domingo, 26 de outubro de 2014

Portugal, um país envelhecido

Portugal apresenta modificações demográficas de ampla escala e com importantes repercussões sociais, económicas e culturais. A evolução demográfica em Portugal, no passado recente, caracterizou-se por um gradual aumento do peso dos grupos etários seniores e uma redução do peso da população jovem. O efeito cumulativo da diminuição das taxas de mortalidade e de natalidade ao longo de várias décadas tem vindo a alterar o perfil demográfico da população portuguesa, cujo traço mais marcante é o progressivo envelhecimento da sociedade portuguesa.
Observa-se um estreitamento relativo da base da pirâmide de idades (isto é, menor peso de efectivos populacionais jovens) e um alargamento do topo (aumento relativo de efectivos populacionais idosos). A população idosa ocupa cada vez mais um papel fundamental na estrutura da nossa sociedade. 
Esta melhoria da esperança média de vida dos portugueses tem sido muito expressiva na segunda metade do séc. XX: em 1940, os homens tinham uma esperança média de vida de 48,6 anos e as mulheres de 52,8. Em 1993 era, respectivamente, de 71 e 78,1 anos. Em 2009, os dados demográficos do Eurostat apresentavam, para Portugal, uma esperança média de vida à nascença de 76,5 anos para os homens e 82,6 para as mulheres.  
 Os ganhos significativos da saúde em Portugal, ao longo das últimas décadas, constituem uma base importante para a melhoria do bem-estar, nomeadamente das populações idosas. 
Segundo o último relatório anual do Conselho da Europa sobre a "Evolução demográfica recente na Europa", os portugueses serão menos um milhão em 2050 e a população estará ainda mais envelhecida, havendo perto de 2,5 idosos por cada jovem. A população idosa deverá praticamente duplicar ao longo dos próximos 40 anos, prevendo-se que venha a pesar 32% do total da população residente em Portugal em 2050, enquanto a população jovem só deverá vir a representar cerca de 13%.
Por estas razões, Portugal é o sexto país mais envelhecido do mundo e, em 40 anos, passou de um país com a maior taxa de natalidade da Europa para detentor de uma das taxas de natalidade mais baixas.
Perante este cenário, a conclusão é óbvia: a população portuguesa está a estagnar, a envelhecer e com falta de activos para suportar os custos do envelhecimento. O envelhecimento da população portuguesa deve-se ao contínuo decréscimo da taxa de natalidade, à redução da taxa de mortalidade e ao aumento da esperança média de vida. Este último dado resulta da melhoria das condições de vida, dos progressos da medicina e da melhoria da assistência médica. A esperança média de vida está directamente relacionada com o grau de desenvolvimento dos países, o que significa que quanto mais desenvolvido for o país maior será o número de anos que o indivíduo terá, à nascença, probabilidade de viver. 
No entanto, será que estamos a fazer os esforços necessários para combater o envelhecimento da população portuguesa? Existem incentivos para o aumento da taxa da natalidade? O abono de família é suficiente para manter um filho? Existem subsídios satisfatórios de nascimento? Não! Daí os casais terem filhos cada vez mais tarde e em menor número. Por estas razões, a população idosa está a ganhar cada vez mais peso relativamente à população jovem. 
Por tudo isto, Portugal será crescentemente um país de velhos!

Letícia Fonseca

Fontes: 
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/portugal-e-o-sexto-pais-mais-envelhecido-do-mundo-1611852 

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

1 comentário:

Autonomia de preto disse...

A receita para inverter a situação:
- Valorizar mais a educação e a autoridade do professor.
- Tornar a justiça mais justa, retirar poder ao juíz e valorizar a autoridade do polícia.
- Aumentar o salário dos jovens activos, abolir com as pensões milionárias.
- Acabar com a tirania das directivas europeias e valorizar as produções regionais.
- Punir exemplarmente os ladrões de milhões, deixar que as suas empresas caiam.
- Interditar que impostos públicos sejam utilizados para salvar empresas privadas.
Se estas medidas fossem implementadas, eu e muitos outros deixaríamos de ser emigrantes e voltaríamos a produzir para o país que deixámos.

Cumprimentos.