O ambiente económico mudou, originando novas
atitudes em relação a temas como a mobilidade. Também as alterações fiscais.
Que o orçamento 2014 irá trazer, aumentando a carga fiscal dos veículos a
gasóleo, tornam a mobilidade eléctrica cada vez mais atractiva.
Ainda há algum desconhecimento por parte dos
agentes económicos em relação às opções eléctricas, pelo que, aliado a um preço
mais elevado, tornam a penetração deste segmento limitada. Não obstante, existe
uma oferta cada vez maior deste tipo de veículos, quer no segmento de duas
rodas, quer no de quatro rodas, que servem perfeitamente algumas necessidades
face á opção convencional de combustão. Se pensarmos que 80% das deslocações diárias
se situam abaixo dos 50 km ,
a opção eléctrica acaba por ser a mais favorável em termos de custo total por
km, apesar do custo de aquisição superior.
Do ponto de vista profissional, a opção eléctrica
pode ser mais vantajosa em algumas áreas. O segmento táxi ou serviços de
entregas são os melhores exemplos. No primeiro, para utilizações diárias que
não excedam os 200 km ,
é a solução mais rentável. Se pensarmos que o custo do combustível é superior a
30% dos custos de operação, a redução drástica deste factor produtivo pode
originar forte incremento da rentabilidade diária: um táxi que funcione 12
horas pode reduzir a actividade a oito para a mesma rendibilidade.
No caso das frotas dedicadas a entregas em
motorizadas no espaço urbano, autonomias superiores a 60 km são hoje um standard recorrendo a baterias de lítio.
Apesar do custo de aquisição ser superior ao de uma scooter normal, pode ser possível opção de financiamento cuja
mensalidade seja equiparável ao custo mensal de combustível e manutenção de uma
scooter ou mota convencional. Ainda
existe pouca oferta por parte das empresas de gestão de frota automóvel, que
ainda se mostram cépticas e solicitam um prémio de risco elevado. Mas assim que
a procura aumentar e o mercado de usados se tornar mais líquido, acabarão
também por oferecer soluções de financiamento competitivas.
Apesar do estado
ter acabado com os apoios á comercialização destas viaturas desde a chegada da
troika, esta tecnologia irá encontrar o seu lugar na sociedade portuguesa, quer
nas empresas, quer nas famílias. A redução dos custos, e a diminuição do risco
relacionados com a volatilidade dos preços do petróleo, que podem fazer
aumentar as despesas e diminuir a rendibilidade de uma empresa de um ano para o
outro, irão ser o suficiente para a evolução neste sector.
Esta mudança
também traz benefícios profundos à economia portuguesa no que diz respeito às
importações, já que uma parte relativamente grande das importações são
combustíveis fósseis.
Finalmente, o
mais importante será investir em investigação neste sector, já que todas
pessoas querem ter uma certa mobilidade, o que tornará este sector um dos mais
fortes em todo o mundo e com elevadas taxas de crescimento, e será uma nova
possibilidade para Portugal ter algo a dizer no mercado internacional de
automóveis.
Nuno Francisco Gonçalves Correia
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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