A
Turquia é um país pertencente aos continentes europeu e asiático, fazendo
fronteira com Grécia, Bulgária, Geórgia, Arménia, Azerbaijão, Irão, Iraque e
Síria. Tem uma população de aproximadamente 76 milhões de habitantes, sendo que
maioritariamente são muçulmanos, embora seja um país laico.
Desde
1963 que a Turquia é membro associado da UE. Em 1987 fez a candidatura de
adesão à UE, apenas formalizada em 1999. A Turquia tem uma União Aduaneira com
a UE desde 1995 mas em 2005 iniciou as negociações para a adesão plena à União.
A
adesão da Turquia é um tema controverso e que gera divisão de opiniões no ceio
da UE. Tal como todas as questões, tem os seus prós e contras.
A
sua plataforma geopolítica é, por norma, apresentada como uma vantagem. Com a
entrada da Turquia, a UE alargaria as suas fronteiras a zonas que até hoje se
consideram demasiado distantes. A Europa passaria a ter um acesso mais simples
ao Médio Oriente. Mas nem todos veem com bons olhos este alargamento de
fronteiras. Muitos defendem que pode trazer graves problemas de segurança,
facilitando a entrada de terroristas na UE. A França, Dinamarca e Alemanha têm,
ainda, receio do aumento do fluxo de emigração. A possibilidade de criação de
uma política de defesa é mais uma das grandes vantagens da adesão, tendo em
conta que o sistema de defesa da UE é quase inexistente e a Turquia possui o
segundo maior exército da NATO. Contudo, há quem questione a qualidade desse
exército pois não se sabe que tipo de armas e treinamento possui.
Para
os mais céticos, o facto da maioria dos habitantes ser muçulmana constitui um
problema, no entanto, outros veem a adesão da Turquia como um sinal de abertura
e que todas as questões religiosas estariam ultrapassadas.
Aqueles
que defendem o veto da adesão da Turquia dizem que é um país demasiado pobre e
atrasado relativamente aos restantes membros da UE. No entanto, o seu vasto
mercado poderia servir de alavanca para as indústrias europeias, contribuindo
para o crescimento económico dos restantes países da UE.
Um
dos principais pontos contra a adesão da Turquia é uma questão meramente
geográfica, tendo em conta que apenas cerca de 3% do território pertence ao
continente Europeu. Aparte isso, sendo a Turquia um país com uma economia
bastante atrasada, só poderia trazer desvantagens para a economia da UE e
usufruiria da maior parte dos fundos comunitários, prejudicando pequenos países,
como Portugal. Segundo um estudo da própria UE, a adesão da Turquia custaria à
UE entre 19 e 27 milhões de euros por ano, ou seja, cerca de 0,17% do PIB europeu
anual.
A
violação dos direitos humanos é mais um dos temas que põe em causa a adesão da
Turquia à UE. O facto de ainda existirem presos políticos, falta de liberdade
de expressão, existência de censura e tortura e constante desrespeito pelas
mulheres são dos maiores entraves à adesão turca.
Sendo
o Chipre um estado-membro da UE desde 2004 e estando a Turquia a ocupar uma
parte da ilha, para poder aceder à UE, a Turquia tem apenas uma opção, retirar
as tropas da ilha e reconhecer a República do Chipre como estado legitimo, uma
vez que é impossível um membro não
reconhecer outros dentro da União.
Existe
ainda mais um senão à adesão turca: sendo a Turquia um país com elevado nível
populacional e com uma população maioritariamente jovem, é de prever que a densidade
populacional aumente significativamente a médio prazo, o que a tornaria, caso
seja admitida como membro da UE, o maior estado-membro, ultrapassando a
Alemanha. Contudo, os maiores estado-membro atuais não estão dispostos a perder
a sua influência no Conselho Europeu para um novo estado.
Eu
suma, concluo que sou contra a adesão da Turquia à UE por considerar ser um
esforço económico e social demasiado grande relativamente aos benefícios que
traria.
Beatriz Maria Sousa Marinho
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia
Portuguesa e Europeia” do 3º ano do curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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