sábado, 16 de novembro de 2019

A importância da chegada das redes 5G à Europa

Nos dias que correm, Portugal é um dos países europeus com maior cobertura e densidade de redes de fibra, colocando-nos numa posição de vantagem para aproveitar o potencial desta nova tecnologia.
Por volta dos anos 80, surgiram os sistemas de comunicação que permitiam a transferência de dados, apenas por voz, através de ondas que variavam de forma contínua: os sistemas de 1ª geração (1G). A tecnologia 2G surge nos anos 90, quando as empresas de telecomunicações disponibilizaram aos seus utilizadores a possibilidade de enviarem mensagens de um equipamento para outro. Depois, a tecnologia móvel 3G permitiu não só continuar a enviar mensagens de um dispositivo para outro mas, também, fazer chamadas, enviar mensagens de texto e aceder à internet. A 4G apareceu para otimizar a tecnologia 3G em termos de rapidez de download e upload de conteúdos e, ainda, proporcionar uma melhor cobertura e qualidade de rede.
Associado a esta evolução surge o conceito “long term evolution” (LTE), que marca a tecnologia 4G em termos de rapidez. Estas gerações vão sendo definidas de acordo com a velocidade de transmissão de dados e são marcadas por uma interrupção no procedimento de codificação, de modo a que as novas tecnologias sejam incompatíveis com as suas antecessoras.
A tecnologia 5G vem substituir a atual 4G LTE, assegurando uma maior velocidade e capacidade do que as atuais tecnologias sem fios, dando às pessoas a possibilidade de acederem mais rapidamente à informação já disponível. Deste modo, enquanto a velocidade de transferência do 4G LTE consegue alcançar 1gb por segundo, o 5G aumentará a velocidade de download para até 10gb por segundo; por outras palavras, um download que demorasse uma hora em HD (assumindo condições ideais e em que o sinal não é interrompido), com a nova tecnologia 5G, demorará apenas uns segundos.
Neste sentido, as redes 5G tornar-se-ão o pilar da nossa economia, ligando inúmeros objetos/serviços e sistemas entre si, nomeadamente, os que estão relacionados com o funcionamento da nossa economia. Esta tecnologia será crucial para fomentar a competitividade da Europa no mercado mundial em setores tão importantes como a indústria automóvel, a saúde, os transportes e a energia. Os países europeus estão em concorrência com outras regiões avançadas a nível mundial (por exemplo, os EUA e a China), que preparam o lançamento desta nova tecnologia.
Neste momento, a Europa é líder mundial no que diz respeito a ensaios desta tecnologia, tendo realizado várias experiências em 23 dos seus Estados-Membros. No entanto, a posição que ocupa é de relativa fragilidade dada a rapidez de evolução deste setor.
Juntamente com a implementação da 5G, vem também o encargo de responsabilidade para os Estados-Membros ao nível de incentivos de investimento e de condições de enquadramento legal desta nova rede na nossa economia, de forma a garantir atratividade e certeza jurídica quanto a aplicação da nova rede.
Trata-se de uma tecnologia excecional e de uma oportunidade de avançar qualitativamente no desenvolvimento da UE. Desta forma, a próxima etapa é a criação de um conjunto de medidas destinadas a identificar e diminuir os riscos para a cibersegurança dos países da União. A implantação da rede 5G levará a que haja, por exemplo, uma maior exposição a ataques que poderão ser feitos de variadas formas e com uma maior rapidez. Assim, as ameaças à disponibilidade e à integridade das redes tornar-se-ão grandes preocupações em matéria de segurança (como ameaças à confidencialidade e à privacidade). A UE terá de agir rapidamente e com assertividade no sentido de proteger a sua sociedade e economia.
Por conseguinte, assegurar a cibersegurança das redes 5G é uma questão estratégica para a União Europeia, numa altura em que a frequência e a sofisticação dos ciberataques estão a aumentar exponencialmente. É urgente proteger os direitos humanos e as liberdades fundamentais dos cidadãos para que esta rede seja, realmente, um contributo para a nossa sociedade.

Catarina Antunes Ferreira

Fonte: https://ec.europa.eu/digital-single-market/en/5g-europe-action-plan

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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