Nos tempos que correm, tem-se questionado bastante se o mercado imobiliário se encontra em crise ou não.
Sendo este considerado como que um “impulsionador” da economia, pode reflectir o estado da mesma em determinado país, ou seja, se este se encontra em crescimento ou se está prestes a entrar em recessão económica.
No momento, segundo alguns analistas, o mercado imobiliário encontra-se estável. Isto deve-se, em grande parte, aos descontos que as empresas vão podendo apresentar, pois produzem em grandes quantidades; e ainda devido à sua estratégia económica de centralizar a sua produção para habitações de qualidade média alta, tendo já em vista as classes sociais mais elevadas cuja situação financeira é boa e, por esse motivo, continuam a procurar a sua própria habitação.
No entanto, há também quem afirme que "já assistimos a um abrandamento do número de contratos habitação" (como refere Cristina Casalinho, chefe da equipa de estudos económicos e financeiros do banco BPI).
As famílias já não recorrerem tanto a créditos habitação devido à perda do seu poder de compra, pois grande parte dos seus rendimentos são direccionados para o consumo de bens essenciais, não conseguindo poupar o suficiente para pagar as prestações mensais a que o crédito obriga.
Outro ponto que “impede” muitas famílias de recorrerem ao crédito habitação neste momento é a falta de confiança associada ao facto de as taxas de juro serem variáveis e estarem com tendência a subir. A taxa EURIBOR a seis meses, que está associada à grande parte dos créditos habitação em Portugal, já variou de 2.3% (média em Outubro de 2005) até 5,063 do passado dia 20 de Outubro.
Assim as famílias vêem as suas prestações mensais aumentarem para valores cada vez mais difíceis de suportar e algumas destas estão mesmo em risco de perder os seus imóveis.
Importante ainda referir que a obtenção de créditos tem-se tornado cada vez mais difícil, os bancos “jogam cada vez mais pelo seguro”, procuram cada vez mais garantias de que as famílias consigam cumprir os contratos até ao fim.
Com isto, as famílias deparam-se cada vez mais com uma grande questão: recorrer ao crédito habitação ou ao mercado de arrendamento?
Assim, as grandes diferenças entre ambos são a divergência das prestações mensais pagas e o facto de no final ter-se ou não uma habitação própria.
Ao arrendar um imóvel as famílias pagam uma prestação mensal menor, no entanto, estão a pagar algo que nunca vai ser delas, e neste sentido correm ainda o risco de os senhorios aumentarem as prestações ou chegarem mesmo ao extremo de pedir que as famílias abandonem o imóvel. Contudo apresenta uma grande vantagem em relação ao crédito habitação, isto é, como as prestações mensais são menores as famílias têm a possibilidade de direccionarem algumas das suas poupanças para o investimento.
Com tudo isto, o que é preferível? Depende das preferências e opções de vida das famílias.
Porém, há algo que pode fazer tender esta questão para um dos lados. Refiro-me à mais recente medida implementada pelo Estado, direccionada especialmente para o crédito habitação visa minimizar os problemas das famílias ajudando-as a “combater” a subida das taxas de juro, através, por exemplo, do alargamento do prazo do contrato, recurso à taxa fixa, amortizações, entre outras. Com esta medida torna-se mais fácil para as famílias que já têm crédito, negociar os termos dos seus contratos sem terem custos extras ou outro tipo de obrigações para com a entidade credora.
Conclui-se então que é uma medida especialmente pensada para as famílias mais carenciadas.
A questão ainda paira no ar, crédito habitação ou arrendamento de imóveis? Uma casa, dois caminhos, uma escolha difícil.
O necessário é que o mercado imobiliário continue estável para que a saúde da economia portuguesa não se degrade ainda mais.
António David Pereira Esteves
adp.esteves@sapo.pt
Sendo este considerado como que um “impulsionador” da economia, pode reflectir o estado da mesma em determinado país, ou seja, se este se encontra em crescimento ou se está prestes a entrar em recessão económica.
No momento, segundo alguns analistas, o mercado imobiliário encontra-se estável. Isto deve-se, em grande parte, aos descontos que as empresas vão podendo apresentar, pois produzem em grandes quantidades; e ainda devido à sua estratégia económica de centralizar a sua produção para habitações de qualidade média alta, tendo já em vista as classes sociais mais elevadas cuja situação financeira é boa e, por esse motivo, continuam a procurar a sua própria habitação.
No entanto, há também quem afirme que "já assistimos a um abrandamento do número de contratos habitação" (como refere Cristina Casalinho, chefe da equipa de estudos económicos e financeiros do banco BPI).
As famílias já não recorrerem tanto a créditos habitação devido à perda do seu poder de compra, pois grande parte dos seus rendimentos são direccionados para o consumo de bens essenciais, não conseguindo poupar o suficiente para pagar as prestações mensais a que o crédito obriga.
Outro ponto que “impede” muitas famílias de recorrerem ao crédito habitação neste momento é a falta de confiança associada ao facto de as taxas de juro serem variáveis e estarem com tendência a subir. A taxa EURIBOR a seis meses, que está associada à grande parte dos créditos habitação em Portugal, já variou de 2.3% (média em Outubro de 2005) até 5,063 do passado dia 20 de Outubro.
Assim as famílias vêem as suas prestações mensais aumentarem para valores cada vez mais difíceis de suportar e algumas destas estão mesmo em risco de perder os seus imóveis.
Importante ainda referir que a obtenção de créditos tem-se tornado cada vez mais difícil, os bancos “jogam cada vez mais pelo seguro”, procuram cada vez mais garantias de que as famílias consigam cumprir os contratos até ao fim.
Com isto, as famílias deparam-se cada vez mais com uma grande questão: recorrer ao crédito habitação ou ao mercado de arrendamento?
Assim, as grandes diferenças entre ambos são a divergência das prestações mensais pagas e o facto de no final ter-se ou não uma habitação própria.
Ao arrendar um imóvel as famílias pagam uma prestação mensal menor, no entanto, estão a pagar algo que nunca vai ser delas, e neste sentido correm ainda o risco de os senhorios aumentarem as prestações ou chegarem mesmo ao extremo de pedir que as famílias abandonem o imóvel. Contudo apresenta uma grande vantagem em relação ao crédito habitação, isto é, como as prestações mensais são menores as famílias têm a possibilidade de direccionarem algumas das suas poupanças para o investimento.
Com tudo isto, o que é preferível? Depende das preferências e opções de vida das famílias.
Porém, há algo que pode fazer tender esta questão para um dos lados. Refiro-me à mais recente medida implementada pelo Estado, direccionada especialmente para o crédito habitação visa minimizar os problemas das famílias ajudando-as a “combater” a subida das taxas de juro, através, por exemplo, do alargamento do prazo do contrato, recurso à taxa fixa, amortizações, entre outras. Com esta medida torna-se mais fácil para as famílias que já têm crédito, negociar os termos dos seus contratos sem terem custos extras ou outro tipo de obrigações para com a entidade credora.
Conclui-se então que é uma medida especialmente pensada para as famílias mais carenciadas.
A questão ainda paira no ar, crédito habitação ou arrendamento de imóveis? Uma casa, dois caminhos, uma escolha difícil.
O necessário é que o mercado imobiliário continue estável para que a saúde da economia portuguesa não se degrade ainda mais.
António David Pereira Esteves
adp.esteves@sapo.pt
(artigo de opinião)
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