sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Evolução do PIB

O Produto Interno Bruto (PIB) é um dos indicadores macroeconómicos utilizados num país como uma forma de o comparar com outras economias através da avaliação da mesma, ou seja, é simplesmente a riqueza que um país pode criar, representando então a soma de todos os bens e serviços finais produzidos no mesmo. Este pode ser calculado de três formas: a ótica da despesa, a ótica da oferta, e a ótica do rendimento. Neste trabalho, focar-me-ei na ótica da despesa. Na ótica da despesa, o PIB é calculado através da soma do consumo total, do investimento, e das exportações líquidas.
Primeiramente e de uma forma geral, segundo dados do Pordata e do Banco de Portugal, o PIB português tem vindo a aumentar desde 2008. Minuciosamente, este diminuiu de 2008 para 2009, tendo de seguida um aumento maior que o decréscimo anteriormente registado, e de seguida, de 2010 para 2012 a economia revelou uma diminuição do seu desempenho (em valores monetários) de 179.929,8 mil euros para 168.398,0 mil euros. A partir desse ano tem revelado o seu lado positivo, com o seu crescimento até 2017 (194.613,0 mil euros).
Subdividindo agora o PIB, veremos a evolução dos seus agregados falados anteriormente a partir de 2012, ano que teve valor mínimo, até 2017. Começando então pelo consumo, podemos dizer que este se subdivide em consumo privado e consumo público. O consumo privado ostentou, em 2012, valores de 111.610,0 mil euros (resultando em aproximadamente 66,3% do PIB), já o consumo público apresentou valores muito a baixo, 31.176,8 mil euros, que se traduzem em 18.5% do PIB português. Podemos assim afirmar que 84,8% do PIB foi fruto do consumo total, mas em especial do consumo privado que, neste caso e segundo os dados, foi o agregado que mais contribui no ano em questão para PIB português.
Dos restantes agregados e articulando-os do que mais contribui de forma positiva para o PIB, temos o a formação bruta de capital fixo (também conhecida como investimento, ou FBCF) que integrou 15,6% do PIB, tendo sido o setor privado quem mais apostou nesta vertente, e, em relação ao setor em que houve mais investimento, este foi o da construção e obras públicas, com 13.267,2 mil euros. Por último, o agregado que menos contribuiu para a positividade do PIB português foram as exportações líquidas. São chamadas de exportações líquidas as exportações às quais são deduzidas as importações. Neste caso, no ano de 2012, os valores não foram os melhores tal como se tem registado desde 1960. As exportações líquidas têm vindo a exibir valores negativos e 2012 não foi exceção, com exportações nos 63.503,8 mil euros e as importações a rondarem os 64.359,0 mil de euros. Este agregado registou então no ano em questão 855,2 mil euros negativos, o que representa cerca de 0,5% do PIB.
Voltando-nos mais para a atualidade, isto é, para o ano de 2017, e visto que os dados presentes no PORDATA são provisórios, incluirei por vezes o ano de 2016 para uma comparação mais assertiva da evolução do PIB visto que os agregados assumem proporções semelhantes. Tal como em 2012, no ano de 2016, o consumo foi o agregado com maior representação no PIB. O seu efeito positivo não foi tão positivo como o ano visto anteriormente, explicando assim 83,4% do PIB em 2016 e, segundo previsões, o valor diminuiria mais um ano para 82,6%. Isto pode ser também explicado, entre outros fatores, pela ligeira diminuição da população que se tem registado em Portugal, e dos impostos e rendimento das famílias, que pode levar consequentemente à diminuição do consumo, o que tem muito impacto visto que o grosso do consumo total vem do consumo privado.
A FBCF, em contrapartida, teve um ténue aumento, exibindo 15,5% do PIB em 2016. Por fim, o agregado que se manteve décadas negativo, passou no ano de 2013 a expor valores positivos, tendo registado então as exportações líquidas 2.078,0 mil de euros, o que em percentagem do PIB se converte para 1,1%. Em 2017, as previsões realçaram uma tendência positiva para este último dos agregado.
Como conclusão, gostava de referir o contentamento que é ver o PIB a crescer de ano para ano, reforçando o bom caminho que está a ter. Porém, no presente ano, informações do INE voltam a trazer ao de cima valores negativos nas exportações líquidas devido, principalmente, ao preço dos combustíveis e lubrificantes. Portugal é um país cheio de recursos e com ótimas empresas e indústrias (ex.: indústria corticeira e indústria do vinho) que, com apoio, conseguiram levar o nosso PIB a outro patamar através das suas exportações. Fortaleço mais uma vez que Portugal está bem encaminhado, e que realmente tem os recursos necessários ao seu aprimoramento.


Ana Araújo

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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