O termo startup, para designar empresas
recém-criadas e rentáveis, começou a ser popularizado nos anos 1990, quando
houve a primeira grande "bolha da internet". Muitos empreendedores
com ideias inovadoras e promissoras, principalmente associadas à tecnologia,
encontraram financiamento para os seus projetos, que se mostraram extremamente
lucrativos e sustentáveis.
Naquele período, grande
parte da explosão de empresas startup
surgiu nos Estados Unidos, de onde saíram empresas como Google, Apple Inc.,
Facebook, Yahoo!, Microsoft, entre outras.
Todas essas empresas são
exemplos de startup que hoje estão
fortemente solidificadas e são líderes nos seus setores de atuação no mercado.
Contudo, os empreendedores
devem ter em mente que a fase inicial de uma startup é sempre marcada por um cenário de incertezas. Algumas
ideias aparentemente rentáveis podem-se revelar inaplicáveis.
Em Portugal, as pequenas
empresas cobrem 98% do tecido empresarial e criam 61% do emprego. E as startups
constituem 6,5% deste universo, criando, sozinhas, cerca de 18% do
emprego gerado em cada ano. Em média, constituem-se 30481 empresas por ano, mas
apenas 22 mil (74%) iniciam efectivamente a sua atividade. Significa isto que
mais de 20% das empresas constituídas em cada ano nunca chega a arrancar. As startups envolvem em média 46 mil
pessoas e 2600 empresas por ano.
As startups, apesar do risco, têm portanto um impacto relevante na
criação de postos de trabalho através da valorização e capacitação do
empreendedorismo.
Apoiar o empreendedorismo e
criar condições favoráveis ao desenvolvimento sustentável das startups em território nacional são
prioridades estabelecidas pelo Governo.
Mas não basta apoiar o empreendedorismo
e a inovação. É preciso criar condições para que os projetos cresçam. É
necessário que as startups cresçam e
se transformem em empresas internacionalmente competitivas.
Foi criado um programa que
parece um bom incentivo para começar uma startup:
“Startup Portugal”. A estratégia do
Governo definida para o empreendedorismo português conta com benefícios
fiscais, envolvendo áreas como o financiamento (como fundos de capital de risco
e o Programa Semente), a aceleração de startups
(como a rede nacional de incubadoras e a Rede Nacional de Fab Labs) , o apoio aos empreendedores (como o programa “Momentum”
e Vales de incubação e aceleração), a promoção e a regulação do ecossistema
(como a Promoção da presença de startups
nacionais em eventos tecnológicos internacionais).
O Startup Portugal permite não só aplicar a estratégia de inovação do
Governo, mas também irá permitir a criação de valor, o conhecimento, a
valorização do talento das pessoas e sobretudo a atração de talento para
Portugal.
Quando comparamos com a
Europa, Portugal é o terceiro país europeu que mais acelera startups, porém não investe muito no setor.
O ministro da economia
acredita que o “crescimento económico depende, cada vez mais, destas empresas,
não das startups que ficam pequenas a
vida toda, mas sim daquelas que, pela sua ousadia, se fazem grandes”. “Acreditamos
no potencial de criação de valor, é isso que estamos a fazer através da criação
de incentivos de necessidade e procura de inovação”.
Caldeira Cabral pediu o
“empenho de todos” e a mobilização dos industriais portugueses para continuarem
a fazer o que têm feito nos últimos anos e, “em vez de desconfiar da inovação”,
abraçarem e avançarem “para conseguirem com isso serem mais produtivos, criarem
mais valor e serem mais competitivos”.
É, então, um desafio às
empresas portuguesas e a todos que tenham ideias inovadoras, deixarem a dúvida
de lado, investirem, investigarem e explorarem ideias neste país com
potencialidades para começar um negócio, porque apoiar as startups de hoje é investir no Portugal do futuro.
Maria
Raquel Oliveira Ribeiro
[artigo de opinião produzido
no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do
curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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