Segundo os dados do INE, a taxa de desemprego entre os jovens até aos 25 anos, subiu em Portugal para 27,8%, no primeiro trimestre de 2011, o que se traduz em 123,9 mil jovens sem trabalho.
Os mesmos dados mostram que entre a população desempregada, 12,3% são licenciados e que há 15,2 mil pessoas que frequentaram o ensino universitário sem emprego.
Progressivamente os jovens portugueses apresentam maiores qualificações e especializam-se nas áreas pretendidas. Contudo, face à realidade do mercado laboral, as suas expectativas e sonhos são frustrados e restam incertezas quanto ao futuro que lhes estará reservado.
Muitos destes jovens vêem as suas oportunidades de emprego restritas a estágios não remunerados ou trabalhos precários. Cansados de esperar por um emprego condicente com os anos que dedicaram aos estudos, muitos licenciados "arrumam" o diploma na gaveta e mostram-se dispostos a aceitar qualquer função por qualquer remuneração.
Deste modo, não reúnem as condições necessárias para concretizar os seus objectivos de futuro, como comprar casa e constituir família, continuando dependentes dos pais.
Actualmente, considero que o desemprego é um dos problemas mais graves com que se defronta o nosso país.
Como se explicarão estas altas taxas de desemprego entre os jovens uma vez que esta geração de portugueses é a mais qualificada de sempre na história portuguesa?
A qualificação deveria gerar emprego e assegurar um aumento na produtividade do país. Dá que pensar… Talvez a nossa estratégia, em termos políticos, não se adeqúe a este potencial de desenvolvimento entretanto gerado.
Será possível combater esta situação?
Para tal a nossa política teria de pôr de parte os seus interesses partidários, voltados para o curto prazo, e criar condições macroeconómicas favoráveis ao aproveitamento real deste potencial na nossa sociedade.
É necessário que os nossos governantes percebam que o nosso futuro passa por introduzir progressivamente estes jovens no mercado de trabalho, que poderão ser a força impulsionadora para o sucesso da nossa economia. Actualmente, a rigidez do nosso mercado de trabalho propicia a “fuga de cérebros” para economias que potenciem, na sua carreira profissional, horizontes que actualmente Portugal não é capaz.
Suponho que, maiores incentivos fiscais às PME a empregar recém-licenciados, a criação de linhas de “crédito empreendedor” em diferentes áreas, em paralelo com a adequação das remunerações à respectiva produtividade e uma maior adequação do mercado de trabalho às exigências da economia global, poderiam propiciar maior empregabilidade a estes jovens. Acredito que estas medidas incentivariam um país com ainda pouco espírito empreendedor, a conseguir combater esta tão grave crise em Portugal.
Resta-nos a esperança de acreditar que esta situação irá melhorar, que os nossos partidos políticos conseguirão inverter tal situação!
Isabel Mesquita
[artigo de opinião produzido no âmbito da u.c. "Economia Portuguesa e Europeia", do Curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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