Vê-se o país em mãos novamente com uma paralisação dos camionistas como forma de protesto. E como vivemos numa sociedade as acções de uns afectam os outros. E assim, por este princípio tão básico e lógico, somos todos afectados pelas consequências provenientes de mais uma paralisação dos camionistas.
As razões que levam a este protesto passam pela revisão da legislação laboral aplicável a este sector, isto é, pela criação de regulamentação específica, pela redução dos preços das portagens nas SCUT e descontos nas portagens, pela redução dos custos dos combustíveis, nomeadamente o gasóleo, pela majoração das deduções fiscais e pela diminuição dos custos em concentrações e fusões de empresas.
Apesar de o governo se demonstrar interessado em negociações, segundo as informações que os meios de comunicação nos fazem chegar, não houve consenso entre este e as diferentes associações (ANTRAM, ATTIMA, e ANTP) relativamente a todas as exigências colocadas em discussão.
Mas a questão que aqui para nós meros cidadãos se coloca, é que não será já isto um “déjà vu”, como diriam os nossos vizinhos franceses.
Se se recordam, aconteceu em 2008, uma contestação em tudo similar, baseada praticamente nas mesmas reivindicações e com consequências que certamente iremos novamente enfrentar.
São diversas as possíveis consequências provenientes da greve dos camionistas. Esta pode afectar e irá certamente afectar o abastecimento dos produtos alimentares, dos combustíveis e das matérias-primas. Ou seja a paralisação irá afectar diferentes e vários sectores da nossa economia.
Entre estes estará o sector dos produtos alimentares. Tendo em conta a já possível subida dos preços dos alimentos anunciada pela Agência das Nações Unidas – FAO (Food and Agriculture Organization), associada a esta greve, o sector dos bens alimentares irá certamente deparar-se com uma situação nada favorável, a qual incorrerá num aumento dos seus custos bem como uma possível escassez no abastecimento dos seus produtos que levará a uma possível ruptura de stocks. Tudo isto conduzirá a uma diminuição dos produtos alimentares nas suas prateleiras.
Relativamente às empresas fornecedoras de combustíveis, as quais já têm apresentado a permanência de uma tendência crescente dos preços dos combustíveis, devido a vários motivos, vão também enfrentar um possível aumento dos seus custos o que se irá reflectir num aumento dos preços dos combustíveis já elevados.
E por outro lado, temos os sectores de transformação que não terão acesso às suas matérias-primas atempadamente, o que irá incorrer em custos para estes também. Logo terão alguma dificuldade em escoar atempadamente os seus produtos e mesmo manter em funcionamento as suas linhas de produção.
Ou seja, este tipo de greve, num sector da economia, tão importante, irá certamente incorrer em custos excessivos para toda a sociedade, e as consequências serão sentidas como um fenómeno de bola de neve, isto é, estas vão se fazer sentir em todos os sectores da economia e de uma forma crescente.
Logo, as consequências da paralisação irão piorar em muito a situação económica já precária que o país enfrenta, dependendo o seu efeito da adesão à greve e do período de duração que esta tiver.
Decorrentes das negociações em curso, surgem algumas possibilidades de soluções, apresentadas pelo governo. Como a criação de uma comissão inter-ministerial para produzir resultados no prazo de 90 dias e publicar um relatório de progresso em 30 dias, tendo em vista a revisão da legislação laboral. Relativamente às portagens nas SCUT, o governo irá lançar uma proposta que vá de encontro com as dificuldades actuais do sector. No entanto, não conseguiram chegar a nenhum acordo relativamente aos preços dos combustíveis, embora o governo tenha aceitado indexar o preço dos transportes aos preços dos combustíveis.
Assim, a preocupação maior na resolução deste problema interno, deverá ser que esta termine o mais rapidamente possível, de forma a minimizar os efeitos negativos que terá na economia. Tendo ainda em vista soluções que vão de encontro com o interesse maior do país e não com interesses políticos ou com tentativas de braços de ferro.
Helena Dias
[artigo de opinião produzido no âmbito da u.c. "Economia Portuguesa e Europeia", do Curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
As razões que levam a este protesto passam pela revisão da legislação laboral aplicável a este sector, isto é, pela criação de regulamentação específica, pela redução dos preços das portagens nas SCUT e descontos nas portagens, pela redução dos custos dos combustíveis, nomeadamente o gasóleo, pela majoração das deduções fiscais e pela diminuição dos custos em concentrações e fusões de empresas.
Apesar de o governo se demonstrar interessado em negociações, segundo as informações que os meios de comunicação nos fazem chegar, não houve consenso entre este e as diferentes associações (ANTRAM, ATTIMA, e ANTP) relativamente a todas as exigências colocadas em discussão.
Mas a questão que aqui para nós meros cidadãos se coloca, é que não será já isto um “déjà vu”, como diriam os nossos vizinhos franceses.
Se se recordam, aconteceu em 2008, uma contestação em tudo similar, baseada praticamente nas mesmas reivindicações e com consequências que certamente iremos novamente enfrentar.
São diversas as possíveis consequências provenientes da greve dos camionistas. Esta pode afectar e irá certamente afectar o abastecimento dos produtos alimentares, dos combustíveis e das matérias-primas. Ou seja a paralisação irá afectar diferentes e vários sectores da nossa economia.
Entre estes estará o sector dos produtos alimentares. Tendo em conta a já possível subida dos preços dos alimentos anunciada pela Agência das Nações Unidas – FAO (Food and Agriculture Organization), associada a esta greve, o sector dos bens alimentares irá certamente deparar-se com uma situação nada favorável, a qual incorrerá num aumento dos seus custos bem como uma possível escassez no abastecimento dos seus produtos que levará a uma possível ruptura de stocks. Tudo isto conduzirá a uma diminuição dos produtos alimentares nas suas prateleiras.
Relativamente às empresas fornecedoras de combustíveis, as quais já têm apresentado a permanência de uma tendência crescente dos preços dos combustíveis, devido a vários motivos, vão também enfrentar um possível aumento dos seus custos o que se irá reflectir num aumento dos preços dos combustíveis já elevados.
E por outro lado, temos os sectores de transformação que não terão acesso às suas matérias-primas atempadamente, o que irá incorrer em custos para estes também. Logo terão alguma dificuldade em escoar atempadamente os seus produtos e mesmo manter em funcionamento as suas linhas de produção.
Ou seja, este tipo de greve, num sector da economia, tão importante, irá certamente incorrer em custos excessivos para toda a sociedade, e as consequências serão sentidas como um fenómeno de bola de neve, isto é, estas vão se fazer sentir em todos os sectores da economia e de uma forma crescente.
Logo, as consequências da paralisação irão piorar em muito a situação económica já precária que o país enfrenta, dependendo o seu efeito da adesão à greve e do período de duração que esta tiver.
Decorrentes das negociações em curso, surgem algumas possibilidades de soluções, apresentadas pelo governo. Como a criação de uma comissão inter-ministerial para produzir resultados no prazo de 90 dias e publicar um relatório de progresso em 30 dias, tendo em vista a revisão da legislação laboral. Relativamente às portagens nas SCUT, o governo irá lançar uma proposta que vá de encontro com as dificuldades actuais do sector. No entanto, não conseguiram chegar a nenhum acordo relativamente aos preços dos combustíveis, embora o governo tenha aceitado indexar o preço dos transportes aos preços dos combustíveis.
Assim, a preocupação maior na resolução deste problema interno, deverá ser que esta termine o mais rapidamente possível, de forma a minimizar os efeitos negativos que terá na economia. Tendo ainda em vista soluções que vão de encontro com o interesse maior do país e não com interesses políticos ou com tentativas de braços de ferro.
Helena Dias
[artigo de opinião produzido no âmbito da u.c. "Economia Portuguesa e Europeia", do Curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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