O sistema bancário português
tem dado muito que falar. São muitos os escândalos e os holofotes sobre este
setor. Milhares de pessoas têm vindo a olhar para o seu banco com desconfiança,
no entanto, não são capazes de confiar num outro para depositar o seu dinheiro
e também para o fazer render; muitas vezes a permanência da conta no banco é
justificável pela necessidade de ter esta aberta para recebimento de salários,
pagamentos de serviços/compras, fácil transferência de dinheiro entre os
agentes, entre outras.
Perante os últimos escândalos na banca portuguesa, os
clientes ficam cada vez mais desagradados e começam a perder a confiança nos
seus bancos. Algumas taxas abusivas, que afetam sobretudo as famílias com
menores rendimentos, agravam esse descontentamento.
Atualmente, são cobradas diversas taxas e comissões
bancárias, e a meu ver muitas delas são desnecessárias e bizarras. Quase todos
os bancos nacionais cobram uma taxa por cada conjunto de cem moedas que os seus
clientes queiram depositar. No caso do Santander Totta e no BBVA, esse custo
chega a ser de 5,20€ por conjunto. Um documento comprovativo do valor que falta
pagar de um empréstimo à habitação pode custar em média 61,08€. Um pedido de
informação escrita, como por exemplo um documento que ateste que uma conta é
solidária, pode vir a custar no mínimo 18,45€ (no banco Banco BiG) e, no pior
dos cenários, pode ser cobrado o valor de 153,75€ (no banco BBVA). É importante
referir que nenhum banco isenta este pagamento. Muitas outras taxas são cobradas,
como: engano no IBAN no momento da transferência, esquecimento do PIN, pedir
dinheiro no balcão, e as comissões de manutenção de conta, que são cada vez
maiores. Estes são alguns exemplos de taxas e comissões, que muitas vezes as
pessoas desconhecem que existem.
Apesar de toda a crise bancária de que se têm vindo a falar,
recentemente, assistiu-se à entrada de um novo banco no mercado, o Banco CTT, o
que na minha opinião poderá ser um aparecimento positivo, que represente
esperança.
Alguns
bancos tentam angariar clientes pelo efeito da publicidade, como foi o caso do
BES, agora Novo Banco, que tentou transmitir uma imagem forte e de segurança
através de um anúncio da televisão, onde uma celebridade conhecida por todos
era o protagonista – CR7. Este efeito da publicidade pode ter impacto nos
clientes, mesmo que seja no subconsciente. Porém, o Banco CTT aposta numa
imagem simples e descomplicada, e eu acho que faz sentido, dado que já é uma
marca conhecida nacionalmente e portanto não precisa de se promover tanto.
Este
banco transmite uma imagem robusta e sólida, baseada na sua história de quase
500 anos e na sua experiência na comercialização de produtos e serviços
financeiros inaugurada pelos CTT há décadas. Consigo então destacar uma
vantagem competitiva, uma vez que a marca CTT suporta o banco.
O
Banco CTT tenta conquistar clientes pelo horário de atendimento alargado e sobretudo
pela inexistência de comissões de manutenção de conta (que são alvo de 92,8%
das queixas relativas a contas à ordem, e são cobradas por quase todos os
bancos, segundo o Banco de Portugal), de comissões de transferências pelos
canais digitais e de anuidades no caso dos cartões de débito. A meu ver, esta
campanha de zero comissões é muito positiva para a economia, uma vez que alivia
os esforços das pessoas com menos rendimentos.
Neste
momento, o Banco CTT dispõe de produtos e serviços apenas para particulares,
contudo pretende ultrapassar este obstáculo já no próximo ano, de modo a
conseguir marcar a sua presença também do lado das empresas.
Em
conclusão, penso que o Banco CTT poderá tirar vantagem desta crise neste setor,
dado que sendo um novo banco não tem o peso de más decisões que foram tomadas
no passado. Aliado à campanha custos zero e à marca que o suporta poderá
crescer, daqui para frente e afirmar-se enquanto banco e apresentar deste modo
um desempenho positivo, indo ao encontro das necessidades das pessoas.
Diogo
Meneses
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular
“Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da
EEG/UMinho]
Sem comentários:
Enviar um comentário