Sabemos que com a crise financeira o investimento privado em Portugal tornou-se mais difícil. Por um lado, temos os investidores privados que, devido ao facto de ser mais difícil obter um financiamento bancário não conseguem obter o capital que necessitam, no outro temos os bancos a tentarem minimizar as suas perdas, acautelando a atribuição de créditos, subindo os juros e aumentando exponencialmente os custos de comissões dificultando desta forma o recurso ao mesmo. Esta situação não se deve ao facto de Portugal ter bancos a falir, mas sim devido a um problema de crédito escasso e caro.
Os efeitos da crise manifestam-se já, e de uma forma preocupante, ao nível das PME, sendo que existe mesmo o risco de várias empresas fecharem, num curto espaço de tempo caso não obtenham apoios. Na verdade, são estas que constituem grande parte da indústria portuguesa (cerca de 98%) e, segundo dados do INE, de 2004, existem em Portugal cerca de 292.865 PME, responsáveis por gerarem mais de 75% do emprego e 55% do volume de negócios.
Face a estas perspectivas e com a actual situação financeira, o não auxílio a estas entidades pode levar a menores níveis de emprego e salários, dificultando o crescimento económico não só em Portugal mas também em toda a UE.
Na verdade, as PME têm verificado sérias dificuldades de acesso ao crédito e, mesmo aquelas que já tinham recorrido ao crédito têm visto, devido ao aumento das taxas de juro, e comissões, o encargo com os créditos aumentarem, a sua situação financeira ainda mais difícil.
Uma forma de investimento nestas empresas, para além do financiamento bancário seria, por exemplo a redução da carga fiscal. No entanto, esta medida já foi tomada para alguns casos com a descida do IRC em cinco pontos percentuais, passando de 25% para 12,5% nos primeiros 12.500 € de matéria colectável. Para além do mais, procedeu-se a uma alteração da forma de cálculo do IRC que passará agora a ser dividido em duas partes. De acordo com o Primeiro-ministro, esta medida irá beneficiar cerca de 80% das empresas, uma vez que verão reduzida para metade o esforço para o pagamento desse imposto. Podemos considerar também o anúncio da antecipação do IRC por forma de pagamentos por conta e o apoio ao financiamento de projectos de forma a tornar estas empresas mais competitivas, situação esta que pode levar ao aumento das exportações. Uma outra medida também anunciada pelo Governo foi o alargamento da linha de crédito para as PME, aumentada para 1.000 milhões € a uma taxa abaixo da Euribor (co-financiada pelos fundos comunitários do QREN).
Actualmente, Portugal tem vindo a perder terreno no ranking da competitividade, surgindo no 43º lugar (em 134, recuando 3 lugares) a um nível mundial e no 17º lugar entre os 27 estados membros da UE.
O aumento de algumas matérias-primas essenciais para as linhas de produção é um factor que também pode ser considerado em parte responsável por esta situação. Podemos tomar como exemplo o novo aumento de 8,7% do gás natural que poderá originar situações em que as empresas poderão ficar sem outra alternativa se não reduzir o consumo do mesmo, através de alterações tecnológicas ou alterarem os seus produtos de forma a reduzirem os níveis de consumo. Caso não consigam aplicar alguma destas soluções, uma vez que nem todas as empresas têm capacidade para procederem às mesmas, ficam com duas alternativas: fecharem ou pararem algumas das linhas de produção mais dependentes do gás natural, que poderá ser a solução que se poderá verificar mais vezes.
António Alfaiate, membro da AIP defende que “numa altura em que as dificuldades de acesso ao crédito se têm agravado, como consequência da crise do subprime, em que as empresas se debatem com o agravamento dos custos das matérias-primas e perdem competitividade lá fora, bem como oportunidades de entrada em novos mercados, os apoios ao financiamento são essenciais".
Bruna Isabel Dias da Silva
brunisah@hotmail.com
Os efeitos da crise manifestam-se já, e de uma forma preocupante, ao nível das PME, sendo que existe mesmo o risco de várias empresas fecharem, num curto espaço de tempo caso não obtenham apoios. Na verdade, são estas que constituem grande parte da indústria portuguesa (cerca de 98%) e, segundo dados do INE, de 2004, existem em Portugal cerca de 292.865 PME, responsáveis por gerarem mais de 75% do emprego e 55% do volume de negócios.
Face a estas perspectivas e com a actual situação financeira, o não auxílio a estas entidades pode levar a menores níveis de emprego e salários, dificultando o crescimento económico não só em Portugal mas também em toda a UE.
Na verdade, as PME têm verificado sérias dificuldades de acesso ao crédito e, mesmo aquelas que já tinham recorrido ao crédito têm visto, devido ao aumento das taxas de juro, e comissões, o encargo com os créditos aumentarem, a sua situação financeira ainda mais difícil.
Uma forma de investimento nestas empresas, para além do financiamento bancário seria, por exemplo a redução da carga fiscal. No entanto, esta medida já foi tomada para alguns casos com a descida do IRC em cinco pontos percentuais, passando de 25% para 12,5% nos primeiros 12.500 € de matéria colectável. Para além do mais, procedeu-se a uma alteração da forma de cálculo do IRC que passará agora a ser dividido em duas partes. De acordo com o Primeiro-ministro, esta medida irá beneficiar cerca de 80% das empresas, uma vez que verão reduzida para metade o esforço para o pagamento desse imposto. Podemos considerar também o anúncio da antecipação do IRC por forma de pagamentos por conta e o apoio ao financiamento de projectos de forma a tornar estas empresas mais competitivas, situação esta que pode levar ao aumento das exportações. Uma outra medida também anunciada pelo Governo foi o alargamento da linha de crédito para as PME, aumentada para 1.000 milhões € a uma taxa abaixo da Euribor (co-financiada pelos fundos comunitários do QREN).
Actualmente, Portugal tem vindo a perder terreno no ranking da competitividade, surgindo no 43º lugar (em 134, recuando 3 lugares) a um nível mundial e no 17º lugar entre os 27 estados membros da UE.
O aumento de algumas matérias-primas essenciais para as linhas de produção é um factor que também pode ser considerado em parte responsável por esta situação. Podemos tomar como exemplo o novo aumento de 8,7% do gás natural que poderá originar situações em que as empresas poderão ficar sem outra alternativa se não reduzir o consumo do mesmo, através de alterações tecnológicas ou alterarem os seus produtos de forma a reduzirem os níveis de consumo. Caso não consigam aplicar alguma destas soluções, uma vez que nem todas as empresas têm capacidade para procederem às mesmas, ficam com duas alternativas: fecharem ou pararem algumas das linhas de produção mais dependentes do gás natural, que poderá ser a solução que se poderá verificar mais vezes.
António Alfaiate, membro da AIP defende que “numa altura em que as dificuldades de acesso ao crédito se têm agravado, como consequência da crise do subprime, em que as empresas se debatem com o agravamento dos custos das matérias-primas e perdem competitividade lá fora, bem como oportunidades de entrada em novos mercados, os apoios ao financiamento são essenciais".
Bruna Isabel Dias da Silva
brunisah@hotmail.com
(artigo de opinião)
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