O turismo sempre teve um grande peso
na economia portuguesa quando comparamos com o seu impacto na economia de
outros países, e o peso deste setor continua a crescer, estando muito próximo
dos 50% do total de exportações de serviços em Portugal. Com paisagens e zonas
tão únicas como as Portuguesas, é normal que o turismo tenha tanto impacto na
nossa economia.
Segundo o Banco Portugal, as receitas
do turismo cresceram 10%, com o setor a manter a
tendência de subida, alargando o peso no PIB para 6,38. No total, o
turismo vale 10.598 milhões de euros, que corresponde a 47% das exportações de
serviços. Na minha opinião, tudo isto confirma a relevância deste setor na
balança comercial portuguesa, mantendo-a positiva visto que os bens sozinhos
têm um saldo negativo.
Os gastos
dos turistas ultrapassaram pela primeira vez os cinco mil milhões, com as
férias de estrangeiros em Portugal a representar 14% das exportações de bens e
serviços e 43,6% das vendas de serviços ao exterior nesses seis meses. O crescimento de receitas que se tem registado no sector
é superior ao crescimento do número de hóspedes que escolhem o destino
Portugal.
“As taxas de ocupação
continuam a crescer - em novembro cresceram 13% - o que dá saúde à continuação
das empresas e ao seu esforço de investirem e qualificarem a sua oferta” diz
Cotrim Figueiredo, presidente do Turismo de Portugal. “De nada nos adianta acertar em
cheio no público que queremos atingir, e de nada adianta convencer as pessoas a
visitar Portugal, a conhecer as nossas cidades, património e gastronomia, se,
cá chegadas, saírem desiludidas, e partilharem más experiências. A promoção é
importante. Ter bons produtos para promover ainda mais. E, nisso, Portugal tem
muitos e bons argumentos”.
Olhando para a balança de
viagens e turismo em percentagem do PIB fornecida pelo INE, podemos constatar
que as exportações estão sempre bastante acima das importações, sendo que em
2015 as exportações representavam 6,3% do PIB enquanto que as importações
representam 2%, resultando num saldo de 4,3%. Quando olhamos para 1996, apesar
das exportações estarem bastante acima das importações, o saldo era muito
próximo das importações o que, no meu ponto de vista, nos dá uma visão da
evolução deste setor em Portugal.
Nos primeiros seis meses de 2016, os
hóspedes estrangeiros gastaram aqui 5007,7 milhões, mais 9,2% do que no mesmo
período do ano passado. Dos países da União Europeia, os britânicos são os
turistas que mais vêm para Portugal e que mais dinheiro gastam cá. Os franceses
também estão a gastar cada vez mais dinheiro, mas são os espanhóis em que se vê
o maior aumento, sendo que, segundo o Banco de Portugal, foram gastos 662,5
milhões de euros, que representam uma subida de 19,6%.
Já nas dormidas, o Reino Unido
continua a ser o que apresenta os maiores números da Europa, com 882,2 mil
hóspedes até final de junho. Os espanhóis são os
terceiros em gastos, mas os segundos em dormidas, com um aumento de 14,5% face
ao primeiro semestre de 2015. Entre os franceses verifica-se a maior subida no
número de turistas, com 18%. Entre os cinco primeiros, apenas os brasileiros
reduziram a presença em Portugal.
Após tudo o que acima foi dito, penso
que o Portugal dispõe de especificidades únicas que permitem o crescimento e
desenvolvimento do sector do turismo: o clima favorável, a imagem de destino
seguro e destinos turísticos bem definidos e implementados. A dinamização e
diversificação da oferta já existente, bem como a introdução de novos segmentos
no setor são oportunidades que se devem aproveitar para que o país possa
continuar o seu crescimento e desenvolvimento, gerando mais-valias económicas a
nível do PIB e do emprego.
Ana
Filipa Lopes Marinho
[artigo de opinião produzido no âmbito da
unidade curricular “Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de
Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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