A abertura dos mercados potenciou a
internacionalização das empresas, tendo alterado a forma como estas encaram a
entrada em novos mercados geográficos e as decisões que tomam no âmbito desta
experiência. O cenário económico atual caracteriza-se cada vez mais pelo
dinamismo e a sua atitude global. A interdependência entre países, o
crescimento económico de economias na Ásia e América do Sul, tal como os
avanços tecnológicos, configuram o presente ambiente mundial competitivo e em
constante mutação. A internacionalização aparece como uma necessidade para as
empresas e é concretizada não ao ritmo das estatísticas macroeconómicas mas sim
em função das oportunidades e das fortalezas e debilidades que enfrentam.
As relações económicas e comerciais da União
Europeia (UE) com os mercados externos mudaram desde a adesão portuguesa, em
1986. O fenómeno da globalização acentuou-se e as parcerias bilaterais são já
uma realidade inquestionável. A
economia portuguesa também sofreu profundas alterações. Portugal passou de
exportador de mão-de-obra a exportador de bens de valor acrescentado e até de
capital, com os empresários nacionais a aventurarem-se nos mercados mais
desenvolvidos.
De 1995 a 2014, o grau de abertura
tem vindo a aumentar, sendo 62,63% e 83,85%, respetivamente. Apesar deste
aumento, em 2013 foi o sétimo país da UE com menor abertura económica, estando
abaixo apenas Finlândia, Espanha, Reino Unido, Itália, Grécia e França. Mesmo
ocupando um dos últimos lugares no grau de abertura da economia, o Instituto
Nacional de Economia destaca Portugal por mostrar “sinais visíveis de dinâmica
internacional, nomeadamente com o aumento do volume de exportações de bens e
serviços”. Segundo dados recolhidos pelo INE, em 2013 as exportações de bens
para mercados externos aumentaram 4,5% quando comparados com o ano anterior,
representando cerca de 41% do PIB. Apesar deste aumento, em anos anteriores
essa taxa de crescimento esteve com valores superiores, como 5,6% em 2012,
14,9% em 2011 e 17,6% em 2010.
Atualmente, países como Alemanha,
França e Espanha são os principais clientes das empresas portuguesas. Em
2013, cerca de 70,3% das exportações destinaram-se a países da União Europeia,
tendo totalizado aproximadamente 33 milhões de euros, o que representa um
acréscimo de 3,5% quando comparado com o ano anterior. Um elemento central da estratégia
implementada recentemente em Portugal é o que decorre das orientações para o
crescimento da economia europeia entre 2014 e 2020 também conhecido como
Portugal 2020, em que um dos principais objetivos é instigar a
internacionalização das empresas europeias.
Na minha
opinião, o caminho para reposicionar Portugal assenta na internacionalização,
ou seja, assumir uma estratégia com o objetivo de alcançar o crescimento
sustentável. Como o mercado interno se encontra em crise, cabe às empresas
procurarem soluções no estrangeiro para se tornarem mais competitivas,
focando-se na inovação, na investigação e desenvolvimento, na tecnologia e no
marketing.
Ana Filipa Lopes
Marinho
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular
“Economia Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da
EEG/UMinho]
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