quinta-feira, 16 de junho de 2011

Conhecimento e produtividade

Por muitas vezes fala-se da falta de produtividade existente na economia portuguesa. Para mim essa falta de produtividade tem que a ver apenas com dois factores. Os factores estruturais da economia portuguesa, como por exemplo a ineficiência das instituições públicas, a inadequação das leis portuguesas, os interesses instalados transversais a vários sectores de actividade económica, etc. - em termos de problemas estruturais a sociedade portuguesa está repleta deles. Mas existe um indicador que penso que poderá reverter parcialmente a situação. O investimento em I&D.
De facto, o segundo factor que para mim influencia a capacidade de rentabilização dos “inputs” na economia portuguesa é o investimento em I&D. Isto quer dizer, um investimento na criação de produtos de valor acrescentado, de inovações mundiais e na melhoria das políticas económicas. Este investimento é extremamente importante e o seu resultado pode alterar rapidamente a “face” recessiva da economia portuguesa.
Ao longo dos últimos anos, Portugal teve taxas de investimento (em percentagem do PIB) superiores a muitos dos países mais desenvolvidos que hoje conhecemos (por exemplo Israel, EUA, Alemanha, etc). Mas, embora este investimento tenha sido proporcionalmente significante, o seu resultado não é equiparado com o resultado obtido nos países supracitados. Esta realização de investimento foi por muitas vezes uma realização “cega”, sem grandes critérios e principalmente, sem grandes reflexões sobre o longo prazo.
Caso houvesse uma aposta no longo prazo, o investimento teria sido inserido na esfera do ensino, pois é na criação de conhecimento que as economias se diferenciam. É uma medida simples, que os países em vias de desenvolvimento estão a tomar, mas que países desenvolvidos (como Portugal) ainda se recusam a apostar. Talvez o resultado desta irresponsabilidade no curto prazo se venha a traduzir numa inversão de papéis no longo prazo, onde os países subdesenvolvidos venham a ser aqueles que governarão o conhecimento e investigação a nível mundial.
É portanto essencial a consciencialização das gerações futuras que é a partir da geração de valor que existe crescimento económico e social. É importante que este tema se torne prioritário nas futuras gerações, já que no momento, e com a classe política que temos, este tema é menos importante do que o investimento em auto-estradas ou em novos aeroportos, e tal não pode continuar a acontecer.

Duarte Afonso

[artigo de opinião produzido no âmbito da u.c. "Economia Portuguesa e Europeia", do Curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

1 comentário:

NWO disse...

Eu já deixei de acreditar neste sistema actual baseado na economia monetária.

É um sistema que será sempre corrupto, podre, gerido pelos grandes grupos económicos e as grandes corporações, endividando países de forma obscena, estratificando a sociedade de forma ridícula e gananciosa e que irá falir mais dia menos dia.

Todos os indicadores indiciam aumento do desemprego nos próximos tempos.
Os cortes estão à vista...(Bem que o Passos Coelho prometeu não cortar no 13º mês, não subir o IVA, etc., etc.…).
Milhões de pessoas passam fome em todo mundo, é uma realidade.
Muitas, mas muitas mesmo, para lá caminham.
A instabilidade social tende a aumentar.

O preço do petróleo continuará a aumentar, apesar de se continuarem a descobrir poços.
É cada vez mais difícil extraí-lo e tratá-lo. A expeculação faz o resto.

Temos uma economia e um sistema energético, baseada no petróleo, extremamente poluente e que é um recurso finito.

Temos o Planeta a caminho da implosão ambiental.
Grandes e anormais épocas de seca estão a atingir vários pontos do globo, onde milhares de pessoas morrem desidratadas.
Catástrofes naturais como nunca em toda a história.

Milhões de pessoas morrem de doenças evitáveis devido a não lhes ser prestada assistência ou prevenção.

1% da população mundial possui, 40% da riqueza mundial.
E 20% p.m. possuí, 80%...

95% dos crimes têm motivações monetárias:
Corrupção, roubos, tráfico, violência,...

Os restantes 5%, criminosos violentos, tratam-se de casos que deveriam ser considerados de saúde pública e que devem ser prevenidos desvios comportamentais e tratados.

Milhões de pessoas continuam a ser escravizadas em pleno séc.XXI, incluindo crianças que nunca teram acesso à educação.

Desculpem o texto extenso, mas muito mais ficou por dizer.
Recomendo que vejam quem nunca viu ou não conhece:
Zeitgeist Moving Forward

http://www.youtube.com/watch?v=4Z9WVZddH9w

Zeitgeist é um movimento que visa desmistificar o suporte da economia actual, contrapondo com um novo estilo de vida baseado nas energias renováveis, utilizando a ciência e a investigação como suporte do crescimento de toda a população, com as mesmas oportunidades para todos, em vez de ser feito por políticos que não são capazes de resolver os nossos problemas, e quando encontram um problema criam uma lei.
Em vez de procurarem a solução para o mesmo...

Não será melhor do que temos???
http://www.thevenusproject.com/pt_BR

RECOMENDO