Actualmente não se ouve falar de outra coisa senão da crise
que recai sobre a zona euro.
Tudo começou com a falência da Lehman Brothers, que empurrou
o sistema financeiro global para o início daquilo a que se pode chamar de
grande depressão. Vários foram os países que ficaram afectados e infelizmente
Portugal foi um deles.
A conjuntura portuguesa neste momento não é a mais
apropriada para o crescimento económico. E os investidores olham com bastante
desconfiança para Portugal.
Apesar da crise económica, o Produto Interno Bruto ronda os
171.632 milhões de euros e apresenta uma trajectória mais ou menos equilibrada
nos últimos anos. Já o consumo quer privado quer público tem vindo a diminuir,
o que significa que apesar de continuar a haver produção o consumo não
corresponde a esses aumentos de produção.
A taxa de inflação de 2010 para 2011 aumentou 2.26 pontos
percentuais, passando de 1.4 para 3.66. Tendo em conta que não houve um aumento
salarial na mesma percentagem, a população portuguesa perdeu poder de compra, o
que se denota nos valores do consumo.
Já na poupança também houve uma ligeira diminuição, sendo
que os portugueses passaram a conseguir poupar em média cerca 9.7% do seu
rendimento. Dados que quando comparados com anos anteriores são mais baixos.
A nível de emprego, Portugal encontra-se um pouco “pior”. De
2010 para 2011 foram reduzidas as ofertas de emprego em 2,5 milhares de ofertas
de trabalho.
O facto de não haver empregos, de os salários não
acompanharem a taxa de inflação, de as pessoas serem obrigadas a consumir menos
e tentar poupar mais pela perda de poder de compra e muitas vezes pela falta de
rendimento, torna a sobrevivência e muitas vezes a subsistência insustentável
em Portugal.
O estado português não agiu de forma preventiva e hoje todos
os portugueses são obrigados a remediarem as suas vidas porque é necessário
cumprir os acordos que foram feitos pelos governantes com a “troika”. Sendo que
a “troika” não se preocupa tanto com o lado social da questão mas sim em fazer
cumprir o acordo vinculado entre as duas instituições económicas (“troika” e
estado português).
Portugal necessita urgentemente de investir em capital
humano e em tornar o país mais competitivo e atractivo aos olhos dos
investidores estrangeiros. Necessitamos de apostar na formação dos jovens mas
não para os mandar emigrar, mas sim para se fixarem cá. É certo que para isso
acontecer as condições de trabalho têm de se tornar mais atractivas e mais
justas.
É sem dúvida necessário fazer Portugal Crescer. É certo que
já muito se fez, mas ainda há muito para fazer.
Margarida Rocha
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