A matriz energética portuguesa é bastante diversificada.
Nesta matriz, o petróleo é a principal energia primária (representando cerca de
60% da energia total consumida em Portugal), enquanto que as restantes são o
gás natural, o carvão e as energias renováveis. Porém, é sabido que Portugal é
um país pobre a nível de recursos energéticos de origem fóssil. Derivado dessa
pobreza, o nosso país tem que se apoiar essencialmente no exterior para obter a
energia necessária a consumir. Assim, Portugal possui uma elevada taxa de
dependência energética do exterior, cerca de 76,5% em 2010 contra 85,8% em 2000
(dados segundo a Energy Live Expo 2012 da REN).
Dada a atual situação financeira do país, este nível de
dependência é algo que deveríamos procurar contrariar. Isto porque a aquisição
de energia representa um fator de enorme peso nas importações portuguesas e,
como se sabe, o nível de preços do petróleo tem estado desagradavelmente
instável e a aumentar a um ritmo demasiado elevado. O facto
das importações de energia elétrica e combustíveis fósseis representarem um
peso significativo no consumo energético em Portugal tem provocado um aumento
do investimento no sector das Energias Renováveis, o que tem servido para
melhorar consideravelmente o saldo da Balança Comercial Portuguesa, visto que o
nível das importações tem diminuído.
Perspetiva-se que com o
desenvolvimento das fontes de Energia Renovável, que a partir de 2015 a produção deste tipo
de energia contribua para evitar importações, dos mais variados tipos de
energia, de aproximadamente 34800GWh, representando este valor cerca de 1900
milhões de euros por ano. Para 2020, Portugal tem como ambição atingir um valor
de produção de Energia Renovável na ordem dos 60% do consumo interno de
eletricidade.
Podemos
então, facilmente, chegar a uma conclusão. O investimento neste tipo de
energias é absolutamente essencial para um futuro sustentável de Portugal. O
nosso país apresenta imensas condições bastante favoráveis à exploração destas
energias alternativas que muitos outros países não conseguem ter, pelo que esta
vantagem deveria ser um fator a aproveitar com vista a um futuro mais risonho e
sustentável, tanto a nível económico como a nível ambiental. "Por
cada dólar a mais no barril de crude a economia nacional sofre um impacto de
110 milhões de dólares", diz Nuno Silva, especialista em recursos
energéticos. Considerando esta afirmação, imaginemos então o efeito para a
economia portuguesa de uma redução das importações do petróleo. Segundo o sítio
por7ugal.net, atualmente Portugal
apresenta um consumo diário de barris de petróleo na ordem dos 350 mil, tendo
até à data importado cerca de 41 milhões de barris em 2012. Considerando que um
barril está a custar por volta de 105 dólares por unidade, é com relativa
facilidade que podemos ver o impacto causado por uma suposta redução em,
digamos, 10% da importação total de petróleo, causada por um aumento no sector
energético renovável.
Assim, concluímos que Portugal
deve apostar fortemente nas Energias Renováveis, como tem vindo a fazer nos
últimos anos. É um sector com excelentes condições de aproveitamento em que o
único grande inconveniente económico se prende com o investimento inicial
necessário. Porém, esse investimento será bastante compensador no futuro e
será, na minha opinião, um dos motivos essenciais ao qual poderemos dever uma
eventual saída da depressão económica em que nos encontramos.
Diogo Azevedo
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