domingo, 13 de novembro de 2016

A aposta nas energias renováveis

Desde o fim do século XIX e início do século XX até aos dias de hoje, o petróleo ganhou uma importância inquestionável a nível mundial. Atualmente, é a principal fonte de energia na maioria dos países e em Portugal assiste-se a uma enorme dependência desta energia bem como de gás natural.
Em 2012 Portugal importou 80% da energia consumida, sendo que o petróleo representava 65%. Para além da importação de petróleo, Portugal depara-se também com o problema da importação de gás natural, pois tem de importar a totalidade do gás consumido. Portugal não tem jazidas para a extração de petróleo nem de gás natural e portanto é necessário importar, o que leva a que tenha de despender muitos milhões de euros.
Esta dependência do petróleo e do gás natural é mundial. Países produtores de petróleo e gás natural cresceram bastante a nível económico nos últimos, e o caso mais evidente é o Médio Oriente em que países como o Qatar e os Emirados Árabes Unidos são dos países mais ricos do Mundo. A nível Europeu, os três maiores produtores de petróleo (Rússia, Noruega e Reino Unido) são dos países mais ricos da Europa. Portanto, posso afirmar que, na maioria dos casos, países produtores de petróleo são países ricos.
Portugal, de forma a gastar menos dinheiro e a poder obter lucros no futuro, deveria apostar na produção de energias renováveis, uma vez que dispõe de características fabulosas para a aposta nos vários tipos de energias renováveis, seja eólica, solar, hídrica ou das ondas. Inicialmente os custos serão elevados, apesar de terem vindo a diminuir recentemente, no entanto, no futuro, quando já existirem instalações eficientes, as energias renováveis poderão ser uma fonte de rendimento para o país.
Para além do fator económico temos de ter em conta o fator ambiental, pois o petróleo, o gás natural e o carvão são combustíveis fósseis não renováveis e o sobre-consumo destes recursos tem levado a alterações climáticas no Mundo que têm alterado e prejudicado a vida na Terra.
O mote tem de ser dado pelas instituições, organizações, associações, etc. com mais poder financeiro e maior visibilidade, tanto a nível mundial como a nível nacional, visto que as pessoas baseiam-se muito naquilo que veem os outros fazer, em particular pessoas com poder, respeito e dinheiro. Com isto quero dizer que, principalmente, os Estados têm de incentivar a troca de energias não renováveis por renováveis de modo a que os países se tornem mais autossuficientes e independentes já que todos os países conseguem produzir energia a partir de fontes renováveis, não importando se for mais de uma do que de outra.
Grandes empresas internacionais como a Apple, a Google e a Amazon têm adotado políticas de apoio às energias renováveis. A Apple anunciou que 93% dos seus edifícios consomem apenas energias renováveis e terá a sua própria unidade de produção de energia solar para consumo da empresa. As três empresas afirmaram que têm como objetivo ter 100% dos seus edifícios a consumirem energias renováveis no curto prazo.
Portugal tem vindo a apostar nas energias renováveis, apesar de não ser a 100%, e a prova disso foi a construção da central fotovoltaica da Amareleja, que chegou a ser a maior central fotovoltaica do Mundo, os contínuos incentivos na zona de Peniche em equipamentos relativos à energia das ondas e as várias hélices construídas em várias serras portuguesas. Esta aposta de Portugal tem de continuar e grandes empresas têm de seguir estes exemplos de modo a serem mais eficientes.
Portugal está num bom caminho e no pelotão da frente no contexto europeu. Hoje, 53,2% da eletricidade produzida em Portugal já provém de energias renováveis. Falta dar o passo seguinte: eletrificar ainda mais os transportes e tornar os edifícios mais eficientes.

Paulo Alves

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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