O consumo
privado é realizado por dois tipos de agentes económicos: as famílias e as
empresas. Em ambos os casos, para consumir é utilizado parte ou a totalidade do
rendimento disponível que detêm.
Em
cenário de crise económica é de esperar uma redução tanto do consumo privado
como do investimento. Existem vários motivos que podem ser responsáveis por
este comportamento, nomeadamente a corrida à poupança e o aumento do
desemprego. Percebemos que quando entramos num clima económico muito negativo o
medo que este provoca nos agentes económicos leva-os a não arriscar no
investimento e a guardar uma parte maior do seu rendimento, em forma de
poupança, para que possa ser utilizado futuramente numa situação imprevista ou
de aperto.
De
facto, o INE registou um aumento da poupança das famílias para 13,6% no 2º
trimestre de 2013. Este aumento tem subjacente a diminuição de 0,5% do consumo
privado efetuado pelas famílias. Isto pressupõe que a capacidade de
financiamento destes agentes económicos aumentou, no entanto a situação
financeira dos agregados familiares ainda regista uma taxa de -36,2%. Isto
indica a dificuldade económica em que muitas famílias portuguesas se encontram,
que na minha opinião se deve em grande medida ao esforço fiscal e financeiro
desmedido que é exigido pela TROIKA e aceite sem contestação pelo nosso
governo.
Após
uma queda colossal do investimento entre 2010 e 2012, justificada
principalmente pelo tombo do investimento empresarial, que surgiu da
deterioração das perspetivas de venda devido à incapacidade remuneratória para
consumo dos restantes agentes económicos e da previsão da não rendibilidade dos
investimentos, vemos agora um aumento do mesmo no segundo trimestre de 2013.
A
meu ver, Portugal está num ciclo vicioso do qual não consegue sair. A solução
seria o Estado promover o investimento, sobretudo empresarial, direcionado para
o aumento da produção e do emprego, que faria aumentar a capacidade financeira
das famílias e das empresas, que por sua vez iriam consumir mais e estimulando
os agentes para mais investimento.
O
que o nosso Governo está a conceber é um sufoco das empresas e das famílias
através da carga fiscal que as impede de consumir e investir, que provavelmente
iria libertar a nossa economia da situação drástica em que se encontra.
Sofia
Lopes
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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