Definidas, nacionalmente,
como uma entidade que emprega um número inferior a 250 trabalhadores e um
volume de negócios de igual ou menor valor que 50 milhões de euros, as pequenas
e médias empresas, normalmente designadas por PME’S, assumem um papel de
referência no tecido empresarial português.
As
PME’S são primordiais na criação de emprego assegurado pelas sociedades, embora
em 2008, segundo os dados do IAPMEI, o valor tenha diminuído, demonstrando uma
ganho da importância das grandes empresas no total do emprego. Dados relativos
à dimensão das empresas demonstram que, em média, cada entidade emprega cerca
6.2 trabalhadores.
Segundo,
os estudos estatísticos estruturais das empresas, para o ano de 2008,
divulgados em 2010 através do Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas
em parceria com o Instituto Nacional de Estatística, é possível evidenciar
aspetos extremamente relevantes e associados a estas entidades.
349756
era o número das pequenas e médias empresas em Portugal, no ano de 2008,
aproximadamente mais 0.6% que no ano transato, representando, assim, 99.7% das
sociedades não financeiras. São as microempresas, caracterizadas pelo número de
trabalhadores de uma empresa ser inferior a 10, as predominantes, representando
86% do total das PME’S. De um modo geral, o volume de negócios criado pelas
PME’S foi de aproximadamente 201765 milhões de euros, traduzindo um crescimento
de cerca de 1.7%, ainda que seja um valor inferior ao registado no conjunto das
sociedades.
A
tabela de distribuição das PME’S em Portugal, demonstra que as mesmas se tendem
a situar em Lisboa e no Norte, onde representam cerca de 229604 unidades, o que
se traduz em 65,6% do total nacional, ou seja, 2/3 das pequenas e médias
empresas. De salientar, o facto da zona norte ter sido a região que mais
empregadores alistou.
Espalham-se
por inúmeros setores de atividade, contudo, é no comércio e na indústria
transformadora que se verificam valores mais expressivos, pois enquanto o
primeiro regista o valor mais elevado de PME’S o segundo é o que mais contribui
para o emprego. Por outro lado, os setores da eletricidade e da pesca e
agricultura representam os setores com menos contributos. Relativamente aos
custos com o pessoal, os setores da eletricidade, das atividades de informação
e comunicação, das atividades artísticas e das atividades de consultoria
apresentam custos extremamente elevados, contrariamente outro atividades de
serviços, alojamento e restauração, atividades imobiliárias e atividades de
saúde humana exibem os custos mais baixos.
Porém,
são evidentes e notórias as dificuldades e fragilidades que as PME’S manifestam
e consecutivamente o Tecido Empresarial Português. Citando Nuno Fernandes
Thomaz “São conhecidos os principais problemas das PME’s: a descapitalização, a
sobrecarga administrativa e fiscal, a dificuldade de acesso ao crédito, a
enormidade dos “spreads” e, sobretudo, a rigidez laboral, com as consequências
que todos conhecemos para o contexto económico e social. Justifica-se, por
conseguinte, a pergunta: resolver esses problemas é a primeira e principal
obrigação de um empresário? Sem dúvida alguma”. Também, o presidente da
Associação das pequenas e médias empresas estabelece que cada vez mais a
competitividade tornar-se-á difícil, dada a falta de liquidez e alavancagem
financeira das empresas.
Torna-se,
assim, indiscutível, promover o emprego, o investimento, a inovação e
tecnologia, a dinamização do espírito empreendedor e a capacidade financeira,
tornando o acesso ao crédito mais claro, ajustando e adotando medidas de caráter
mais eficiente, para que se torne possível manter a “funcionar” o motor da
economia portuguesa.
Ana Rita Carvalho
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