O
desemprego é um assunto muito discutido, porém, no que respeita aos salários
auferidos, não se discute tanto as diferenças salarias evidentes entre os
géneros. Com a crise, foi notado um agravamento desta diferença. O país que
mostrou o maior aumento foi Portugal, com um aumento de 3,8% entre 2008 e 2013,
fazendo com que as mulheres ganhem menos 13% que os homens. Em 2008, este valor
encontrava-se nos 9,2%. Contudo, a Estónia atingiu, e ainda atinge, uma
diferença elevada de, aproximadamente 30%, sendo um valor que não foi totalmente
proporcionado pela crise.
Esta
discriminação afeta tanto os salários como os cargos que ocupam, como se
verifica nos gestores de topo na Europa, em que apenas um terço são mulheres. Em
Portugal, as mulheres constituem 49% da força laboral, mas apenas 34% têm
cargos de gestão, devido ao facto de apenas se encontrarem 9% de mulheres nos
conselhos de administração das maiores empresas.
A desigualdade é agravada pelo fato da mulher ter filhos. A diferença
na remuneração aumenta com o número de filhos, sendo que com um filho há um
efeito reduzido, mas quando já têm dois e, particularmente, quando têm três
filhos, são muito penalizadas em termos salariais. Também são verificadas
diferenças na participação no mercado de trabalho e no tipo de trabalho, o qual
o mais mal remunerado é geralmente atribuído às mulheres.
Tamanhas diferenças são também devidas a outros fatores,
como as licenças de maternidade e as tarefas domésticas. A nível global, segundo
a OIT (organização internacional do trabalho), 800 milhões de trabalhadoras não
têm uma licença de maternidade adequada. Comparativamente a outros tempos, cada
vez mais os homens assumem uma maior responsabilidade no seio familiar,
intervindo com maior impacto na criação dos filhos e na ajuda doméstica. Contudo,
a mulher é responsável pela maior parte dos cuidados domésticos e outros
aspetos que envolvem a vida quotidiana. Isto pode criar um entrave a um emprego
remunerado a tempo inteiro.
A nível europeu, é revelado um forte contraste entre as horas por semana despendidas nas atividades domésticas. No caso dos homens, estes apenas despendem nove horas por semana nestas tarefas, enquanto que o sexo oposto despende vinte e seis horas por semana.
Podem ser encontradas outras diferenças no local de trabalho entre o que fazem os dois géneros. Os homens seguem tecnologia e ciência pura mais do que as mulheres e tendem a aceitar trabalhos mais stressantes. A tendência é os homens trabalharem mais horas e, assim, verificar-se uma maior disparidade no pagamento, a qual se alarga por cada hora após as 40h semanais. Com isto, a carreira da mulher fica comprometida e com mais lacunas, pois surge, posteriormente, a criação e a educação dos filhos.
Os homens e as mulheres costumam ter objetivos de carreira diferentes. Eles não lidam com o trabalho e com a vida da mesma forma. Isto pode ser explicado por agentes biológicos e culturais, pois os homens valorizam mais rendimentos superiores. O sexo masculino deseja mais veemente ser presidente ou CEO de empresas públicas ou privadas. Por outro lado, o sexo feminino tem como os maiores objetivos de carreira cargos de consultoria de gestão e a vice-presidência executiva. Logo, os homens obtêm mais fortemente cargos de topo na liderança das organizações, enquanto que as mulheres ficam por cargos inferiores e menos bem remunerados.
O nível de educação é um aspeto muito importante. Mulheres que alcancem o ensino superior tendem a ganhar mais que aquelas que têm qualificações inferiores. Como já se viu, a experiência está diretamente relacionada com o nível de salário auferido. Se este aspeto se conciliar com o estado civil, ou seja, serem solteiras, elas irão auferir salários superiores.
Recentemente, revelou-se que irão ser necessários mais de 70 anos para que a desigualdade desapareça. É aceitável que, com o desempenho das mesmas funções, a desigualdade salarial média na UE seja ainda de 16,4%, e em Portugal de 13%? E que este fosso salarial seja ainda mais evidente em cargos de topo? As mulheres têm que tentar alcançar mais experiência e maiores níveis de educação, sendo auxiliadas na vida fora do local de trabalho, e havendo necessidade de serem mais reconhecidas dentro do próprio posto de trabalho, o que fará sentirem motivação para alcançar novos cargos.
A nível europeu, é revelado um forte contraste entre as horas por semana despendidas nas atividades domésticas. No caso dos homens, estes apenas despendem nove horas por semana nestas tarefas, enquanto que o sexo oposto despende vinte e seis horas por semana.
Podem ser encontradas outras diferenças no local de trabalho entre o que fazem os dois géneros. Os homens seguem tecnologia e ciência pura mais do que as mulheres e tendem a aceitar trabalhos mais stressantes. A tendência é os homens trabalharem mais horas e, assim, verificar-se uma maior disparidade no pagamento, a qual se alarga por cada hora após as 40h semanais. Com isto, a carreira da mulher fica comprometida e com mais lacunas, pois surge, posteriormente, a criação e a educação dos filhos.
Os homens e as mulheres costumam ter objetivos de carreira diferentes. Eles não lidam com o trabalho e com a vida da mesma forma. Isto pode ser explicado por agentes biológicos e culturais, pois os homens valorizam mais rendimentos superiores. O sexo masculino deseja mais veemente ser presidente ou CEO de empresas públicas ou privadas. Por outro lado, o sexo feminino tem como os maiores objetivos de carreira cargos de consultoria de gestão e a vice-presidência executiva. Logo, os homens obtêm mais fortemente cargos de topo na liderança das organizações, enquanto que as mulheres ficam por cargos inferiores e menos bem remunerados.
O nível de educação é um aspeto muito importante. Mulheres que alcancem o ensino superior tendem a ganhar mais que aquelas que têm qualificações inferiores. Como já se viu, a experiência está diretamente relacionada com o nível de salário auferido. Se este aspeto se conciliar com o estado civil, ou seja, serem solteiras, elas irão auferir salários superiores.
Recentemente, revelou-se que irão ser necessários mais de 70 anos para que a desigualdade desapareça. É aceitável que, com o desempenho das mesmas funções, a desigualdade salarial média na UE seja ainda de 16,4%, e em Portugal de 13%? E que este fosso salarial seja ainda mais evidente em cargos de topo? As mulheres têm que tentar alcançar mais experiência e maiores níveis de educação, sendo auxiliadas na vida fora do local de trabalho, e havendo necessidade de serem mais reconhecidas dentro do próprio posto de trabalho, o que fará sentirem motivação para alcançar novos cargos.
Eva Nunes
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia
Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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