Nesta nova década, no topo da pirâmide de influências está a Geração Y, Globalists, Millennials ou Digital Youth. Depois dos Babyboomers (para todos os nascidos nos anos 40 e anos 50), e da Geração X (para todos os nascidos nos anos 60 e 70) chegam os Millennials para as gerações dos anos 80 e 90. São os Millennials que entraram recentemente para o mercado de trabalho, ou vão fazê-lo agora pela primeira vez. É considerada a geração mais qualificada e também a mais globalizada. Estão preparados para trabalhar em grupo, a maioria possui qualificações académicas, são perfeitamente móveis (sobretudo os Millennials Europeus em comparação com os Americanos), a tecnologia sempre fez parte das suas vidas, grandes utilizadores das redes sociais, e aparentam ser trabalhadores árduos dados os percursos escolares, da média ocidental, que englobam desporto, grandes interacções sociais, e o próprio trajecto escolar. Por outro lado, apresentam índices elevados de obesidade, de todas é a geração mais protegida pelos pais e são demasiado impacientes e exigentes (fruto da instantaneidade da globalização).
Apresentam-se como uma geração com expectativas altas, no entanto a maior parte dos Millennials apesar de acreditar que vai suceder no futuro, só apenas 3% já têm um plano traçado para esse sucesso. Também apesar de terem uma série de mecanismos ao seu dispor para se actualizarem e ficarem continuamente activos, quer no mercado de trabalho quer nos seus meios sociais, é de momento a geração que está mais exposta a pressões e desde cedo que carrega com uma grande carga voltada para o futuro. Os Millennials não têm a experiência dos babyboomers nem dos Gen-Xers que vão substituir, mas consideram-se, eles mesmos, a tecnologia, são polivalentes e preparados para um mercado de trabalho móvel e flexível.
O maior problema vai de encontro com o ajuste que têm de se verificar entre o mercado de trabalho europeu e esta nova geração. Assiste-se a um ponto de viragem muito grande, sobretudo na Europa. Os mercados de trabalho apresentam-se frágeis começando a dar fruto a conflitos sociais e políticos. Os empregadores deparam-se com uma mão-de-obra sobre qualificada para os cargos que dispõem, e estes jovens trabalhadores encaram pagamentos abaixo das suas expectativas e abaixo também do salário óptimo, relativamente aos anos de formação académica que frequentaram.
Encarregam esta geração por uma série de alterações que mais tarde ou mais cedo se devem processar. Na linha de mudança vai estar a adaptação do mercado de trabalho a esta nova força tecnológica. Outra situação importante é o facto de esta força de trabalho ser extremamente móvel. Partem do objectivo de adquirir experiência, percorrendo várias empresas e várias posições dentro do mercado de trabalho. Os países que investiram na educação destes Millennials, que por sinal foi muito, já que é das forças de trabalho mais qualificadas até hoje, correm o risco de ver uma parte importante da evolução dos seus países (que está contida no capital humano desta geração), fugir para mercados de trabalho mais promissores e que correspondam com as suas altas expectativas.
É importante apostar em indústrias que usufruam desta mão-de-obra qualificada, contrariando as indústrias de produtos com pouco valor acrescentado como no caso da China e da Índia (já que nesse sentido se torna mais difícil um ganho competitivo). Os Millennials são mais uma ferramenta que pode ser usada positivamente nesta mudança, sobretudo para os países da Europa que estão a sofrer com um mercado de trabalho rígido.
Deve existir a noção de que esta é mais uma fase da humanidade, e mais uma geração a entrar num mercado de trabalho que talvez terá de seguir mais os passos do Reino Unido, Canadá ou EUA. Continuar a assegurar a empregabilidade dos Gen-Xers, conseguir ajustar o mercado de trabalho às mudanças que se estão a fazer sentir. Os Millennials são os motores de inovação da próxima década, é importante que os mercados explorem uma geração de tecnologia de ponta, já que depois desta seguir-se-ão muitas mais, e mais que o indivíduo conseguir garantir a sua empregabilidade no mercado de trabalho, é ainda mais importante que as empresas consigam garantir a sua longevidade ao longo das gerações, inovando, melhorando e adaptando-se.
Mafalda Pereira
[artigo de opinião produzido no âmbito da u.c. "Economia Portuguesa e Europeia", do Curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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