Estudos
comprovam que os fatores económicos têm um papel importante na evolução da
criminalidade, ou seja, se uma economia está em crise ou não é possível
verificar que os dados da criminalidade foram afetados.
Segundo dados do Eurostat, em 2009,
foram registados 28 milhões de crimes na União Europeia. A partir de 2000, o
número de crimes aumentou até atingir um pico em 2002 e 2003, mas diminuiu
todos os anos até 2009. A descida mais acentuada verificou-se no roubo de
veículos (-26%), contudo os assaltos a residências aumentaram 3% e o tráfico de
droga 1%.
Em Portugal, os dados
disponibilizados pela Pordata, mostram que no século XXI, os valores foram
relativamente baixos. No entanto, entre 2008 e 2010 houve um pequeno aumento,
que coincidiu com a despoletar da crise financeira.
No nosso país, a criminalidade violenta
e grave, em 2012, desceu 7,8%. No entanto, em distritos como a Guarda e Castelo
Branco este tipo de criminalidade aumentou 43,8% e 32,4%, respetivamente. Antero
Luís, secretário – geral do sistema de segurança interna, justifica estes
aumentos expressivos no interior, devido à facilidade de deslocação e o facto
de a população ser idosa e frágil, ou seja, é mais vulnerável ao crime. Apesar
disto, pelo quarto ano consecutivo a criminalidade desceu em Portugal e é
considerado um “país seguro, quer no contexto europeu quer mundial”.
As
principais causas apontadas à criminalidade são: a pobreza e o desemprego, que
levam a que as pessoas recorram a atos criminosos para sobreviver e pagar as suas
dívidas; as diferenças étnicas e culturais, que muitas vezes servem de pretexto
para atitudes violentas; as complicadas relações entre familiares, amigos e
colegas, que atingem sobretudo os mais influenciáveis para as práticas
criminosas; e, também, a personalidade de cada um, onde alguns têm tendência a
ser mais agressivos e influenciáveis.
Este
problema trará consequências para o comportamento da população, nomeadamente ao
nível do medo, da insegurança e da desconfiança. Haverá mais tendência para as
pessoas não saírem de casa por temerem pelos seus bens e as próximas gerações
serão criadas no seio de famílias amedrontadas.
Para
combater a criminalidade, as entidades competentes devem reforçar o
patrulhamento e criar extensões das unidades especiais da PSP e GNR,
principalmente em zonas mais perigosas, acelerar o processo de condenação, criar
um sistema de trabalho social, principalmente para os jovens que cada vez mais cedo
entram no “mundo do crime”, entre outros.
Depois
de analisar os dados, não acho que a crise tenha afetado significativamente o
nosso país a nível de criminalidade, pois olhando as décadas de 80 e 90, onde o
número mínimo de crimes registados pela polícia judiciária foram 33720 e o
número máximo 79082, os 3779 crimes registados no ano 2009 (ano que despoletou
a crise) acabam por não ser um valor relevante. Logo, posso concluir que, na
Europa e em Portugal, a criminalidade não é um problema grave e ao longo dos
últimos anos o número de crimes tem baixado. A meu ver, a demora nos processos
de condenação é o principal problema da justiça portuguesa, o que demonstra a
sua ineficiência. A solução passa por uma melhor fiscalização e uma reforma
profunda do sistema judicial.
Sara
Gabriela Barbosa Viana
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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