O Velho Continente está em declínio populacional. Há 100 anos atrás, a população europeia representava cerca de 15% da população mundial. No entanto, estima-se que em 2050, esta percentagem esteja reduzida a apenas 5%. Enquanto isto, os países em desenvolvimento apresentam um elevado aumento demográfico, representando 95% do aumento populacional mundial. A Europa apresenta, então, uma diminuição e envelhecimento da população que traz inúmeras preocupações não só a nível social, como também a nível económico.
Para manter o nível de população seria necessário que cada mulher tivesse, em média, 2.1 filhos. Mas o que se verifica actualmente na Europa, é uma média de apenas 1,5 filhos, o que afecta negativamente o crescimento populacional.
Em Portugal, nos últimos anos, temos verificado uma diminuição do número de nascimentos e um aumento dos óbitos. Contudo, a população tem, mesmo assim, aumentado devido à imigração. Maria João Valente Rosa, especialista em demografia, defende que Portugal precisa de imigrantes para não perder população e que tem de se esforçar no sentido de criar condições para eles se fixarem no nosso país: "é preciso fazer com que as pessoas que para cá vêm e representam potencial de crescimento, mesmo económico, se fixem e não vão embora para outros países".
Paralelamente ao declínio populacional, a população europeia está também a envelhecer. Com um número cada vez menor de nascimentos, e com a elevada taxa de progresso que se verifica económica, socialmente e a nível da saúde, a esperança média de vida aumenta e, como tal, a idade média da população é cada vez mais elevada. Actualmente, a Europa é a região mais velha do mundo: 10 anos mais velha do que a população da América Latina e 20 anos mais velha do que a da África. Estima-se que, em 2050, a idade média da população europeia seja de 47 anos, o que afectará a força de trabalho. Esta diminuição da força de trabalho trará consequências a longo prazo para as relações da UE com os seus vizinhos do Médio Oriente e do norte de África. Sendo assim, é de esperar que na próxima década a população activa sofra uma grande diminuição, devido a um elevado aumento do número de reformados. Esta redução da população em idade de trabalhar poderá afectar a taxa de crescimento económico se as tendências e políticas actuais continuarem sem alterações. Além disto, trará também impactos na protecção social e nas finanças públicas: o envelhecimento conduz a pressões no aumento das despesas públicas, o que poderá, por sua vez, contribuir para um défice orçamental que poderá comprometer o equilíbrio do sistema de pensões e reformas, protecção social ou até mesmo o potencial de crescimento económico.
É urgente adoptar medidas para contrariar/atenuar esta tendência e repor o capital humano na Europa: os governos já lançaram incentivos como segurança no emprego, licença de maternidade e paternidade, subsídios, entre outros. Também já se tem verificado uma acção nos sistemas públicos de pensões e na modernização da segurança social. Uma outra medida passa por melhorar a adaptação dos serviços de saúde e criar uma estratégia de prevenção no que respeita a doenças crónicas, no sentido de reduzir as despesas públicas de saúde e dos cuidados de dependência.
Segundo o historiador Britânico Arnold J. Toynbee, “as civilizações morrem de suicídio, não de assassinato”. Se nada for feito, estas alterações demográficas ameaçarão o dinamismo económico, a criatividade e a inovação e, segundo estimativas, até poderão provocar uma quebra no crescimento potencial do PIB europeu de cerca de 1,2% entre 2031 e 2050. Para colmatar, quando comparada a Europa com outras regiões do mundo onde se regista um aumento populacional como, por exemplo, a China – a situação torna-se ainda mais alarmante pois a perda de competitividade e a quebra do crescimento são ainda mais evidentes.
Do que acabo de expor entendo que é um assunto do interesse comum e que afecta não só as gerações actuais mas, principalmente, as gerações futuras. Como tal os governos dos diferentes países da Europa devem tomar medidas, como campanhas de sensibilização e debates alargados à comunidade, visando o aumento da natalidade. Tudo isto porque, hoje em dia, a sociedade hipoteca o futuro do seu país, pondo para segundo plano a família em proveito do comodismo e consumismo imediato.
Ana Luisa Gonçalves e Vale Meira
Para manter o nível de população seria necessário que cada mulher tivesse, em média, 2.1 filhos. Mas o que se verifica actualmente na Europa, é uma média de apenas 1,5 filhos, o que afecta negativamente o crescimento populacional.
Em Portugal, nos últimos anos, temos verificado uma diminuição do número de nascimentos e um aumento dos óbitos. Contudo, a população tem, mesmo assim, aumentado devido à imigração. Maria João Valente Rosa, especialista em demografia, defende que Portugal precisa de imigrantes para não perder população e que tem de se esforçar no sentido de criar condições para eles se fixarem no nosso país: "é preciso fazer com que as pessoas que para cá vêm e representam potencial de crescimento, mesmo económico, se fixem e não vão embora para outros países".
Paralelamente ao declínio populacional, a população europeia está também a envelhecer. Com um número cada vez menor de nascimentos, e com a elevada taxa de progresso que se verifica económica, socialmente e a nível da saúde, a esperança média de vida aumenta e, como tal, a idade média da população é cada vez mais elevada. Actualmente, a Europa é a região mais velha do mundo: 10 anos mais velha do que a população da América Latina e 20 anos mais velha do que a da África. Estima-se que, em 2050, a idade média da população europeia seja de 47 anos, o que afectará a força de trabalho. Esta diminuição da força de trabalho trará consequências a longo prazo para as relações da UE com os seus vizinhos do Médio Oriente e do norte de África. Sendo assim, é de esperar que na próxima década a população activa sofra uma grande diminuição, devido a um elevado aumento do número de reformados. Esta redução da população em idade de trabalhar poderá afectar a taxa de crescimento económico se as tendências e políticas actuais continuarem sem alterações. Além disto, trará também impactos na protecção social e nas finanças públicas: o envelhecimento conduz a pressões no aumento das despesas públicas, o que poderá, por sua vez, contribuir para um défice orçamental que poderá comprometer o equilíbrio do sistema de pensões e reformas, protecção social ou até mesmo o potencial de crescimento económico.
É urgente adoptar medidas para contrariar/atenuar esta tendência e repor o capital humano na Europa: os governos já lançaram incentivos como segurança no emprego, licença de maternidade e paternidade, subsídios, entre outros. Também já se tem verificado uma acção nos sistemas públicos de pensões e na modernização da segurança social. Uma outra medida passa por melhorar a adaptação dos serviços de saúde e criar uma estratégia de prevenção no que respeita a doenças crónicas, no sentido de reduzir as despesas públicas de saúde e dos cuidados de dependência.
Segundo o historiador Britânico Arnold J. Toynbee, “as civilizações morrem de suicídio, não de assassinato”. Se nada for feito, estas alterações demográficas ameaçarão o dinamismo económico, a criatividade e a inovação e, segundo estimativas, até poderão provocar uma quebra no crescimento potencial do PIB europeu de cerca de 1,2% entre 2031 e 2050. Para colmatar, quando comparada a Europa com outras regiões do mundo onde se regista um aumento populacional como, por exemplo, a China – a situação torna-se ainda mais alarmante pois a perda de competitividade e a quebra do crescimento são ainda mais evidentes.
Do que acabo de expor entendo que é um assunto do interesse comum e que afecta não só as gerações actuais mas, principalmente, as gerações futuras. Como tal os governos dos diferentes países da Europa devem tomar medidas, como campanhas de sensibilização e debates alargados à comunidade, visando o aumento da natalidade. Tudo isto porque, hoje em dia, a sociedade hipoteca o futuro do seu país, pondo para segundo plano a família em proveito do comodismo e consumismo imediato.
Ana Luisa Gonçalves e Vale Meira
[artigo de opinião produzido no âmbito da u.c. "Economia Portuguesa e Europeia", do Curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
1 comentário:
O declínio populacional já começou a algum tempo para Portugal, mais precisamente 2010, mais importante para a economia é que a população activa entrou em declínio em 2008.
A Bomba Demográfica: Portugal sofre de uma "escassez de Japoneses"
http://mais1economistadebancada.blogspot.com/
Enviar um comentário