As presidenciais americanas têm sido um tema abordado um pouco
por todo mundo e nós, Portugueses, também não passamos ao lado do impacto e da
importância que este acontecimento representa a nível global, sendo os Estados
Unidos da América uma das principais potências mundiais.
Para já, as sondagens mostram uma luta renhida entre dois candidatos
que até em género são diferentes. Falamos de Hillary Clinton, esposa do
ex-presidente Bill Clinton, que pode fazer história ao tornar-se a primeira
mulher a ser presidente dos Estados Unidos da América, e de Donald Trump, um
empresário e investidor com um pensamento no mínimo revolucionário.
Trump ficou conhecido por ter um pensamento extremista e acima
de tudo racista. Uma das suas propostas inclui construir um muro gigante, à
semelhança da grande muralha da China, na fronteira entre os Estados Unidos da
América e o México, alegando que os mexicanos “só trazem drogas e crime” e que
são “violadores”. Outra das medidas radicais de Trump que ajudam a construir a
sua imagem racista e xenófoba é a vontade deste de expulsar cerca de 11 milhões
de imigrantes ilegais do território nacional, uma operação que pode custar até
114 mil milhões de dólares americanos. Trump chegou também a afirmar que “o
mundo seria melhor se Saddam e Khadafi estivessem no poder” e que o fenómeno do
aquecimento global se trata “apenas do tempo” e que as empresas não devem
trabalhar para reduzir as emissões de gases poluentes para a atmosfera pois
“ficam menos produtivas”.
Clinton, apoiada por Obama, defende um pouco os ideais do atual
presidente. Uma política com vista à igualdade de direitos dos cidadãos
americanos e acima de tudo um desenvolvimento sustentável da economia. Contudo,
Clinton é suspeita numa investigação conduzida pelo FBI por alegações de que
informação confidencial foi guardada de forma imprópria ou transmitida num
endereço de e-mail pessoal que esta
usava durante o seu serviço como Secretária de Estado dos Estados Unidos da
América.
As sondagens têm mostrado uma luta bastante igual entre os dois.
Clinton é logicamente mais apoiada por não-caucasianos, enquanto que com Trump acontece
o contrário.
Seria de pensar que fosse
uma luta mais desigual, dado que um dos candidatos tem uma postura política
quase ao nível fascista, mas a verdade é que não é. Esta corrida à presidência
está “ela por ela”, o que mostra uma divisão de ideais entre a população dos
Estados Unidos da América. Quase metade da população segue um indivíduo que
afirma que o aquecimento global é um mito, que quer expulsar 11 milhões de
pessoas do seu país por não serem filhos de cidadãos americanos.
Na minha opinião, uma potência da dimensão dos Estados Unidos da
América não pode ser liderada por um presidente que promova a xenofobia e a
desigualdade de direitos. Penso que os EUA têm bastante a perder caso Trump
vença as eleições: as relações com o exterior como as conhecemos vão mudar, o
que poderá levar a impactos diretos nas economias internacionais.
João Guimarães Alves
Passos
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Portuguesa
e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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