segunda-feira, 7 de maio de 2012

Como está o nosso Portugal?

Actualmente não se ouve falar de outra coisa senão da crise que recai sobre a zona euro.
Tudo começou com a falência da Lehman Brothers, que empurrou o sistema financeiro global para o início daquilo a que se pode chamar de grande depressão. Vários foram os países que ficaram afectados e infelizmente Portugal foi um deles.
A conjuntura portuguesa neste momento não é a mais apropriada para o crescimento económico. E os investidores olham com bastante desconfiança para Portugal.
Apesar da crise económica, o Produto Interno Bruto ronda os 171.632 milhões de euros e apresenta uma trajectória mais ou menos equilibrada nos últimos anos. Já o consumo quer privado quer público tem vindo a diminuir, o que significa que apesar de continuar a haver produção o consumo não corresponde a esses aumentos de produção.
A taxa de inflação de 2010 para 2011 aumentou 2.26 pontos percentuais, passando de 1.4 para 3.66. Tendo em conta que não houve um aumento salarial na mesma percentagem, a população portuguesa perdeu poder de compra, o que se denota nos valores do consumo.
Já na poupança também houve uma ligeira diminuição, sendo que os portugueses passaram a conseguir poupar em média cerca 9.7% do seu rendimento. Dados que quando comparados com anos anteriores são mais baixos.
A nível de emprego, Portugal encontra-se um pouco “pior”. De 2010 para 2011 foram reduzidas as ofertas de emprego em 2,5 milhares de ofertas de trabalho.
O facto de não haver empregos, de os salários não acompanharem a taxa de inflação, de as pessoas serem obrigadas a consumir menos e tentar poupar mais pela perda de poder de compra e muitas vezes pela falta de rendimento, torna a sobrevivência e muitas vezes a subsistência insustentável em Portugal.
O estado português não agiu de forma preventiva e hoje todos os portugueses são obrigados a remediarem as suas vidas porque é necessário cumprir os acordos que foram feitos pelos governantes com a “troika”. Sendo que a “troika” não se preocupa tanto com o lado social da questão mas sim em fazer cumprir o acordo vinculado entre as duas instituições económicas (“troika” e estado português).
Portugal necessita urgentemente de investir em capital humano e em tornar o país mais competitivo e atractivo aos olhos dos investidores estrangeiros. Necessitamos de apostar na formação dos jovens mas não para os mandar emigrar, mas sim para se fixarem cá. É certo que para isso acontecer as condições de trabalho têm de se tornar mais atractivas e mais justas.
É sem dúvida necessário fazer Portugal Crescer. É certo que já muito se fez, mas ainda há muito para fazer.

Margarida Rocha

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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