A Europa sempre foi um continente de
imigrantes, pois sempre atraiu pessoas que buscam melhores condições e vida. A
maior parte desses migrantes vem de países do Oriente Médio, Ásia (em menor
proporção) e África, que enfrentam graves problemas económicos e políticos e
que buscam chegar à Europa Ocidental.
Também conhecida como crise migratória
no mediterrâneo e crise dos refugiados na Europa, é como se denomina a situação
crítica vivida por centenas de milhares de refugiados no passado muito recente
e atual.
Para tentar organizar esse processo
migratório, os países europeus desenvolveram ao longo dos anos diversas políticas
migratórias. Nos períodos em que a Europa passava por alguma crie económica ou
política, os países implantavam medidas restringindo a entrada de emigrantes
para evitar a concorrência em termos de oportunidades de trabalho e o aumento
dos problemas sociais. Nos períodos em que o desenvolvimento europeu permitiu e
necessitava de uma quantidade maior de mão-de-obra, essas políticas eram mais
liberais e permitiam mais a entrada de pessoas de outras regiões.
Nos últimos anos, principalmente a
partir de 2011, o fluxo migratório para a Europa intensificou-se drasticamente,
causando uma grande crise migratória no continente. Estima-se, de acordo com um
levantamento realizado pela ONU, que apenas no ano de 2014 a Europa tenha
recebido cerca de 6,7 milhões de imigrantes. Esse fluxo migratório atingiu
níveis críticos ao longo de 2015, com um aumento exponencial (de centenas de
milhares de pessoas) tentando entrar na Europa e solicitando asilo.
De acordo com a ONU, os mais de 15
conflitos (8 na Africa, 3 no oriente médio, 1 na Europa)são a principal razão
desse fluxo. Isso ocorre porque os emigrantes, em sua maioria, são refugiados
(pessoas que migram para fugir de conflitos e perseguições politicas, guerras
etc.) provenientes dessas regiões de conflito.
Os países de onde mais saem imigrantes
são: Síria, Afeganistão, Iraque, Líbia e Eritreia. A Síria, com uma guerra
civil que já dura mais de quatro anos e que contabiliza mais de 250 mil mortos,
de acordo com dados apresentados pela ONU, possui o maior grupo de refugiados
do mundo. Tanto o Afeganistão quanto o Iraque vivem, desde 2001, em virtude da
invasão dos Estados Unidos, uma grave crise política. Os constantes ataques de
rebeldes que atingem esses países têm levado grande parte da população a migrar
para outras regiões.
Como a Europa acaba de atravessar uma
crise económica, os países europeus estão apresentando certa resistência a e
dificuldades em aceitar os emigrantes que chegam ao seu país. Por essa razão,
cresce a tensão entre os países que integram a União Europeia para a criação de
leis que regulem a chegado dos emigrantes. A Grécia, por exemplo, por ser um
país um país litorâneo, tem alegado que recebe muito mais refugiados do que os
demais países da Europa e já esta a expulsar os emigrantes que chegam ao país
de forma irregular.
Como muitos Europeus estão
desempregados, existe uma preocupação de que a chegada desses migrantes aumente
a concorrência a nível de oportunidades de emprego e promova o aumento dos
problemas socias. Outra razão para essa resistência em receber os emigrantes
diz respeito à situação de alerta que a maior parte dos países europeus vive
hoje em relação ao terrorismo. Acredita-se que entre os migrantes que chegam ao
país estejam integrantes do Estado Islâmico infiltrados.
Essas duas preocupações são reais, já
que ambas podem acontecer no cenário atual de recuperação económico e de tensões
causadas pela ascensão do Estado Islâmico. Porém, em alguns casos, essas
motivações são utilizadas apenas como justificativa para a intolerância
cultural e xenofobia.
O naufrágio de migrantes ocorrido em
2013 na costa da ilha de Lampedusa envolveu mais de 360 mortes, levando o
governo italiano a estabelecer a Operação Mare
Nostrum, uma operação naval de grande escala que envolve a busca e
salvamento, com os emigrantes trazidos a bordo de um navio de assalto anfíbio
naval. Em 2014, o governo italiano terminou a operação, citando o custo ser
demasiado grande para um estado da União Europeia sozinho gerir. A Frontex
assumiu, desde então, a principal responsabilidade das operações de busca e
salvamento, ação que é denominada Tritão.
O governo italiano solicitou fundos adicionais da UE para continuar a operação, mas os Estados-Membros não oferecem o apoio solicitado. O governo do Reino Unido citou temores de que a operação atuasse como um involuntário fator de atração, incentivando mais migrantes a tentar a travessia marítima e, deste modo, levando a mais mortes trágicas e desnecessárias. O seu orçamento mensal é estimado em 2,9 milhões.
O governo italiano solicitou fundos adicionais da UE para continuar a operação, mas os Estados-Membros não oferecem o apoio solicitado. O governo do Reino Unido citou temores de que a operação atuasse como um involuntário fator de atração, incentivando mais migrantes a tentar a travessia marítima e, deste modo, levando a mais mortes trágicas e desnecessárias. O seu orçamento mensal é estimado em 2,9 milhões.
É a maior onda migratória e
consequente crise humanitária enfrentada pela europa desde a Segunda guerra
Mundial. Segundo o vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, “é
uma crise mundial que necessita de resposta Europeia”.
Valdir Kennedy Cuaia Quinene
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular
“Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da
EEG/UMinho]
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