Em Junho de 1985 foi criado aquele que se iria tornar o maior banco privado português, o banco comercial português (BCP).
A forte crise que teve início no crédito à habitação nos Estados Unidos levantou inúmeros problemas no sistema bancário português, custando quase mil milhões de euros (860 milhões) para os quatro maiores bancos nacionais (banco comercial português, banco espírito santo, caixa geral de depósitos e banco português de investimento) que provocou um aumento no pessimismo sobre as cotações das acções que teve consequências para os bancos, nomeadamente a perda de valor da sua carteira de títulos.
O BCP sentiu como ninguém os efeitos desta crise e, no primeiro semestre de 2007 os lucros já sofriam uma quebra de 22%. Como explicação de esta quebra estão os custos relativos à Oferta Publica de Aquisição (OPA) lançada sobre o BPI em Março de 2006. O falhanço da OPA lançada pelo BCP ao BPI deu origem a um início de profunda crise para o maior banco privado português. Assim, de Maio a Novembro de 2007 na assembleia-geral são propostas normas para alterar os estatutos do BCP. Mais tarde, foi publicada uma noticia que punha em causa uma desculpa de uma dívida de 15 milhões a uma empresa que tinha como sócio o filho do então presidente do banco, Jardim Gonçalves. Esta dívida foi posta em causa pela CMVM e foi paga posteriormente pelo presidente executivo do banco. Em Outubro deste mesmo ano o banco português de investimento anuncia o seu interesse em se fundir com o BCP. Não passou apenas de um interesse pois a eventual fusão sofreu um enorme fracasso, visto que, o BPI exigia que cada acção do seu banco correspondesse a duas do banco que queria fundir. O BCP apenas aceitava um rácio de troca de 1.8. Depois deste fracasso o seu presidente executivo até a data deixou de exercer qualquer função até aí exercida no BCP.
Assim, entrou em acção Santos Ferreira que desde logo tentou implementar medidas de combate à grave crise que este banco atravessava. Desde logo, esta crise vai custar 1,3 milhões de euros aos accionistas deste banco. Foi também suspenso a distribuição de dividendos de 2007 para voltarem a ser distribuídos em 2008. O BCP viu as suas contas serem ajustadas de forma a corrigir a sua situação em 300 milhões de euros.
Este banco que chegou a valer 10 mil milhões de euros viu o seu valor descer para apenas três mil milhões de euros, sendo a sua capitalização menor do que o seu valor contabilístico.
Depois de ultrapassado o “grosso” da crise, os bancos viram os seus lucros aumentarem para o dobro. Segundo vários analistas, em Outubro de 2009, estimava-se que os lucros dos três maiores bancos portugueses (BES, BCP, BPI) atingissem o valor de 250 milhões de euros, um valor bastante superior aos 136 milhões que foram obtidos no ano anterior. Assim, se as estimativas estivessem correctas estávamos perante um aumento de 82% nos lucros. No caso do BCP estima-se que o aumento seja de 141% nos resultados líquidos, tendo o banco comercial português o maior aumento de lucros no trimestre que vai até 30 de Setembro de 2009, embora seja o BPI sobressair no acumulado do ano e o BES a destacar-se por apresentar resultados líquidos mais altos.
Ao longo desta crise os bancos tiveram a ajuda do banco central europeu (BCE) para combater todas as adversidades que iam surgindo, no entanto, agora a ajuda deste banco teve um fim. Assim, os bancos terão de voltar aos mercados de crédito para obterem financiamento. O BCP não é excepção e também vai recorrer ao mercado de crédito para o financiamento. Têm também beneficiado da queda dos “credit default swaps” (CDS) que são instrumentos que protegem os investidores da falência do emitente. A queda dos CDS permitiu que os bancos de Portugal conseguissem obter um financiamento nos mercados a preços mais atractivos.
Perante esta situação de crise, todo o cliente do banco quando a crise se desenrolou para este sector deveria manter os seus depósitos no banco pois, do dinheiro depositado numa instituição bancária apenas uma pequena parte fica nela, o grosso das poupanças depositadas vai ser utilizada para o investimento do próprio banco concedendo, por exemplo, empréstimos para mais tarde receber juros. Se o dinheiro é levantado o banco terá de se endividar perante outros bancos e vê a sua capacidade financeira reduzir a ritmos alarmantes.
António Carlos Marçôa
Bibliografia:
Jornal “O Público”
Jornal de Negócios
Jornal “Diário de Noticias”
http://cpidt100.cpidt.pt/publishing/img/home_104%5Cdiversos/jan16.pdf
http://www.apgei.pt/2007/clipping/JPublico.pdf
A forte crise que teve início no crédito à habitação nos Estados Unidos levantou inúmeros problemas no sistema bancário português, custando quase mil milhões de euros (860 milhões) para os quatro maiores bancos nacionais (banco comercial português, banco espírito santo, caixa geral de depósitos e banco português de investimento) que provocou um aumento no pessimismo sobre as cotações das acções que teve consequências para os bancos, nomeadamente a perda de valor da sua carteira de títulos.
O BCP sentiu como ninguém os efeitos desta crise e, no primeiro semestre de 2007 os lucros já sofriam uma quebra de 22%. Como explicação de esta quebra estão os custos relativos à Oferta Publica de Aquisição (OPA) lançada sobre o BPI em Março de 2006. O falhanço da OPA lançada pelo BCP ao BPI deu origem a um início de profunda crise para o maior banco privado português. Assim, de Maio a Novembro de 2007 na assembleia-geral são propostas normas para alterar os estatutos do BCP. Mais tarde, foi publicada uma noticia que punha em causa uma desculpa de uma dívida de 15 milhões a uma empresa que tinha como sócio o filho do então presidente do banco, Jardim Gonçalves. Esta dívida foi posta em causa pela CMVM e foi paga posteriormente pelo presidente executivo do banco. Em Outubro deste mesmo ano o banco português de investimento anuncia o seu interesse em se fundir com o BCP. Não passou apenas de um interesse pois a eventual fusão sofreu um enorme fracasso, visto que, o BPI exigia que cada acção do seu banco correspondesse a duas do banco que queria fundir. O BCP apenas aceitava um rácio de troca de 1.8. Depois deste fracasso o seu presidente executivo até a data deixou de exercer qualquer função até aí exercida no BCP.
Assim, entrou em acção Santos Ferreira que desde logo tentou implementar medidas de combate à grave crise que este banco atravessava. Desde logo, esta crise vai custar 1,3 milhões de euros aos accionistas deste banco. Foi também suspenso a distribuição de dividendos de 2007 para voltarem a ser distribuídos em 2008. O BCP viu as suas contas serem ajustadas de forma a corrigir a sua situação em 300 milhões de euros.
Este banco que chegou a valer 10 mil milhões de euros viu o seu valor descer para apenas três mil milhões de euros, sendo a sua capitalização menor do que o seu valor contabilístico.
Depois de ultrapassado o “grosso” da crise, os bancos viram os seus lucros aumentarem para o dobro. Segundo vários analistas, em Outubro de 2009, estimava-se que os lucros dos três maiores bancos portugueses (BES, BCP, BPI) atingissem o valor de 250 milhões de euros, um valor bastante superior aos 136 milhões que foram obtidos no ano anterior. Assim, se as estimativas estivessem correctas estávamos perante um aumento de 82% nos lucros. No caso do BCP estima-se que o aumento seja de 141% nos resultados líquidos, tendo o banco comercial português o maior aumento de lucros no trimestre que vai até 30 de Setembro de 2009, embora seja o BPI sobressair no acumulado do ano e o BES a destacar-se por apresentar resultados líquidos mais altos.
Ao longo desta crise os bancos tiveram a ajuda do banco central europeu (BCE) para combater todas as adversidades que iam surgindo, no entanto, agora a ajuda deste banco teve um fim. Assim, os bancos terão de voltar aos mercados de crédito para obterem financiamento. O BCP não é excepção e também vai recorrer ao mercado de crédito para o financiamento. Têm também beneficiado da queda dos “credit default swaps” (CDS) que são instrumentos que protegem os investidores da falência do emitente. A queda dos CDS permitiu que os bancos de Portugal conseguissem obter um financiamento nos mercados a preços mais atractivos.
Perante esta situação de crise, todo o cliente do banco quando a crise se desenrolou para este sector deveria manter os seus depósitos no banco pois, do dinheiro depositado numa instituição bancária apenas uma pequena parte fica nela, o grosso das poupanças depositadas vai ser utilizada para o investimento do próprio banco concedendo, por exemplo, empréstimos para mais tarde receber juros. Se o dinheiro é levantado o banco terá de se endividar perante outros bancos e vê a sua capacidade financeira reduzir a ritmos alarmantes.
António Carlos Marçôa
Bibliografia:
Jornal “O Público”
Jornal de Negócios
Jornal “Diário de Noticias”
http://cpidt100.cpidt.pt/publishing/img/home_104%5Cdiversos/jan16.pdf
http://www.apgei.pt/2007/clipping/JPublico.pdf
[artigo de opinião produzido no âmbito da u.c. "Economia Portuguesa e Europeia", do Curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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