A
diminuição drástica dos nascimentos e o aumento da esperança de vida fazem com
que seja impossível renovar as gerações, causando assim um efeito na composição
etária da população que marca o processo do envelhecimento demográfico com que
Portugal se depara.
Com uma
esperança de vida à nascença calculada em 76,3 anos para os homens e 82,4 anos
para as mulheres e com uma natalidade inferior ao necessário contribui para que
o número de pessoas idosas ultrapasse o número de jovens, segundo uma
estimativa do INE, em 2050, cerca de 80% da população portuguesa será
envelhecida e a idade média poderá situar-se nos 50 anos.
O que
leva as famílias a terem um menor número de filhos? No contexto atual do país,
a crise que este ultrapassa torna bastante fácil a resposta a esta questão. A
instabilidade dos empregos e o incremento do desemprego, o retardar da entrada
no mercado de trabalho, a dificuldade de conciliar a vida profissional com a
familiar e a progressão da carreira profissional constituem fatores a ponderar
na decisão de ter filhos.
O
envelhecimento demográfico surge, assim, como um fenómeno irreversível,
resultante sobretudo de baixos níveis de natalidade, dos quais o país não
consegue recuperar. Este envelhecimento leva a grandes impactos económicos
políticos e sociais. O problema que surge é como é que os governantes devem
agir perante este quadro social? É uma questão bastante complicada pois existem
problemas a serem considerados: com o aumento do número de idosos, haverá mais
a beneficiar de reformas; outro problema incide no aumento dos gastos com a
saúde pública, uma vez que a população mais velha necessita de mais cuidados de
saúde.
Fica
assim em causa tanto a sustentabilidade da segurança social como a estrutura da
despesa pública, sobrecarregada com a necessidade de aumentar os gastos com os
serviços de saúde associados à população idosa. Numa outra perspetiva, as
teorias macroeconómicas sugerem que o envelhecimento da população desacelera o
crescimento do país. A diminuição da produtividade, do espírito empreendedor e
de iniciativa são também consequências deste fenómeno que levam á diminuição do
crescimento económico.
É
necessário implementar políticas de ataque ao problema. Uma reação óbvia será
aumentar a natalidade. Acontece que em Portugal não existe preocupação com as
políticas sociais e de família, havendo necessidade de aumentar o orçamento
dedicado ao apoio às famílias. As autoridades públicas deverão olhar com uma
enorme seriedade para esta situação, na tentativa da construção de políticas
consistentes, naquilo que é uma lista limitada de opções existentes.
Marisa
Oliveira Couto
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
Sem comentários:
Enviar um comentário