segunda-feira, 7 de maio de 2012

A repartição do rendimento e os níveis de pobreza em Portugal e na Europa

O Rendimento é bem repartido? Será que temos salários médios a grande escala? Ou muitos ganham muito e muitos ganham pouco? A diferença entre os 20% mais ricos e os 20% mais pobres aumentaram? Quais são os níveis de Pobreza? Como se mede a pobreza?
Portugal fez grandes progressos ao diminuir as disparidades entre populações mais ricas e mais pobres ao longo dos 20 últimos anos. Apesar de tudo, essas disparidades ainda são fortes e são comparáveis às dos países de Leste.
O Risco de pobreza ainda é elevado, sendo que Portugal também fica mal comparando com os outros países da Europa Ocidental. Por exemplo, um dado que podemos tomar em conta é a privação severa de certos bens essenciais (exemplo: poder comprar um carro ou ter aquecimento central). Nesse dado também Portugal fica próximo dos países de Leste.
Este problema de desigualdade vem da repartição em si. Podemos dizer que a estrutura existente não é bem feita. Se era melhor os níveis de pobreza diminuírem e o bem-estar da população em geral aumentar. As estruturas já existem, como o Rendimento Social de Inserção, o sistema de Bolsas, a progressividade no sistema de Impostos. Mesmo assim, os resultados ainda são maus.
De onde vem a culpa? De um sistema onde a população activa é menos de 50% da população? Se, por exemplo, mais pessoas trabalhassem seguramente que os níveis de Pobreza diminuiriam. Como incentivar as pessoas a não ficar sem fazer nada? Vemos a distribuição da População em Portugal: Em 2010, 20% tinha mais de 65 anos, 15% entre 0 e 24 anos e 65% entre 24 e 65 anos. Deste ponto de vista, Portugal é parecido com os seus parceiros, mas então o que falha?
O que seria interessante é de calcular a População inactiva sobre a População Activa. Em Portugal, existiam em 2011 mais de 5 Milhões de Pessoas Inactivas ou seja  mais de 50% da População. Nesse sentido, onde está a sustentabilidade nas contas? Nunca nuns pais pode haver tantas pessoas sem actividade.
Várias medidas: ou aumentar a idade de reforma  aumentando a População activa sobre a população total ou obrigando as pessoas sem actividade a ter uma. Isso passa por diminuir os apoios a estas pessoas (exemplo: Rendimento Social de Inserção). 
É de lembrar que o grupo etário de 0-24 anos tem que ser preservado inactivo mas incentivado a aumentar a sua educação, e no caso das pessoas que não querem mais estudar é necessário também cortar nos apoios ou promovendo formações Profissionais. Essa Faixa etária tem que ser ajudada.
A idade de reforma tem que ser aumentada e as pessoas entre 25 e 65 têm que trabalhar. O regresso ao trabalho é indispensável para um país saudável. Enfim, sendo o desemprego elevado, temos que incentivar o emprego, a criação de empresas.
É de realçar que para diminuir a fragmentação da população ao nível dos rendimentos, é importante haver um aumento da educação da população (aumento da produtividade e da competitividade da população). Ter uma população mais educada permitiria criar postos de trabalhos com valor e mais competitivos ao nível mundial e serem melhor pagos (maior procura).
Também uma população formada é uma população mais consciente dos seus problemas e das soluções a tomar. Mais uma população tende a ser “educada”, mais a sua produtividade e competitividade aumenta o que favorece os investimentos, o espírito empreendedor.
A regulação do mercado e a liberalização do mercado também ajudariam a não criar situações de monopólio, promovendo mais a concorrência e a repartição da riqueza, isto é, o lucro criado (exemplo: rendas excessivas) aumentando o bem-estar da população
O combate à corrupção e á discriminação é essencial, fazendo com que a valorização e a sua promoção deve ser feita com base no mérito. A justiça tem que funcionar melhor e criminalizar o enriquecimento ilícito e o crime fiscal em geral. Isto tudo em nome duma melhor repartição do dinheiro e do combate à pobreza.
Assim podemos dizer que uma das principais funções do Estado não está aqui a ser bem sucedida. Apesar de ter tido um evolução positiva ao longo dos anos com a diminuição das disparidades, ainda existe muito trabalho para fazer.

Matthieu Barbosa

Fonte:
Pordata
Eurostat

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho] 

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