No início da década de 80, a então denominada Mabor, bem como a ITA (Indústria Têxtil do Ave) enfrentavam um período de grandes dificuldades. São então adquiridas pelo grupo Amorim. No final desta mesma década, o “rei da cortiça” estabeleceu uma parceria estratégica com a Continental. Em 1993, os alemães adquiriram a totalidade do capital da empresa. Portanto, a era germânica da Mabor é de, sensivelmente, 2 décadas, sendo que neste período a multinacional já investiu na empresa de Lousado (Vila Nova de Famalicão) um montante superior a 400 milhões de euros.
A Continental Mabor (indústria de pneus) fechou 2010 com lucros de 147 milhões de euros (um aumento de, aproximadamente, 50% face ao ano anterior) e vendas de quase 600 milhões de euros (um aumento de 21% face à facturação do período homólogo anterior). O contributo para este bom desempenho pode ser explicado por um “mix” de produção mais favorável, o incremento de pneus UHP (pneus de alta performance, aprovados acima dos 240km/h, em que a empresa encontra oportunidades muito atractivas para crescer a nível europeu) e pneus anti-furo.
Em 2010, a Continental Mabor vendeu mais de 15 milhões de pneus, sendo que 98% foram exportados para um conjunto de 30 países, entre os quais a Alemanha, Espanha, Bélgica e Áustria a liderarem a lista. Desta forma, a empresa de Lousado é actualmente a 4ª maior exportadora portuguesa.
Para além do aumento do volume de produção, a empresa mantém uma aposta constante na melhoria do seu sistema de gestão ambiental.
No entanto, o grupo Continental não vive só de pneus em Portugal. Este possui cinco empresas em território nacional (quatro de vertente industrial e uma comercial), empregando um total de 2148 pessoas e uma facturação superior a 802 milhões de euros.
O maior contributo advém logicamente da Continental Mabor que garante 1533 empregos (cerca de 71,4% do efectivo de 2148 pessoas do grupo alemão em Portugal) e facturou 597,24 milhões de euros em 2010. A Continental Pneus (Portugal), também sediada em Lousado, dedica-se à comercialização de pneus no mercado nacional, emprega 37 pessoas e facturou 47 milhões de euros no mesmo período. A fabricação de telas têxteis fica a cargo da ITA (sediada também em Lousado), que emprega 152 pessoas e registou um montante de vendas no valor de 60,5 milhões de euros. Em Palmela encontram-se as outras duas unidades industriais. A Continental Teves Portugal – Sistemas de Travagem emprega 405 trabalhadores e fechou 2010 com um volume de vendas de quase 95 milhões de euros. A Continental Lemmerz (Portugal) que se dedica à montagem de rodas emprega 21 trabalhadores e facturou em 2010 cerca de 2,7 milhões de euros.
Estas cinco empresas facturaram em 2010 mais 164 milhões de euros do que em 2009. Relativamente aos postos de trabalho, a evolução também foi positiva, verificando-se um aumento de 171 trabalhadores.
A Continental Mabor pretende expandir-se ainda mais e, este ano, tem em mente a apresentação de uma proposta à “casa-mãe” para um investimento que rondará entre os 50 e os 100 milhões de euros, o que implicará a contratação de mais trabalhadores.
O Grupo Continental é um dos principais fornecedores mundiais da indústria automóvel, a nível de sistemas de travagem, sistemas e componentes do bloco propulsor e do chassis, instrumentação, electrónica de veículos, pneus entre outros. Em 2010 empregou cerca de 149 mil pessoas em 46 países e apresentou um montante de vendas no montante de 25,5 mil milhões de euros. É um dos maiores fornecedores do sector automóvel em todo o mundo e garante que cerca de um terço dos veículos ligeiros novos produzidos na Europa vêm de fábrica equipados com pneus Continental.
A Continental aposta nas novas tecnologias, nos investimentos em investigação e desenvolvimento (I&D) e no reforço das vendas no segmento dos pneus de substituição através do sucesso dos equipamentos de origem para crescer num sector altamente competitivo de pneus para veículos ligeiros e comerciais.
Jorge Miguel Costa Oliveira
[artigo de opinião produzido no âmbito da u.c. "Economia Portuguesa e Europeia", do Curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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