terça-feira, 14 de junho de 2011

Turismo em Portugal: uma atividade com significado e potencial

O Turismo é um dos setores que mais cresce no mundo, fenômeno que é fomentado pela globalização e aumento das comunicações a nível mundial. Este setor tem sido fundamental para os países que apresentam potencial turístico, como é o caso de Portugal, que é altamente reconhecido pelas suas prais, gastronomia e herança cultural e patrimonial.
A procura turística em Portugal continental concentra-se, basicamente, em duas regiões: Algarve e Lisboa. Fora deste território, destaca-se a ilha da Madeira, que encontra no turismo o principal suporte da sua economia. No seu conjunto, estas três áreas reúnem mais de 2/3 da capacidade de alojamento nacional.
Em uma entrevista realizada em janeiro de 2011, o secretário de Estado do Turismo de Portugal, Bernardo Trindade, alegou que “2010 foi o ano de recuperação do setor”, com um aumento das receitas em cerca de 10%, ou seja, de aproximadamente 6,6 mil milhões de euros. Em 2010 o setor de turismo correspondeu a 14% das exportações nacionais. Esse número apesar de ter apresentado queda de 0,6 pontos percentuais com relação a 2009, demonstrou um crescimento quando comparado aos anos anteriores (13% em 2008, 13,3% em 2007, 13,2% em 2006). Esses números, enfatiza o secretário, “valorizam a recuperação desta atividade econômica no quadro da economia portuguesa” e ressaltam “a importância do turismo no quadro das exportações globais, matéria de tamanha importância no quadro da recuperação da economia portuguesa”.
Além disso, o secretário apontou a construção de 200 novos hotéis de quatro e cinco estrelas no país, e a criação de sete novas escolas de turismo desde 2005. Para 2011, Bernardo Trindade alegou que "serão lançadas um conjunto de iniciativas, como o acordo de promoção turística assinado no final do ano ou o debate em torno do Plano Nacional Estratégico do Turismo, para valorizar o setor”.
Segundo, Hugo Sousa, diretor de TI do Turismo de Portugal, para alcançar este objetivo foram definidas medidas de atuação, entre as quais se encontram as tecnologias de informação, como forma de captar visitantes, mas também como instrumento de ligação entre os agentes privados e públicos. Isto pode facilitar a desburocratização e agilidade de procedimentos.
Em abril de 2011, o Presidente da República, Cavaco Silva, considerou o turismo como um “setor incontornável nas opções de política económica” de Portugal, e ressaltou a importância do investimento privado nessa área. Para ele, são os empresários e a iniciativa privada que conhecem “as potencialidades e as oportunidades” do mercado, têm condições para “ultrapassar os obstáculos que surgem no caminho”, e possuem redes de contatos e conhecimentos nos mercados externos. Ele acrescentou que o turismo é um setor importante nas opções de política económica do país, pois é capaz de gerar emprego e contribuir para a redução dos desequilíbrios das contas externas. Cavaco Silva fez apontou, também, para o “crescimento significativo” que é esperado no setor do Turismo para este ano, quer em termos de receitas, quer em número de visitantes.
De acordo com a previsão do ministro luso da Economia, Manuel Pinto, em 2015, o setor de Turismo deverá corresponder a 15% do PIB português. Na ocasião ele ressaltou a importância da quantidade de hotéis de alto padrão no Algarve.
Nos últimos anos as companhias aéreas de baixo custo tem exercido papel fundamental no setor de turismo português, pois permitem um incremento do acesso a regiões turísticas do país, sendo fundamentais para estímulo do setor.
Como pode ser observado, o turismo é uma atividade importante no cenário português, e atualmente têm sido realizados incentivos nessa área a fim de dinamizá-la e torná-la ainda mais rentável economicamente. As ferramentas de ligação entre agentes privados e públicos foi um passo interessante nesse sentido e a expectativa é de um retorno positivo. Entretanto, ainda é necessário mais investimentos no setor, sobretudo, a fim de melhorar a competitividade do país a nível internacional.
É necessário, também, tomar medidas de estímulo à descentralização da atividade turística, saindo do tradicional foco das áreas balneares (Algarve e Madeira) e de Lisboa, rumo a outras regiões do país que também são áreas paisagísticas singulares e com grande potencial turístico.
Outro investimento interessante é aquele ligado à capacitação e qualificação da força de trabalho relacionada ao turismo. Uma das consequências do incremento da atividade turística é o aumento da demanda por mão-de-obra qualificada e preparada para lidar com os visitantes oriundos de diversas nacionalidades. Nesse sentido, o investimento no mercado de trabalho desse setor gerará benefícios para a totalidade do mercado de trabalho português.

Vanessa Ferreira

Fonte:
• http://www.turismodeportugal.pt
• http://www.planotecnologico.pt/document/Doc_12.pdf
• http://www.etur.com.br/conteudocompleto.asp?idconteudo=12903

[artigo de opinião produzido no âmbito da u.c. “Economia Portuguesa e Européia”, do Curso de Economia (1º ciclo) da EEC/UMinho]

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