Depois de um período de “duplas” eleições é necessário realizar uma análise ao período de governação, pela direcção de José Sócrates. Dentro desta análise da governação socialista podemos elaborar duas observações distintas, uma análise política, onde o objectivo do governo é ser reeleito e uma observação económica que estará, no período em análise, obrigatoriamente condicionada pelo estado de crise que se fez notar ao longo dos dois últimos anos.
Tendo em conta o actual panorama económico e as resultantes consequências do real cenário de crise, juntamente com os muitos casos polémicos envolvendo o líder socialista, este podia ser o momento ideal para o “Partido Social Democrata” anular a maioria absoluta que José Sócrates detinha, arriscando mesmo a dizer que seria, deste modo, uma soberba ocasião para conseguirem chegar ao poder. Os resultados conseguidos pelo Partido Socialista não deixam, portanto, de ser surpreendentes. Em primeiro lugar, José Sócrates conseguiu manter-se no governo, e por outro lado, nas recentes eleições autárquicas, o Partido Socialista conseguiu um resultado circunstancialmente melhor que em 2005 conseguindo aumentar em 22 o número de autarquias no seu comando, totalizando 132 câmaras municipais.
Um enorme contributo para este desfecho terá sido, possivelmente, a política seguida pelo Governo, essencialmente nos domínios sociais da economia. As linhas de crédito para as PME resolveram alguns problemas, incentivando ao investimento, a diminuição dos impostos, apesar de pouco sentida, ajudou os consumidores na guerra contra a falta de poder de compra, ou até, o alargamento do décimo terceiro mês do abono de família pode ter contribuído favoravelmente para o desfecho eleitoral presenciado.
Por outro lado, economicamente, e apesar do sucesso eleitoral descrito acima, o estado da economia Portuguesa não é, claramente, o mais animador.
As medidas adoptadas pelo governo, de modo a controlar e rectificar todo o impacto negativo que a crise pudesse trazer, colocaram em cheque a divida publica o que, na passada semana, fez com que Portugal fosse colocado entre uma lista de países cujo défice excessivo será alvo de um “procedimento de défices excessivos” por, este, ter ultrapassado a barreira do 3% de peso no produto nacional.
A todo este cenário podemos ainda acrescentar um outro grande problema da sociedade portuguesa - o desemprego. Segundo o INE a taxa de desemprego, registada no 2º trimestre deste ano, foi de 9,1%, mais 2 pp. que no mesmo trimestre do ano de 2008. Este cenário de desemprego terá, segundo dados da OCDE, um aumento no ano de 2010, previsto na casa dos 11,7% em Portugal, sendo que os países da OCDE se aproximarão de uma taxa perto dos 10%.
Assim, o inicio do segundo período de governação de José Sócrates é marcado pela estagnação profunda da economia, onde a dívida iguala o PIB nacional e o desemprego se assume como um drama social, pelo que as suas decisões se assumirão como cruciais para a resolução da crise ou para a minimização do seu impacto.
José Pedro Pereira Mota
Tendo em conta o actual panorama económico e as resultantes consequências do real cenário de crise, juntamente com os muitos casos polémicos envolvendo o líder socialista, este podia ser o momento ideal para o “Partido Social Democrata” anular a maioria absoluta que José Sócrates detinha, arriscando mesmo a dizer que seria, deste modo, uma soberba ocasião para conseguirem chegar ao poder. Os resultados conseguidos pelo Partido Socialista não deixam, portanto, de ser surpreendentes. Em primeiro lugar, José Sócrates conseguiu manter-se no governo, e por outro lado, nas recentes eleições autárquicas, o Partido Socialista conseguiu um resultado circunstancialmente melhor que em 2005 conseguindo aumentar em 22 o número de autarquias no seu comando, totalizando 132 câmaras municipais.
Um enorme contributo para este desfecho terá sido, possivelmente, a política seguida pelo Governo, essencialmente nos domínios sociais da economia. As linhas de crédito para as PME resolveram alguns problemas, incentivando ao investimento, a diminuição dos impostos, apesar de pouco sentida, ajudou os consumidores na guerra contra a falta de poder de compra, ou até, o alargamento do décimo terceiro mês do abono de família pode ter contribuído favoravelmente para o desfecho eleitoral presenciado.
Por outro lado, economicamente, e apesar do sucesso eleitoral descrito acima, o estado da economia Portuguesa não é, claramente, o mais animador.
As medidas adoptadas pelo governo, de modo a controlar e rectificar todo o impacto negativo que a crise pudesse trazer, colocaram em cheque a divida publica o que, na passada semana, fez com que Portugal fosse colocado entre uma lista de países cujo défice excessivo será alvo de um “procedimento de défices excessivos” por, este, ter ultrapassado a barreira do 3% de peso no produto nacional.
A todo este cenário podemos ainda acrescentar um outro grande problema da sociedade portuguesa - o desemprego. Segundo o INE a taxa de desemprego, registada no 2º trimestre deste ano, foi de 9,1%, mais 2 pp. que no mesmo trimestre do ano de 2008. Este cenário de desemprego terá, segundo dados da OCDE, um aumento no ano de 2010, previsto na casa dos 11,7% em Portugal, sendo que os países da OCDE se aproximarão de uma taxa perto dos 10%.
Assim, o inicio do segundo período de governação de José Sócrates é marcado pela estagnação profunda da economia, onde a dívida iguala o PIB nacional e o desemprego se assume como um drama social, pelo que as suas decisões se assumirão como cruciais para a resolução da crise ou para a minimização do seu impacto.
José Pedro Pereira Mota
[artigo de opinião produzido no âmbito da u.c. "Economia Portuguesa e Europeia", do Curso de Economia (1º ciclo), da EEG/UMinho]
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