sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Evolução da tecnologia nas empresas

Atualmente, encontramo-nos numa era tecnológica, aliamos a tecnologia a todos os aspetos da nossa vida. Se olharmos à nossa volta, esta está em todo o lado. As vantagens que trás são irrefutáveis, mas será que nos devemos entregar totalmente a esta nova realidade?
Vivemos cada vez mais numa era digital, com constantes avanços e crescentes inovações na área da tecnologia. O principal objetivo é, de facto, melhorar e facilitar a vida das pessoas, melhorando o mundo, daí que estas tecnologias digitais comecem a ser atrativas para as empresas. De facto, estas já começam a incorporar esta vertente no seu funcionamento, ao ponto de empresas que não acompanhem esta evolução podem começar a ficar para trás.
Assim, como devem as empresas reagir à transformação digital? Muitos defendem que devem abraçar esta mudança, tal como abraçaram inovações revolucionárias antes (revoluções industriais que se antecederam; considera-se que vamos agora na quarta), como maneira de melhorar o desempenho dos trabalhadores, a formação dos mesmos e até a sua relação com o público.
Uma das tecnologias que está a mudar o mundo é precisamente a inteligência artificial, que tem vindo a ganhar grande popularidade, e que poderá ser usada para substituir processos rotineiros nas empresas, bem como ser aplicada no processo de recrutamento e seleção. A diretora geral da Microsoft Portugal afirma mesmo que todo o tipo de empresas tem, atualmente, oportunidade de implementar tecnologias digitais nos seus negócios, fazendo especial referência à inteligência artificial como forma de aumentar a capacidade do homem e otimizar operações, referindo que aquelas que não o estão a fazer “estão fora do jogo”. Várias empresas de diferentes áreas já utilizam tecnologias digitais com sucesso e para os mais variados objetivos, como é o caso da EDP, que usa estas tecnologias com o propósito de melhorar a sua relação com os clientes, os CTT, para prever as rotas ideais para os carteiros, e o Crédito Agrícola, para prevenir fraudes.
Apesar do crescente uso de tecnologias, nunca devemos esquecer que, tal como tudo, esta pode ter um lado bom mas também um lado mau. Por um lado, a tecnologia vem melhorar a comunicação e gestão da empresa, tornando esta mais eficiente e, com a maximização da utilidade, a empresa pode, porventura, reduzir custos.
Por outro lado, há quem defenda que a substituição de trabalho humano por sistemas automáticos pode causar desemprego em massa e consequente frustração da população. Outras preocupações surgem associadas ao uso da inteligência artificial, que apresenta uma rápida expansão, levando-nos a questionar quando irá esta superar o ser humano e quais serão as consequências disso. Um estudo feito por investigadores da Universidade de Yale e de Oxford revelou que, em 2024, o desempenho humano poderá ser ultrapassado pelas máquinas a transcrever discursos, porém, as máquinas só conseguirão a automatização total do trabalho, ou seja, executar tarefas automaticamente sem qualquer intervenção humana, desde a simples tarefa de ligar um forno até a algo mais complexo como gerir um estabelecimento de crédito, em 2138, o que já não estaremos cá para ver acontecer.
Assim, na minha opinião, não devemos ser avessos à mudança e as empresas devem adotar medidas digitais que favoreçam e melhorem o seu desempenho, sempre com alguns cuidados. No que toca a inteligência artificial, esta pode ser o início de uma nova era, contudo, é necessário cuidado com aquilo que criamos para não ficarmos perante algo maior que nós, que mais tarde possamos não conseguir controlar, pois, caso os objetivos destas máquinas não sejam os mesmos que os nossos, o feitiço pode virar-se contra o feiticeiro.
Em suma, a mudança é inevitável. O que difere é a maneira como reagimos a ela. O que hoje é novidade, amanhã é comum. Cabe-nos a nós adaptarmo-nos a esta evolução, com as precauções necessárias, mas sempre com entusiasmo e braços abertos para o que virá.

Joana Isabel de Almeida Gonçalo

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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