Um dos problemas que caracteriza a economia portuguesa, e que contribuirá para o agravamento da crise económica e social que o nosso país enfrenta, é precisamente a grave ineficiência energética e a distorção de toda a economia nacional que a ela está associada. A resposta a este problema pode estar na utilização das energias renováveis produzidas por recursos naturais que garantirão uma disponibilidade ininterrupta e o fornecimento de energia a um preço aceitável para os consumidores.
O défice energético em Portugal representa 40% do resultado negativo registado na balança de transacções correntes, que neste momento já vai em mais de 12% do PIB. Se retirarmos a dependência energética, o nosso défice seria de 7% do PIB. A factura energética paga pelo País, que importa cerca de 88% da energia primária que consome, é extremamente pesada e está a aumentar de uma forma vertiginosa. De acordo com dados do INE, o aumento do custo das importações de petróleo, entre 2004 e 2005, foi superior a 38%. Em 2004, em cada 100 euros de importações portuguesas dos países extracomunitários, 30 euros eram de petróleo e derivados. Para agravar a situação, o Conselho Mundial de Energia estima que a necessidade energética irá duplicar até 2015. Bastava aumentar a eficiência na utilização da energia em Portugal para reduzir a factura energética portuguesa e a dependência energética do país para cerca de metade.
Portugal usufruirá bastante da utilização das energias “limpas” já que é um dos países com maiores possibilidades de exploração deste tipo de energia. Possui uma extensa costa onde pode explorar a energia das ondas, uma das áreas de maior exposição solar que permite aproveitar a energia solar, uma grande zona montanhosa para usufruir da energia eólica e vários rios de onde pode beneficiar da energia hidroeléctrica. Assim, deverá apostar neste tipo de energia e no desenvolvimento de tecnologias para o aproveitamento das energias renováveis. Esta aposta no desenvolvimento poderá beneficiar comunidades rurais e regiões afastadas bem como a produção agrícola através da autonomia energética e consequente melhoria global da qualidade de vida dos habitantes.
É verdade que Portugal já iniciou esforços com vista a implementar o uso de energias limpas e o aumento da sua produção. Em Setembro de 2009, o Instituto Nacional de Estatística Espanhol divulgou que Portugal, com 30,1%, ocupava a quarta posição na tabela dos países europeus que consomem mais electricidade gerada a partir de fontes renováveis. A venda de energias renováveis em 2008 gerou 680 milhões de euros em receitas, mais 32,8% do que em 2007, de acordo com os dados da empresa analista de sectores DBK. A energia eólica, dominante em Portugal, com uma potência instalada acumulada de 2.770 MW e a energia solar fotovoltaica com 59 MW em 2008, deverão ser os sectores onde a tendência crescente de produção e receitas se irá registar mais notoriamente. Em Dezembro de 2007, Portugal possuía 1604 parques eólicos em funcionamento e 355 parques em construção e actualmente possuímos a maior central solar do mundo situada em Serpa, no Alentejo e cerca de 155 grandes barragens.
Mas os peritos concluíram que mesmo que a fracção das necessidades energéticas que possa ser coberta pelas energias renováveis aumentar como se prevê, elas não poderão satisfazer a totalidade das necessidades mundiais. Torna-se assim necessário desenvolver novas opções energéticas, optimizadas em termos de segurança, de impacto sobre o meio ambiente e de economia.
Isabel Freitas
[artigo de opinião produzido no âmbito da u.c. "Economia Portuguesa e Europeia", do Curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
O défice energético em Portugal representa 40% do resultado negativo registado na balança de transacções correntes, que neste momento já vai em mais de 12% do PIB. Se retirarmos a dependência energética, o nosso défice seria de 7% do PIB. A factura energética paga pelo País, que importa cerca de 88% da energia primária que consome, é extremamente pesada e está a aumentar de uma forma vertiginosa. De acordo com dados do INE, o aumento do custo das importações de petróleo, entre 2004 e 2005, foi superior a 38%. Em 2004, em cada 100 euros de importações portuguesas dos países extracomunitários, 30 euros eram de petróleo e derivados. Para agravar a situação, o Conselho Mundial de Energia estima que a necessidade energética irá duplicar até 2015. Bastava aumentar a eficiência na utilização da energia em Portugal para reduzir a factura energética portuguesa e a dependência energética do país para cerca de metade.
Portugal usufruirá bastante da utilização das energias “limpas” já que é um dos países com maiores possibilidades de exploração deste tipo de energia. Possui uma extensa costa onde pode explorar a energia das ondas, uma das áreas de maior exposição solar que permite aproveitar a energia solar, uma grande zona montanhosa para usufruir da energia eólica e vários rios de onde pode beneficiar da energia hidroeléctrica. Assim, deverá apostar neste tipo de energia e no desenvolvimento de tecnologias para o aproveitamento das energias renováveis. Esta aposta no desenvolvimento poderá beneficiar comunidades rurais e regiões afastadas bem como a produção agrícola através da autonomia energética e consequente melhoria global da qualidade de vida dos habitantes.
É verdade que Portugal já iniciou esforços com vista a implementar o uso de energias limpas e o aumento da sua produção. Em Setembro de 2009, o Instituto Nacional de Estatística Espanhol divulgou que Portugal, com 30,1%, ocupava a quarta posição na tabela dos países europeus que consomem mais electricidade gerada a partir de fontes renováveis. A venda de energias renováveis em 2008 gerou 680 milhões de euros em receitas, mais 32,8% do que em 2007, de acordo com os dados da empresa analista de sectores DBK. A energia eólica, dominante em Portugal, com uma potência instalada acumulada de 2.770 MW e a energia solar fotovoltaica com 59 MW em 2008, deverão ser os sectores onde a tendência crescente de produção e receitas se irá registar mais notoriamente. Em Dezembro de 2007, Portugal possuía 1604 parques eólicos em funcionamento e 355 parques em construção e actualmente possuímos a maior central solar do mundo situada em Serpa, no Alentejo e cerca de 155 grandes barragens.
Mas os peritos concluíram que mesmo que a fracção das necessidades energéticas que possa ser coberta pelas energias renováveis aumentar como se prevê, elas não poderão satisfazer a totalidade das necessidades mundiais. Torna-se assim necessário desenvolver novas opções energéticas, optimizadas em termos de segurança, de impacto sobre o meio ambiente e de economia.
Isabel Freitas
[artigo de opinião produzido no âmbito da u.c. "Economia Portuguesa e Europeia", do Curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
1 comentário:
Isabel Freitas, boa tarde!
Comentandoo seu artigo, gostaria de lhe transmitir o que, a meu ver, são equívocos seus:
1ºÉ errado levar a débito do défice externo a totalidade das importações de energia! As importações de energia são menos de 12% do total das nossas importaçõeS, pelo que .... OK? Esse é um discurso do Governo para fugir ao debate sério sobre o problema do endividamento.
2º Parte da energia importada é incorporada nas exportações, pelo que...
3º Se deduzir ao défice externo as importações de peixe e outros alimentos, e ainda automóveis( que não contribuem para as nossas exportações),ficará com um défice ainda mais pequeno do que tirando-lhe a energia!!!!!
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