O Banco Central Europeu decidiu retirar as condições extraordinárias que concedeu no crédito junto á banca, uma medida que tem como intuito principal retirar do mercado o excesso de liquidez que poderia levar a inflação e bolhas no mercado financeiro. No entanto, Jean-Claude Trichet, presidente do BCE, garante que nos próximos meses a liquidez continuará abundante.
Esta medida pode ser vista como uma resposta ao início do fim da crise financeira, abandonando as ajudas que estavam a ser dadas aos bancos. Estes terão agora que procurar financiamento junto aos mercados de crédito, deixando assim que o mercado caminhe para o equilíbrio de liquidez e taxas de juro. Contudo, surgem algumas desconfianças de como esta medida pode agravar a inflação para os próximos anos, isto porque esta medida deixa a entender que o BCE se está a proteger de um eventual aumento das taxas de juro. Ao manterem-se os empréstimos á banca a taxas fixas, poderia haver uma corrida por parte dos bancos a financiamento junto do BCE para obterem financiamento a baixo preço. Este regresso por parte das instituições bancárias a obterem financiamento junto aos mercados de crédito trás alguns problemas para os bancos, como declara o economista Don Smith ao Financial Times, "há determinados bancos que vão conseguir obter financiamento (nos mercados de crédito) a níveis relativamente baratos, isto porque têm balanços fortes","Por outro lado, alguns dos bancos mais pequenos poderão ter dificuldades em financiar". Desta forma estes bancos poderão passar por dificuldades já que também não podem contar com o apoio do Estado e dos Bancos Centrais. Os investidores irão agora ser mais cuidadosos na escolha dos bancos que dão melhores garantias do cumprimento de responsabilidades.
O BES, um dos maiores bancos em Portugal, pelas palavras do seu administrador financeiro Amílcar Morais Pires, assume-se preparado para esta medida, "temos um plano de financiamento. Esta emissão (de dívida sénior) que fizemos já faz parte do plano de refinanciamento para 2010."
O fim das medidas extraordinárias por parte do BCE vai levar ao aumento das taxas Euribor, os indexantes mais usados nos empréstimos em Portugal, e irá assim reflectir-se junto do crédito concedido aos consumidores e empresas tornando-o mais caro. As empresas portuguesas podem ficar numa situação mais complicada em comparação com as congéneres europeias, a nossa economia é pequena e existe uma grande incerteza em relação ao futuro, o que levará a que as restrições ao crédito em Portugal sejam superiores às existentes na Zona Euro. Por cá, as restrições no acesso ao crédito bancário aumentaram no terceiro trimestre de 2009, na Zona Euro tem-se verificado o oposto, com a diminuição das restrições ao crédito. O aumento das taxas Euribor vai levar também ao aumento dos encargos com os empréstimos, a Euribor a três e seis meses encontram-se abaixo de 1% que é o nível actual determinado pelo BCE, sendo estes indexantes utilizados nos empréstimos à habitação, antevê-se assim um aumento dos encargos das famílias com as prestações bancárias.
O aumento das taxas de juro leva também a benefícios, a subidas dos juros valorizam as poupanças, e com esta crise no sector financeiro muitos investidores abandonaram o mercado bolsista e transferiram as suas poupanças para produtos mais seguros como os depósitos, tornando neste ponto de vista benéfica a medida tomada pelo BCE.
Esta medida pode ser vista como uma resposta ao início do fim da crise financeira, abandonando as ajudas que estavam a ser dadas aos bancos. Estes terão agora que procurar financiamento junto aos mercados de crédito, deixando assim que o mercado caminhe para o equilíbrio de liquidez e taxas de juro. Contudo, surgem algumas desconfianças de como esta medida pode agravar a inflação para os próximos anos, isto porque esta medida deixa a entender que o BCE se está a proteger de um eventual aumento das taxas de juro. Ao manterem-se os empréstimos á banca a taxas fixas, poderia haver uma corrida por parte dos bancos a financiamento junto do BCE para obterem financiamento a baixo preço. Este regresso por parte das instituições bancárias a obterem financiamento junto aos mercados de crédito trás alguns problemas para os bancos, como declara o economista Don Smith ao Financial Times, "há determinados bancos que vão conseguir obter financiamento (nos mercados de crédito) a níveis relativamente baratos, isto porque têm balanços fortes","Por outro lado, alguns dos bancos mais pequenos poderão ter dificuldades em financiar". Desta forma estes bancos poderão passar por dificuldades já que também não podem contar com o apoio do Estado e dos Bancos Centrais. Os investidores irão agora ser mais cuidadosos na escolha dos bancos que dão melhores garantias do cumprimento de responsabilidades.
O BES, um dos maiores bancos em Portugal, pelas palavras do seu administrador financeiro Amílcar Morais Pires, assume-se preparado para esta medida, "temos um plano de financiamento. Esta emissão (de dívida sénior) que fizemos já faz parte do plano de refinanciamento para 2010."
O fim das medidas extraordinárias por parte do BCE vai levar ao aumento das taxas Euribor, os indexantes mais usados nos empréstimos em Portugal, e irá assim reflectir-se junto do crédito concedido aos consumidores e empresas tornando-o mais caro. As empresas portuguesas podem ficar numa situação mais complicada em comparação com as congéneres europeias, a nossa economia é pequena e existe uma grande incerteza em relação ao futuro, o que levará a que as restrições ao crédito em Portugal sejam superiores às existentes na Zona Euro. Por cá, as restrições no acesso ao crédito bancário aumentaram no terceiro trimestre de 2009, na Zona Euro tem-se verificado o oposto, com a diminuição das restrições ao crédito. O aumento das taxas Euribor vai levar também ao aumento dos encargos com os empréstimos, a Euribor a três e seis meses encontram-se abaixo de 1% que é o nível actual determinado pelo BCE, sendo estes indexantes utilizados nos empréstimos à habitação, antevê-se assim um aumento dos encargos das famílias com as prestações bancárias.
O aumento das taxas de juro leva também a benefícios, a subidas dos juros valorizam as poupanças, e com esta crise no sector financeiro muitos investidores abandonaram o mercado bolsista e transferiram as suas poupanças para produtos mais seguros como os depósitos, tornando neste ponto de vista benéfica a medida tomada pelo BCE.
Francisco Guerreiro
[artigo de opinião produzido no âmbito da u.c. "Economia Portuguesa e Europeia", do Curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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