domingo, 11 de novembro de 2018

Emprego: análise à recuperação portuguesa

A população empregada em Portugal ultrapassou recentemente a marca dos 4,9 milhões de pessoas. Este valor demonstra que desde que o mercado de trabalho português atingiu o seu valor mais baixo, no primeiro trimestre de 2013, como consequência da crise económica mundial, o país já recuperou cerca de 550 mil empregos. Estes valores surpreenderam até as melhores previsões realizadas por instituições da área, quer nacionais quer internacionais, tendo a subida do emprego batido, sistematicamente, todas as previsões. Apesar de um abrandamento nesta maré de recuperação, é previsto que num futuro próximo se atinga a marca de 5 milhões de empregos, uma barreira que não se verifica em Portugal desde o início do ano de 2009.
Esta conjuntura é apoiada pelos dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que indicam que a população empregada voltou a aumentar no terceiro trimestre deste ano, ultrapassando, como já referi, as 4,9 milhões de pessoas. Em comparação com o trimestre anterior, registou-se aumento de 28,7 mil pessoas, e face ao período homólogo atingiu um aumento de quase 100 mil pessoas.
         Estes números são justificados com o grande número de desencorajados que arranjaram emprego. Desencorajados eram desempregados que tinham desistido de procurar emprego e que, como consequência, eram encarados como população inativa. Esta tendência junta-se à crescente atratividade do nosso país para os imigrantes. Durante um período de seis anos, entre 2011 e 2016, o nosso país registou um saldo migratório negativo fruto de um número reduzido de estrangeiros a entrarem em Portugal e de um grande número de portugueses a sair para o estrangeiro à procura de melhores condições de trabalho e de vida. Contudo, no ano de 2017 já se registou um saldo migratório positivo, saldo esse que deverá ver um reforço em 2018. Fruto deste aumento no ano de 2018, vai se verificar um aumento da população ativa, uma vez que os imigrantes, normalmente, se caraterizam por serem de uma faixa etária mais jovem, e do emprego.
         Certo é que, como resultado da situação que o país atravessa na recuperação de empregos, o desemprego em Portugal está perto de atingir o seu nível natural. O nível de desemprego natural é o nível de desemprego verificado quando a economia está a funcionar de acordo com o seu potencial. Uma das consequências de atingir este nível é o aumento do nível salarial que, de acordo com dados do INE, está a crescer ao maior ritmo desde 2011.
Na minha opinião, estes são dados bastante encorajadores quer para a nossa economia, uma vez que perspetivam um futuro mais risonho para o nosso país, quer para os portugueses, que veem assim um maior número de famílias empregadas e, por causa disso, a qualidade de vida no nosso país será maior. É também fundamental que se mantenha a estabilidade política e económica a nível europeu e mundial para que esta recuperação portuguesa possa ser consolidada e para que não sofra nenhum revés semelhante ao de 2008.
Acho também que o nosso país deve ser cada vez mais aberto a imigrantes uma vez que, para além dos benefícios económicos mencionados no texto ao nível do emprego, estes rejuvenescem a nossa população numa altura em que a mesma se encontra bastante envelhecida.

João Pedro Faria Ferreira de Carvalho

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

Sem comentários: