quarta-feira, 6 de novembro de 2019

´Web Summit` e o impacto na capital e no país

Web Summit, um dos eventos mais importantes e mais procurados neste momento, vai mais uma vez marcar presença em Portugal e vai manter-se na capital até 2028, após uma candidatura de sucesso que foi aceite em novembro do ano passado. Trata-se de uma cimeira cujo principal tema é a tecnologia. O evento já ocorre em Portugal desde 2016 e este ano decorre no início do mês de novembro; prevê a presença de cerca de 70 mil participantes e os bilhetes já estão esgotados - bilhetes estes que podem chegar ao valor de cerca de 25 mil euros.
Em 2018 foram oferecidos 12000 bilhetes a um preço simbólico de 5 euros para estudantes universitários. A meu ver, e pela experiência positiva que retirei do evento devido a esta oportunidade, trata-se de uma excelente iniciativa que permite a jovens, desde muito cedo, poderem estar presentes em conferências deste nível e que tanto nos podem acrescentar, se o permitirmos.
Segundo um estudo realizado pelo economista e professor da Universidade do Minho, João Cerejeira, realizado para o Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério da Economia, de forma a analisar os impactos a nível económico do evento, este “originou um acréscimo direto na procura de 62,3 a 74,2 milhões de euros em 2017. Para 2028, projeta-se um impacto direto entre 100 e 159 milhões de euros, consoante o cenário considerado”. O facto de se prever um crescimento destes valores só demonstra a relevância a todos os níveis que o evento traz para a cidade e para o país.
Segundo o estudo, há claramente uma maior participação por parte de estrageiros no evento, o que transfere para o país impactos muito positivos. Claro que há sempre diferentes pontos de vista em relação a estes assuntos, mas, na minha opinião, são mais os aspetos positivos que os negativos. Para além do impacto que a presença das empresas estrangeiras possa vir a ter, no longo prazo, há a questão da maior visibilidade da cidade que o evento dá a todos os participantes. Obviamente que este, tal como todos os grandes eventos que mexem com Lisboa, vai trazer impactos positivos para a economia: o aumento das estadias no alojamento local: o aumento do consumo nos restaurantes; o uso dos transportes que a cidade dispõe; e mesmo o aumento de visitas a pontos turísticos que os participantes acabam por fazer de forma a aproveitar ainda mais a sua estadia. Todos eles são todos pontos relevantes.
Focando-me na questão do alojamento local, este poderá economizar mais de 10 milhões de euros e as previsões apontam para um aumento de 11% em relação a 2018. Tendo em conta que o evento se irá realizar pelo menos até 2028, estes números só têm tendência a aumentar e vão permitir aos estabelecimentos conseguir lidar com picos mas sem criar desequilíbrios de mercado, e tal irá também permitir a chegada dos hóspedes a alojamentos menos procurados durante as restantes alturas do ano.
Para concluir, acredito que este é um evento que traz muitas vantagens para a visibilidade da cidade e do país e que permite não só aos de cá terem um maior conhecimento do que está lá fora - de forma a haver uma constante evolução daquilo que criamos no nosso país - como passa também a mensagem de que Portugal tem todas as possibilidades para ter novas empresas de tecnologia que, por sua vez, trarão mais empregos cujos salários são de valores mais elevados. Importa, também, para não esquecer que a economia - sendo como um motor que quanto mais se alimenta, mais trabalha - ganha com apostas como estas, que trazem “combustível” humano e técnico ao nosso país e ajudam moldar o futuro, desde o pequeno comerciante até às startups de ponta.

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