quinta-feira, 10 de novembro de 2016

PRÓXIMA PARAGEM: PORTUGAL

Mesmo estando situado num dos extremos da Europa, Portugal, apesar do seu tamanho reduzido, não escapa à curiosidade alheia. Estando em constante progresso, o nosso país, este ano, foi o que registou o maior crescimento no turismo em comparação com os restantes países que se encontram na bacia do mediterrâneo, com cerca de 11,5%, em relação ao ano transato, sendo que tal permitiu a criação de 40 mil novos postos de trabalho. Tal surge aliado à duplicação do número de voos e de passageiros e à duplicação da oferta hoteleira existente nos últimos 10 anos.
Desde Norte a Sul, o nosso país apresenta mais de 2700 estabelecimentos hoteleiros, sendo que o litoral é responsável por cerca de 90% das dormidas, ou seja, verifica-se a persistência das assimetrias regionais e também da sazonalidade, mas, é importante salientar que, este ano, o nosso país começou a registar um forte movimento de visitantes estrangeiros a partir de março.
A frase “Portugal está cada vez mais na moda no setor do turismo” foi dita inúmeras vezes nos últimos tempos. Mas se é verdade que este setor está na moda, também é verdade que esta está a assumir diferentes padrões. Se antes os turistas procuravam maioritariamente o Algarve, agora a procura é bastante mais diversificada.
Para o próximo ano, estima-se que o nosso país receba mais de 8 milhões de visitantes para o centro do país, que assegurou este ano o estatuto de “Destino Preferido”, associado às comemorações do centenário das aparições de Fátima e à vinda do Papa Francisco. O facto é que a capacidade hoteleira da região para o próximo mês de maio está esgotada, alargando-se para a região do Norte e de Lisboa.
Aliado a este aumento da procura, podemos também apontar a qualidade existente no nosso país. Desde melhor destino de praia, melhor porto de cruzeiros, melhor resort de família ou mesmo melhor destino de ilhas, Portugal esteve nomeado para os óscares na Europa em 91 categorias e trouxe para casa 24 prémios, sendo o Algarve ainda o maior detentor com 7 prémios, Madeira foi responsável por 4 e Lisboa por 5. A nível mundial, Portugal foi distinguido em dois dos melhores do mundo, sendo eles o Vidago Palace Hotel e o Belcanto, restaurante possuidor de duas estrelas Michelin, situados em Chaves e Lisboa, respetivamente.
Portugal é escolhido preferencialmente por turistas oriundos da Europa, principalmente do Reino Unido, França, Países Baixos, Alemanha, Bélgica e por um número cada vez maior de turistas dos EUA, Canadá, Brasil, Japão e China. É de realçar que os brasileiros (277,42 euros), angolanos (215,04 euros) e russos (151,08 euros) são os turistas que apresentam um gasto médio diário mais elevado, sendo a média de 104,23 euros. Quando o motivo da viagem é lazer, recreio ou férias, o gasto médio é de 97,72 euros, subindo para 107,35 euros referente a motivos pessoais e para 166,56 euros quando os motivos são profissionais ou de negócios. Destes gastos, os transportes são os que representam maior peso nas despesas, com cerca de 27,3%, seguindo-se o pacote turístico com 20,1%, restaurantes, cafés ou bares representam cerca de 16,9% e o alojamento 14,1%.
Este negócio tem um peso de 15,3% nas exportações totais e a balança do turismo representa mais de 4% do PIB, tendo gerado cerca de 11,4 mil milhões de euros de receita em Portugal. O turismo contribuiu, no ano passado, para 8,9% do investimento e 7,9% do emprego no nosso país é na atividade turística. Este é um setor estratégico para a economia nacional e por isso é importante investir e desenvolvê-lo. Foram aprovados mais de 200 projetos e foram pagos às empresas 34 milhões de euros para investimentos. Vale a pena referir que os Passadiços do Paiva, o percurso pedonal nas margens do rio Paiva, em Arouca, receberam o prémio de Projeto mais inovador da Europa.
De uma forma geral, podemos concluir que as apostas executadas no setor do turismo fizeram com que este se desenvolvesse e Portugal se tornasse um destino apreciado pelos mais curiosos. No entanto, ainda se verificam alguns desafios que devem ser superados, tal como atenuar a sazonalidade e as assimetrias, continuando a apostar no interior para que assim haja um crescimento mais sustentável.

Carina Ribeiro

Bibliografia:

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]

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