Actualmente, a
União Europeia está mergulhada numa conjuntura económica de incerteza, devido
ao alargado endividamento público de alguns países que abalaram toda a
estrutura económica da UE, necessitando, esses países, da intervenção do FMI
para controlarem as suas finanças públicas. Como todos bem sabemos, o FMI tem
como forma para alcançar este objectivo a implementação de medidas de
austeridade, dando poucas perspectivas de crescimento económico ou até mesmo
recessão económica, porque os países não conseguem estimular a sua economia
devido à implementação de tantas condicionantes.
Uma das possíveis soluções para que exista
uma retoma do crescimento económico é um aumento da competitividade das
empresas destes países, de forma a tornar estes países mais atractivos para
investimentos financeiros, aumentando as exportações e estimulando, assim, a
economia. Para aumentar a competitividade empresarial é fundamental aumentar a
produtividade das empresas, ou seja, é necessário produzir mais a custos iguais
ou menores. Existem duas formas de aumentar a produtividade das empresas, que
são o aumento da produtividade entre os trabalhadores e as inovações
tecnológicas. Devido à crise bancária que vivemos, o recurso ao crédito por
parte das empresas, para inovarem tecnologicamente, tornou-se muito complicado,
por isso, as inovações tecnológicas não são uma opção, neste momento, para
aumentarmos a produtividade destes países, tendo as empresas que se focar no
aumento da produtividade dos seus trabalhadores.
O aumento da produtividade dos
trabalhadores é um assunto que deve ser analisado em várias vertentes porque
este aumento da produtividade, depende das condições de trabalho mas, também,
do nível de educação do trabalhador, da sua motivação, entre outros.
A motivação de cada trabalhador tem está
intimamente relacionada com o nível de bem-estar que a sociedade em que este
está integrado tem. Um exemplo muito prático: saiu uma notícia no dia
23-04-2012 no “Jornal de Negócios”,
que nos dizia que o nível de felicidade dos alemães vem a subir há sete meses
consecutivos, por outro lado, o Eurostat
diz-nos que a Alemanha é o país mais produtivo da EU. Podemos aqui estabelecer
uma relação entre o bem-estar da população e a produtividade desta.
No caso português, actualmente, com a
implementação das medidas de austeridade, as pessoas têm mostrado a sua revolta
através de manifestações. Os grupos sindicais têm mostrado o seu desagrado,
levando a uma quebra na produtividade. Mas, na minha opinião, as novas leis
laborais só irão contribuir para um aumento da produtividade dos trabalhadores,
isto porque o facto de as empresas poderem despedir trabalhadores mais
facilmente, por exemplo, deve ser um estímulo a que os trabalhadores realmente
dêem o seu máximo para o bem deles e da empresa.
Segundo dados do Eurostat, os países que apresentaram uma maior crescimento da produtividade
por trabalhador à hora foram a Lituânia, a Polónia, a República Checa e a
Bulgária, países que entraram recentemente para a UE, o que lhes permitiu ter
acesso a novas tecnologias com mais facilidade, permitindo-lhes aumentar a sua
produtividade e tornando-se mais competitivos nos mercados internacionais. Um
outro factor que tem influenciado este aumento da produtividade nestes países é
a proximidade geográfica com a Alemanha, um colosso mundial a nível
tecnológico.
Por outro lado temos Portugal e Itália,
países que, como já disse, apresentam graves problemas de endividamento público
e que tiveram que implementar severas medidas de austeridade, um deles porque
já sofreu a intervenção do FMI e o outro para evitar essa intervenção. O facto
de estas economias estarem rodeadas de incerteza, não só por parte dos mercados
mas também da sua sociedade, como eu já disse, leva a uma quebra no bem-estar
social que se irá reflectir na produtividade dos indivíduos.
Outro factor que tem grande relevância na
produtividade dos indivíduos é a educação porque, pessoas mais instruídas,
teoricamente, terão níveis de produtividade maiores porque têm mais
conhecimentos e sabem ver qual a melhor forma de alocarem os recursos de forma
a maximizarem a sua utilização. Este é um factor interessante porque a próxima
geração de Portugal é a mais instruída, aquela que tem o maior nível
educacional de sempre neste país, e será interessante ver como evoluí a
produtividade por trabalhador nesta economia.
Logo, com a actual conjuntura económica na
UE, muitos países terão de estimular o aumento da produtividade dos seus
trabalhadores, de forma a aumentarem a competitividade empresarial, para
poderem estimular o seu crescimento económico, uma vez que, com a
“obrigatoriedade” de implementarem medidas de austeridade, não têm recursos
suficientes para estimularem as principais variáveis macroeconómicas. Podemos
concluir que o nível educacional e o bem-estar da população podem ser dois
factores realmente decisivos neste processo. Esperemos que esta nova geração,
altamente qualificada, tenha oportunidades para tentar recuperar economicamente
este país.
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