Como era previsível, a descida das taxas de juro por parte do Banco Central Europeu (BCE), não se reflectiu numa redução das taxas de mercado, antes pelo contrário as taxas – Euribor e Libor- subiram aumentando a sua distância das taxas de referência.
O mecanismo de transmissão das taxas dos bancos centrais às taxas de mercado está seriamente danificado, e a prova disso, foi a confirmação que os juros não baixam, apesar das medidas dos bancos centrais. A política monetária não está a funcionar e a política orçamental está limitada pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento, pelo que se torna difícil combater esta crise.
As taxas Euribor nunca estiveram tão altas. O perigo não reside neste facto, mas sim, na distância que separa a taxa do BCE da taxa do mercado, isto é, a distância entre a taxa que o BCE empresta dinheiro aos bancos e os juros que os bancos cobram quando emprestam dinheiro entre si, às famílias e empresas. Em Janeiro, a taxa do BCE estava nos 4%,enquanto que a taxa Euribor estava nos 4,6%. Agora a taxa do BCE está nos 3.75% e a taxa Euribor está nos 5,4%, ou seja, a diferença quase que triplicou. Nos Estados Unidos, a situação ainda é mais grave, uma vez que o FED cobra a 1,5% e as taxas de mercado estão nos 4,75%.
O facto pelo qual uma taxa deixou de acompanhar a outra já foi amplamente divulgado: o crédito está congelado, os bancos não emprestam entre si, e os que emprestam cobram prémios de risco muito elevados, tal a desconfiança que está instalada no mercado.
Os bancos centrais estão manietados, os instrumentos que dispõem não põem os mercados a funcionar. Daí o recurso a medidas excepcionais: o FED começou a emprestar directamente às empresas com a decisão de criar um fundo através do qual desconta papel comercial das empresas - está a emprestar directamente às empresas como se fosse um banco comercial. O membro da Comissão Executiva do BCE Lorenzo Bini Smaghi defendeu em entrevista ao Il Sole 24 Ore a fixação administrativa de uma taxa de juro para o crédito às famílias, uma vez que a Euribor deixou de acompanhar a taxa do BCE.
A situação actual é insustentável, e é necessária uma intervenção eficaz de modo a acabar com a injustiça das famílias não estarem a pagar menos pelos seus empréstimos, pois os bancos hoje estão a financiar-se essencialmente no BCE mas continuam a cobrar prestações mensais a taxas de mercado.
Os bancos parecem não ligar às medidas do BCE. A desconfiança é mais forte. Se esta tendência se confirmar e a diferença entre a Euribor e a taxa de juro de referência se mantiver, o papel dos bancos centrais está em xeque. A sua capacidade de influenciar o mercado interbancário e os juros que passam para a economia real pode estar em causa. Jean-Claude Trichet pode ficar na história como o presidente do BCE que marcou o início do fim do sistema financeiro europeu tal como o conhecemos.
O mecanismo de transmissão das taxas dos bancos centrais às taxas de mercado está seriamente danificado, e a prova disso, foi a confirmação que os juros não baixam, apesar das medidas dos bancos centrais. A política monetária não está a funcionar e a política orçamental está limitada pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento, pelo que se torna difícil combater esta crise.
As taxas Euribor nunca estiveram tão altas. O perigo não reside neste facto, mas sim, na distância que separa a taxa do BCE da taxa do mercado, isto é, a distância entre a taxa que o BCE empresta dinheiro aos bancos e os juros que os bancos cobram quando emprestam dinheiro entre si, às famílias e empresas. Em Janeiro, a taxa do BCE estava nos 4%,enquanto que a taxa Euribor estava nos 4,6%. Agora a taxa do BCE está nos 3.75% e a taxa Euribor está nos 5,4%, ou seja, a diferença quase que triplicou. Nos Estados Unidos, a situação ainda é mais grave, uma vez que o FED cobra a 1,5% e as taxas de mercado estão nos 4,75%.
O facto pelo qual uma taxa deixou de acompanhar a outra já foi amplamente divulgado: o crédito está congelado, os bancos não emprestam entre si, e os que emprestam cobram prémios de risco muito elevados, tal a desconfiança que está instalada no mercado.
Os bancos centrais estão manietados, os instrumentos que dispõem não põem os mercados a funcionar. Daí o recurso a medidas excepcionais: o FED começou a emprestar directamente às empresas com a decisão de criar um fundo através do qual desconta papel comercial das empresas - está a emprestar directamente às empresas como se fosse um banco comercial. O membro da Comissão Executiva do BCE Lorenzo Bini Smaghi defendeu em entrevista ao Il Sole 24 Ore a fixação administrativa de uma taxa de juro para o crédito às famílias, uma vez que a Euribor deixou de acompanhar a taxa do BCE.
A situação actual é insustentável, e é necessária uma intervenção eficaz de modo a acabar com a injustiça das famílias não estarem a pagar menos pelos seus empréstimos, pois os bancos hoje estão a financiar-se essencialmente no BCE mas continuam a cobrar prestações mensais a taxas de mercado.
Os bancos parecem não ligar às medidas do BCE. A desconfiança é mais forte. Se esta tendência se confirmar e a diferença entre a Euribor e a taxa de juro de referência se mantiver, o papel dos bancos centrais está em xeque. A sua capacidade de influenciar o mercado interbancário e os juros que passam para a economia real pode estar em causa. Jean-Claude Trichet pode ficar na história como o presidente do BCE que marcou o início do fim do sistema financeiro europeu tal como o conhecemos.
Ricardo Jorge Mendes Moreira
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