A taxa de desemprego em Portugal atingiu 10,2 por cento em Outubro, indicam números do Gabinete de Estatística da União Europeia, publicados na passada terça feira.
Na Zona Euro, o desemprego manteve-se estável em Outubro, face ao mês anterior, situando-se nos 9,8 por cento, a taxa mais elevada desde Janeiro de 1999. Nos 27 países-membros da União Europeia, a taxa de desemprego elevou-se para 9,3 por cento em Outubro, contra 9,2 em Setembro, sendo desde logo desigual aos 7,3 por cento apresentados em Outubro de 2008.
A série histórica fornecida pelo Eurostat revela assim um desemprego recorde em Portugal. A taxa de desemprego nunca se tinha exibido acima dos 10 por cento, desde 1983, ano em que o instituto começou a recolher os dados periodicamente.
Os valores registados em Portugal não deixam de ser uma surpresa, tendo em conta o relatório do Eurostat referente ao mês de Setembro que, à semelhança daqueles que durante o ano o tinham antecedido, nos apresentava uma taxa de desemprego, em Portugal, que parecia resistir à crise, que teimava manter-se agarrada aos nove por cento e se mantinha heroicamente abaixo da média europeia a dezasseis e que até parecia resistir à média europeia a vinte e sete. Tudo em perfeita consonância com o discurso de José Sócrates em ano eleitoral.
No momento de crise em que vivemos, este cenário pode ser bastante ameaçador, principalmente quando Portugal não demonstra ter argumentos para contrariar a actual conjuntura económica, apesar da expectativa de crescimento da economia portuguesa na ordem dos 0.8% e 0.3%, segundo a OCDE e o Banco de Portugal, respectivamente, para o ano que se avizinha. Na primeira linha das preocupações, tendo por base o PEC, podemos destacar a elevada dívida nacional, que restringe em demasia os exercícios governamentais, o défice excessivo e, mais recentemente, a redução das receitas fiscais, sendo que, neste último ponto, José Sócrates já admitiu que “a principal preocupação da política económica do Governo é a recuperação económica e do emprego. Não é compaginável com isso o aumento de impostos. Por isso, não haverá o aumento de impostos”.
Na minha opinião, a chave da solução estrutural do desemprego em Portugal é o progresso tecnológico e a inovação, que permitirá um aumento exponencial da competitividade em relação ao mercado exterior, fazendo assim que as empresas nacionais cresçam como exportadores, aumentando o seu volume de negócios, o que traria um consequente aumento do emprego. A mão-de-obra qualificada, quando aliada ao factor anterior, torna a economia necessariamente mais forte, permitindo uma melhor resposta quando nos deparamos com cenários mais complexos, como o que vivemos presentemente.
Assim, tendo em conta que a resolução deste problema exige medidas pensadas, tendo em pensamento o longo prazo, será expectável uma acção activa do governo, para que o desemprego – que assume valores históricos – não veja o seu valor aumentar ainda mais, no decorrer das consequências da recessão mundial em que nos encontramos, visto que ainda não foram sentidas, na sua totalidade, pela economia portuguesa.
José Pedro Pereira Mota
Na Zona Euro, o desemprego manteve-se estável em Outubro, face ao mês anterior, situando-se nos 9,8 por cento, a taxa mais elevada desde Janeiro de 1999. Nos 27 países-membros da União Europeia, a taxa de desemprego elevou-se para 9,3 por cento em Outubro, contra 9,2 em Setembro, sendo desde logo desigual aos 7,3 por cento apresentados em Outubro de 2008.
A série histórica fornecida pelo Eurostat revela assim um desemprego recorde em Portugal. A taxa de desemprego nunca se tinha exibido acima dos 10 por cento, desde 1983, ano em que o instituto começou a recolher os dados periodicamente.
Os valores registados em Portugal não deixam de ser uma surpresa, tendo em conta o relatório do Eurostat referente ao mês de Setembro que, à semelhança daqueles que durante o ano o tinham antecedido, nos apresentava uma taxa de desemprego, em Portugal, que parecia resistir à crise, que teimava manter-se agarrada aos nove por cento e se mantinha heroicamente abaixo da média europeia a dezasseis e que até parecia resistir à média europeia a vinte e sete. Tudo em perfeita consonância com o discurso de José Sócrates em ano eleitoral.
No momento de crise em que vivemos, este cenário pode ser bastante ameaçador, principalmente quando Portugal não demonstra ter argumentos para contrariar a actual conjuntura económica, apesar da expectativa de crescimento da economia portuguesa na ordem dos 0.8% e 0.3%, segundo a OCDE e o Banco de Portugal, respectivamente, para o ano que se avizinha. Na primeira linha das preocupações, tendo por base o PEC, podemos destacar a elevada dívida nacional, que restringe em demasia os exercícios governamentais, o défice excessivo e, mais recentemente, a redução das receitas fiscais, sendo que, neste último ponto, José Sócrates já admitiu que “a principal preocupação da política económica do Governo é a recuperação económica e do emprego. Não é compaginável com isso o aumento de impostos. Por isso, não haverá o aumento de impostos”.
Na minha opinião, a chave da solução estrutural do desemprego em Portugal é o progresso tecnológico e a inovação, que permitirá um aumento exponencial da competitividade em relação ao mercado exterior, fazendo assim que as empresas nacionais cresçam como exportadores, aumentando o seu volume de negócios, o que traria um consequente aumento do emprego. A mão-de-obra qualificada, quando aliada ao factor anterior, torna a economia necessariamente mais forte, permitindo uma melhor resposta quando nos deparamos com cenários mais complexos, como o que vivemos presentemente.
Assim, tendo em conta que a resolução deste problema exige medidas pensadas, tendo em pensamento o longo prazo, será expectável uma acção activa do governo, para que o desemprego – que assume valores históricos – não veja o seu valor aumentar ainda mais, no decorrer das consequências da recessão mundial em que nos encontramos, visto que ainda não foram sentidas, na sua totalidade, pela economia portuguesa.
José Pedro Pereira Mota
[artigo de opinião produzido no âmbito da u.c. "Economia Portuguesa e Europeia", do Curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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