No início do século
XXI – até meados de 2002 – a quantidade de imigrantes de longo prazo a viverem
em Portugal era bastante elevada, tendo quase alcançado as 80.000 pessoas. Este
número tão elevado acabou por sofrer uma grande quebra entre 2002 e 2006,
passando para metade, cerca de 40.000 pessoas. De 2006 em diante o cenário de
diminuição manteve-se, atingindo-se um valor de 20.000 imigrantes em Portugal
no ano de 2011.
A
elevada imigração no início do século deveu-se principalmente à ilusão de que
em Portugal encontrariam empregos bem recompensados que não encontravam nos
seus países. No entanto, com o desenvolvimento do país, a procura de
trabalhadores por parte das empresas começou a ficar cada vez mais escassa e a
imigração começou a ser cada vez menor. Para além disso, com o despertar da
crise económica dos últimos anos esta tem diminuído ainda mais.
A
maioria dos portugueses, 3 em cada 4 (segundo um estudo encomendado pelo ACIME
à Universidade Católica Portuguesa), está contra a vinda de mais imigrantes, no
entanto a verdade é que estes imigrantes têm ajudado o país a não entrar numa
completa recessão. Isto porque, para além de virem diminuir os efeitos da baixa
natalidade e do elevado envelhecimento populacional, como são mais produtivos
que os portugueses, vêm também colmatar falhas de habilidade/capacidades,
reduzindo os efeitos que se fazem sentir devido à baixa capacidade de inovação
das empresas.
É
então errado pensar que os imigrantes são um peso para a nossa economia e que é
por causa deles que estamos tão mal, com tanto desemprego e com salários tão
baixos. Pelo contrário, a verdade é que eles têm ajudado a economia portuguesa
a desenvolver-se, ao trazerem novas metodologias, novas ideias e,
principalmente, experiencia e capacidade de trabalho que muitos portugueses não
têm.
Podemos
no entanto pensar que eles também nos fazem incorrer em custos, como por
exemplo na saúde, na educação, no caso de estarem também eles desempregados,
mas tal como nós também eles descontam para as finanças e para a segurança
social e também pagam impostos, como o IVA ou o IRS. Se formos a comparar os
números de 2011, talvez até fiquemos surpreendidos ao sabermos que a despesa
total em imigrantes foi de 729 milhões de euros e que as receitas através deles
arrecadadas foram de 1041 milhões de euros, tendo gerado neste ano um saldo
positivo de cerca de 311 milhões de euros.
Ao
contrário do que muita gente pensa, a presença de imigrantes em Portugal não é
nem próximo de uma situação de parasitismo social, como se costuma chamar. Muito
pelo contrário, é até benéfica para as contas do estado e para o
desenvolvimento da nossa sociedade.
Adriana Daniela Santos
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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