Quando estudamos uma transmissão
intergeracional da pobreza, a noção de pais
ultrapassa, neste caso, a existência de uma relação biológica ou de adopção
legal, questionando-se o indivíduo sobre a pessoa/pessoas, a quem este atribuía
a figura parental, no período de referência.
A pobreza,
enquanto conceito multidimensional, pode ser perspectivada de diferentes formas
e ser objecto de várias explicações.
A ideia de
transmissão intergeracional da pobreza e das desigualdades constitui um
particular domínio que resume a hipótese do risco de pobreza dos indivíduos reproduzir-se
de pais para filhos quando se encontra associado ao contexto social, económico
e educacional da família de origem.
Vamos então estudar a mobilidade social e escolar intergeracional e
relacionar com a taxa de risco de pobreza/transmissão da pobreza.
De acordo com dados tornados
públicos em 2004, nos extremos temos uma mobilidade social e escolar
descendente/estacionária ou mobilidade social e escolar ascendente, com taxas
de risco de pobreza associadas de 14,6% e 12% respectivamente. No meio, é de
realçar o peso da mobilidade social, ao invés da mobilidade escolar, ou seja
indivíduos com mobilidade escolar ascendente mas com mobilidade social
descendente/estacionária têm uma taxa de risco de pobreza mais elevado do que
indivíduos com mobilidade social ascendente e moblidade escolar descendente/
estacionária.
Podemos então concluir que
para uma transmissão da pobreza é necessário ter em conta vários factores, como
a situação familiar do indivíduo, o número de pais que trabalham do agregado
familiar, os cargos que estes ocupam e o nível de educação dos pais.
Tendo em conta os estudos, o
peso da situação social no risco de pobreza sobrepõe-se à situação escolar, o
que evidencia, na minha opinião, a falta de incentivos para continuar a alargar
os estudos, uma mobilidade escolar ascendente.
Frederico Pires
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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