Desde
o fim do século XIX e início do século XX até aos dias de hoje, o petróleo
ganhou uma importância inquestionável a nível mundial. Atualmente, é a
principal fonte de energia na maioria dos países e em Portugal assiste-se a uma
enorme dependência desta energia bem como de gás natural.
Em
2012 Portugal importou 80% da energia consumida, sendo que o petróleo
representava 65%. Para além da importação de petróleo, Portugal depara-se
também com o problema da importação de gás natural, pois tem de importar a
totalidade do gás consumido. Portugal não tem jazidas para a extração de
petróleo nem de gás natural e portanto é necessário importar, o que leva a que
tenha de despender muitos milhões de euros.
Esta
dependência do petróleo e do gás natural é mundial. Países produtores de
petróleo e gás natural cresceram bastante a nível económico nos últimos, e o
caso mais evidente é o Médio Oriente em que países como o Qatar e os Emirados
Árabes Unidos são dos países mais ricos do Mundo. A nível Europeu, os três
maiores produtores de petróleo (Rússia, Noruega e Reino Unido) são dos países
mais ricos da Europa. Portanto, posso afirmar que, na maioria dos casos, países
produtores de petróleo são países ricos.
Portugal,
de forma a gastar menos dinheiro e a poder obter lucros no futuro, deveria
apostar na produção de energias renováveis, uma vez que dispõe de características
fabulosas para a aposta nos vários tipos de energias renováveis, seja eólica,
solar, hídrica ou das ondas. Inicialmente os custos serão elevados, apesar de
terem vindo a diminuir recentemente, no entanto, no futuro, quando já existirem
instalações eficientes, as energias renováveis poderão ser uma fonte de
rendimento para o país.
Para
além do fator económico temos de ter em conta o fator ambiental, pois o
petróleo, o gás natural e o carvão são combustíveis fósseis não renováveis e o
sobre-consumo destes recursos tem levado a alterações climáticas no Mundo que
têm alterado e prejudicado a vida na Terra.
O
mote tem de ser dado pelas instituições, organizações, associações, etc. com
mais poder financeiro e maior visibilidade, tanto a nível mundial como a nível
nacional, visto que as pessoas baseiam-se muito naquilo que veem os outros
fazer, em particular pessoas com poder, respeito e dinheiro. Com isto quero
dizer que, principalmente, os Estados têm de incentivar a troca de energias não
renováveis por renováveis de modo a que os países se tornem mais autossuficientes
e independentes já que todos os países conseguem produzir energia a partir de
fontes renováveis, não importando se for mais de uma do que de outra.
Grandes
empresas internacionais como a Apple, a Google e a Amazon têm adotado políticas
de apoio às energias renováveis. A Apple anunciou que 93% dos seus edifícios
consomem apenas energias renováveis e terá a sua própria unidade de produção de
energia solar para consumo da empresa. As três empresas afirmaram que têm como
objetivo ter 100% dos seus edifícios a consumirem energias renováveis no curto
prazo.
Portugal
tem vindo a apostar nas energias renováveis, apesar de não ser a 100%, e a
prova disso foi a construção da central fotovoltaica da Amareleja, que chegou a
ser a maior central fotovoltaica do Mundo, os contínuos incentivos na zona de
Peniche em equipamentos relativos à energia das ondas e as várias hélices
construídas em várias serras portuguesas. Esta aposta de Portugal tem de
continuar e grandes empresas têm de seguir estes exemplos de modo a serem mais
eficientes.
Portugal
está num bom caminho e no pelotão da frente no contexto europeu. Hoje, 53,2% da
eletricidade produzida em Portugal já provém de energias renováveis. Falta dar
o passo seguinte: eletrificar ainda mais os transportes e tornar os edifícios
mais eficientes.
Paulo Alves
[artigo
de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e
Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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