«Economia cresce entre 0,9% e 1,1% em 2008
Crise. Governo revê em baixa economia e mantém défice em 2,2%
A 15 dias da apresentação do Orçamento para 2009, o Governo reviu, em forte baixa, o crescimento da economia para o corrente ano e mantém o défice das contas estatais em 2,2% do PIB, graças a excedentes da Segurança Social. Teixeira dos Santos, ministro das Finanças, admite agora uma expansão da economia entre os 0,9% e 1,1% face a 2007, de acordo com o Procedimento dos Défices Excessivos, ontem remetido para Bruxelas.
Pela terceira vez este ano, o Executivo remexe nas previsões, com a economia a perder metade do impulso herdado de 2007.Em Outubro do ano passado, Sócrates previu um acréscimo de 2,2% para 2008. Mas em Maio último reviu para 1,5% e já no início de Setembro, o Primeiro-ministro refere que a economia deverá crescer entre 1,2% e 1,5%. Mas ontem, o Executivo admitiu que a economia pode, afinal, crescer abaixo de 1%.
É o resultado de anemias no consumo dos portugueses, do Estado e pouco gás nas exportações com os mercados de destino em crise, acusarem quebras na procura, como sucede em Espanha, Alemanha e França.
Os gastos da Administração Central - Estado, Fundos e Serviços Autónomos, por onde se processam salários, investimentos do Estado e transferências - superam as receitas, principalmente em impostos, em cinco mil milhões de euros, 2,9% do PIB. Representa um défice de mais 153 milhões de euros para além do previsto.
São as contas da Segurança Social que salva o défice público. Mais de 1,23 mil milhões de euros - dos quais 422,7 milhões de euros herdados do ano passado - levam o défice final para os 2,2% do PIB, já previstos desde Maio. Crescimento das contribuições e cortes nos gastos com o desemprego e subsídio de doença explicam o desempenho das contas tuteladas pelo ministro Vieira da Silva.
O Governo vai investir mais do que o previsto, mas, em contrapartida, gastará mais 60 milhões de euros em juros. No total em juros para remunerar os títulos da dívida-que ascende a 107,7mil milhões de euros, 63,5% do PIB - as Finanças despendem este ano 49 mil milhões de euros, o suficiente para pagar o novo aeroporto de Alcochete.»
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(reprodução integral de notícia do Diário Notícias de 08/09/30)
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