sábado, 25 de outubro de 2008

As “aparentes” e mais actuais “soluções” europeias para a crise!

Actualmente, como todos nós sabemos e presenciámos, estamos perante uma crise a nível global, crise esta que afecta em primeira instância o mercado financeiro, que por sua vez repercute os seus efeitos (nefastos) a todos os níveis.
Em virtude desta eventual crise temos vindo a verificar um esforço, por parte dos governos dos vários países, em encontrar soluções para amenizar os efeitos da recessão que provavelmente se poderá vir a manifestar num muito curto prazo.
Debruçando-nos um pouco sobre a problemática na Europa, temos que os governos europeus declararam estratégias que vão levar a Europa a mobilizar uma verba de quase 15% do PIB europeu.
Quais e como os países contribuem para esta mobilização colossal?
O governo alemão ajuda com um montante de 500 mil milhões de euros.
O Bundesbank (Banco Central alemão) dá garantias para empréstimos interbancários de curto prazo. O valor total previsto é de 400 mil milhões de euros, podendo chegar a, no máximo, 420 mil milhões. Outros 70 mil milhões de euros serão destinados à compra de papéis podres de instituições bancárias. O valor pode ser ampliado em mais 10 mil milhões.
A Espanha anunciou a criação de uma linha de garantia às operações de financiamento entre os bancos no montante de 100 mil milhões de euros. Tendo também um fundo de Tesouro que disporá 50 mil milhões de euros para comprar activos espanhóis aos bancos sedeados no país, facilitando-lhes o acesso a liquidez.
O governo francês prometeu colocar de lado 360 mil milhões de euros. O plano inclui um valor máximo de 320 mil milhões de euros para garantias destinadas a restabelecer a confiança no mercado de crédito interbancário e estimular os empréstimos entre instituições financeiras e de bancos a empresas e pessoas. Estando 40 mil milhões reservados a eventuais entradas no capital das instituições mais fragilizadas.
O governo português para já apenas está a disponibilizar garantias estatais para facilitar a obtenção de empréstimos por parte da banca, no valor de 20 mil milhões de euros.
Em relação ao Reino Unido temos que o valor total do pacote britânico soma 500 mil milhões de libras esterlinas. O Estado destinará 50 mil milhões de libras para comprar acções preferenciais sem direito a voto em oito grandes bancos britânicos. Outros 250 mil milhões de libras esterlinas garantirão novos créditos aos bancos. E ao menos 200 mil milhões de libras serão reservados para dar liquidez ao mercado. A garantia para os depósitos bancários passou de 35 mil para 50 mil libras.
Outros países como Áustria, Bélgica, Eslovénia, Grécia, Holanda, Irlanda, Islândia, Itália e a Rússia contribuem para os 15% do PIB que serão mobilizados.
E para quê mobilizar estes 15% do PIB?
Esta mobilização surgida numa minicúpula em Paris, na qual os países europeus tentaram encontrar possíveis soluções para amenizar a crise, tendo como base/objectivos essenciais, a protecção dos seus bancos, salvando os bancos através da injecção de dinheiro, e as garantias para empréstimos interbancários cuja estagnação é uma das principais causas da crise.
Quem irá suportar a mobilização desta verba colossal?
Em virtude de “curar” (leia-se solucionar) as feridas do sector financeiro, esta mobilização será suportada pelas gerações futuras.
Desta forma a crise perpetuar-se-á para um futuro longínquo, mesmo que os países estabeleçam acordos e arranjem soluções aparentemente consistentes e viáveis.

Andreia Patrícia Costa Dias
andreiapcd@portugalmail.pt
(artigo de opinião)

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