma medida muito bem vista pelos jovens de hoje, que apesar de não serem o principal alvo deste evento, mas sim a população em geral, não veem assim o custo monetário como o maior entrave para a sua participação neste evento.
As ideias de negócio que este ano apareceram foram, uma vez mais, surpreendedoras e deixaram qualquer um de boca aberta. Desde um teste de gravidez feito maioritariamente de bambu a uma app que ajuda casais em divórcios difíceis.
Como portuguesa e jovem que sou, só me resta lamentar não ter estado presente neste grande evento que tanto tinha para nos dar. É com ótimos olhos que vejo estas iniciativas, pois colocam Portugal na boca do mundo, e torna-nos pessoas mais informadas e mais enriquecedoras num mundo onde o conhecimento não ocupa espaço.

Cláudia Sofia Pereira

 [artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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