Num mundo em constante mudança, com progressiva liberalização do comércio mundial, a expansão internacional tem sido resposta ao aumento da concorrência e às ameaças à sobrevivência das empresas.
São várias as definições para a internacionalização. Há quem defina a internacionalização como sendo o processo pelo qual uma empresa incrementa o nível das suas actividades de valor acrescentado fora do país de origem, há também quem refira que a internacionalização consiste na extensão das suas estratégias de produtos - mercados e de integração vertical para outros países, do qual resulta uma replicação total ou parcial da sua cadeia operacional.
Ao definirmos internacionalização é importante diferenciá-la de outros conceitos tidos erroneamente como similares, como é o caso de globalização. O fenómeno da globalização assenta na ideia de que as diferenças entre mercados se estão a esbater, tendendo a desaparecer. Daqui resulta que as empresas para aproveitarem esta oportunidade devem globalizar as suas estratégias de actuação (isto é, ter uma estratégia única, dado que está em causa um só mercado), de forma a beneficiarem de importantes economias de escala.
São vários os motivos que levam as empresas a internacionalizarem-se, onde se destacam, o aproveitamento de oportunidades criadas num novo mercado (geralmente estas oportunidades são detectadas por parceiros de negócios da empresa em determinado mercado ou são o resultado da má performance do parceiro, que leva à reformulação da estratégia da empresa), a proximidade geográfica e afinidades culturais e linguísticas, a redução do risco (através da diversificação geográfica), a redução de custos e aproveitamento de economias de escala (busca de factores de produção mais baratos e de mercados com legislações menos exigentes em termos ambientais e tarifários, a proximidade das fontes de matéria-prima, bem como de economias de escala na produção), o aproveitamento da imagem do país (pois pode potenciar a internacionalização das empresas nacionais dado a sua imagem internacional) e apoios governamentais (do país de origem e/ou de destino).
Mas as empresas portuguesas têm acompanhado a transformação de um mercado “doméstico” para um mercado único, e deste modo, procederem à internacionalização das suas empresas?
Em Portugal, a aventura de internacionalização é um factor recente. Os dados disponíveis sugerem que, a partir de 1995, o processo de internacionalização desenvolvido pelas empresas portuguesas tem 3 destinos predominantes Brasil, Espanha e Holanda, destacando-se o Brasil como o principal destino de investimento português directo no exterior.
Como sabemos Portugal tem poucas empresas e marcas universalmente conhecidas. Se tentarmos identificar a primeira empresa multinacional com sede em Portugal, com base em número de filiais, quota de mercado mundial e volume de negócios, o nome que provavelmente ocorre é o da Corticeira Amorim. No entanto, e apesar de contar com um vasto leque de consumidores, aliás distinto, que inclui quase todos os apreciadores de vinhos de qualidade, à escala planetária, poucos serão capazes de citar a marca da rolha que ajudou a assegurar a qualidade do néctar consumido. O produto de renome verdadeiramente universal é o do Mateus Rosé, mas trata-se de simples operação de exportação, sem efectivo domínio dos mercados como se vem confirmando pelo recuo da presença da marca, nomeadamente no imenso mercado constituído pelos EUA.
Apesar de Portugal ter poucas marcas e empresas conhecidas universalmente, a internacionalização das empresas portuguesas têm aumentado e cada vez mais são os países destino para a internacionalização das empresas. Países como o Angola, Moçambique e até Marrocos estão na lista dos países com elevado potencial de atracção. Notícias recentes referem que empresa portuguesa ROFF, integrador de sistemas de informação de gestão empresarial SAP em Portugal, expandiu a sua internacionalização, com abertura de uma filial na Suécia, no passado dia 28 de Fevereiro.
Contudo apesar do aumento da internacionalização falta-nos a LEGO dinamarquesa, a NOKIA finlandesa, a MACRO belga ou a NESTLÉ suíça. Todas estas empresas estão presentes nos principais mercados mundiais e estabelecidas há dezenas de anos, sendo amplamente respeitadas.
Diana Silva
[artigo de opinião produzido no âmbito da u.c. "Economia Portuguesa e Europeia", do Curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
São várias as definições para a internacionalização. Há quem defina a internacionalização como sendo o processo pelo qual uma empresa incrementa o nível das suas actividades de valor acrescentado fora do país de origem, há também quem refira que a internacionalização consiste na extensão das suas estratégias de produtos - mercados e de integração vertical para outros países, do qual resulta uma replicação total ou parcial da sua cadeia operacional.
Ao definirmos internacionalização é importante diferenciá-la de outros conceitos tidos erroneamente como similares, como é o caso de globalização. O fenómeno da globalização assenta na ideia de que as diferenças entre mercados se estão a esbater, tendendo a desaparecer. Daqui resulta que as empresas para aproveitarem esta oportunidade devem globalizar as suas estratégias de actuação (isto é, ter uma estratégia única, dado que está em causa um só mercado), de forma a beneficiarem de importantes economias de escala.
São vários os motivos que levam as empresas a internacionalizarem-se, onde se destacam, o aproveitamento de oportunidades criadas num novo mercado (geralmente estas oportunidades são detectadas por parceiros de negócios da empresa em determinado mercado ou são o resultado da má performance do parceiro, que leva à reformulação da estratégia da empresa), a proximidade geográfica e afinidades culturais e linguísticas, a redução do risco (através da diversificação geográfica), a redução de custos e aproveitamento de economias de escala (busca de factores de produção mais baratos e de mercados com legislações menos exigentes em termos ambientais e tarifários, a proximidade das fontes de matéria-prima, bem como de economias de escala na produção), o aproveitamento da imagem do país (pois pode potenciar a internacionalização das empresas nacionais dado a sua imagem internacional) e apoios governamentais (do país de origem e/ou de destino).
Mas as empresas portuguesas têm acompanhado a transformação de um mercado “doméstico” para um mercado único, e deste modo, procederem à internacionalização das suas empresas?
Em Portugal, a aventura de internacionalização é um factor recente. Os dados disponíveis sugerem que, a partir de 1995, o processo de internacionalização desenvolvido pelas empresas portuguesas tem 3 destinos predominantes Brasil, Espanha e Holanda, destacando-se o Brasil como o principal destino de investimento português directo no exterior.
Como sabemos Portugal tem poucas empresas e marcas universalmente conhecidas. Se tentarmos identificar a primeira empresa multinacional com sede em Portugal, com base em número de filiais, quota de mercado mundial e volume de negócios, o nome que provavelmente ocorre é o da Corticeira Amorim. No entanto, e apesar de contar com um vasto leque de consumidores, aliás distinto, que inclui quase todos os apreciadores de vinhos de qualidade, à escala planetária, poucos serão capazes de citar a marca da rolha que ajudou a assegurar a qualidade do néctar consumido. O produto de renome verdadeiramente universal é o do Mateus Rosé, mas trata-se de simples operação de exportação, sem efectivo domínio dos mercados como se vem confirmando pelo recuo da presença da marca, nomeadamente no imenso mercado constituído pelos EUA.
Apesar de Portugal ter poucas marcas e empresas conhecidas universalmente, a internacionalização das empresas portuguesas têm aumentado e cada vez mais são os países destino para a internacionalização das empresas. Países como o Angola, Moçambique e até Marrocos estão na lista dos países com elevado potencial de atracção. Notícias recentes referem que empresa portuguesa ROFF, integrador de sistemas de informação de gestão empresarial SAP em Portugal, expandiu a sua internacionalização, com abertura de uma filial na Suécia, no passado dia 28 de Fevereiro.
Contudo apesar do aumento da internacionalização falta-nos a LEGO dinamarquesa, a NOKIA finlandesa, a MACRO belga ou a NESTLÉ suíça. Todas estas empresas estão presentes nos principais mercados mundiais e estabelecidas há dezenas de anos, sendo amplamente respeitadas.
Diana Silva
[artigo de opinião produzido no âmbito da u.c. "Economia Portuguesa e Europeia", do Curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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