terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Desemprego na região Norte do país

Embora o desemprego seja uma realidade que se distribui um pouco por todo o território português, observa-se que este tende a apresentar valores mais elevados na região Norte do país. Segundo o Instituto Nacional de Estatística, a taxa de desemprego dessa região no 3º trimestre deste ano alcança os 11,6%, destacando-se assim como a taxa de desemprego mais elevada do país. Que causas contribuirão para tal realidade? Que soluções poderão atenuar tal situação?
A população activa da região Norte é essencialmente caracterizada por uma baixa escolaridade, grande maioria com o 2º ou 3º ciclo básico, e uma reduzida remuneração. A falta de instrução contribui para que esta população activa seja pouco atractiva para as entidades empregadoras, uma vez que um baixo nível de escolaridade revela dificuldade em elaborar determinadas tarefas mais complexas. A reduzida remuneração da população conduz a um baixo poder de compra, o que se reflecte numa procura e consumo reduzidos.
As indústrias da região Norte do país, tal como as várias indústrias nacionais, têm vindo a demonstrar grandes dificuldades de competitividade, devido essencialmente ao aumento da concorrência do exterior. Esta concorrência e falta de competitividade contribuíram para a falência de várias empresas e consequente desemprego dos seus trabalhadores.
A falta de instrução por parte da mão-de-obra e a concorrência internacional são dois dos factores que contribuem para a elevada taxa de desemprego verificada na região Norte, porém não serão os únicos. Várias poderão ser as medidas a estabelecer para atenuar esta realidade. O aumento da instrução através do incentivo à formação profissional e ao estudo prolongado ou o estabelecimento de ajudas para as empresas fragilizadas poderão ser umas destas medidas.
Portugal deverá procurar aumentar a competitividade das suas indústrias, através da aposta em inovação tecnológica, conseguindo novos produtos e processos produtivos. O aumento da qualificação dos trabalhadores é outra alteração necessária, uma vez que a inovação tecnológica só será rentável se os trabalhadores a conseguirem acompanhar. Assim, a indústria portuguesa deverá procurar marcar a diferença em relação aos restantes países, diferença esta que poderá desenvolver-se através da qualidade dos nossos produtos, da inovação, de novas técnicas de produção, da aposta em técnicas de marketing, entre outras.
É necessário intervir de modo a atenuar a taxa de desemprego da região Norte do país. Não podemos esperar que o tempo passe na expectativa de a situação se poder alterar. As medidas a impor poderão ser muitas e deverão procurar uma maior instrução e mobilidade da mão-de-obra e um aumento da competitividade das empresas portuguesas.

Magali Rodrigues
[artigo de opinião produzido no âmbito da u.c. "Economia Portuguesa e Europeia", do Curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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